6 - Amantes sob o sol

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🎵 Música: Lovers On The Sun - David Guetta


Assim que alcanço a área, Pablo me oferece uma cerveja, a qual recuso, e em seguida pulo na água. Emanuel está na piscina e começamos a jogar bola. Logo Pablo se junta a nós e ficamos ali, brincando, rindo e jogando água um no outro. Meu primo é paciente com crianças e, se ele não fosse tão galinha, diria que a Rogéria até que fez um ótimo negócio.

Rafael e Alex estavam na margem e eu sentia os olhares de ambos sobre mim, mas não me deixei afetar. Por fim, canso da brincadeira e resolvo dar uma volta, então visto meu short e alcanço meu livro da mesa, dirigindo-me até o pergolado, que fica numa das laterais da casa.

Logo que chego, jogo-me na rede e abro o livro, tentando me concentrar na leitura. A casa está grande demais para a quantidade atual de ocupantes, e sem tia Valquíria, Carla ou Susana, eu só consigo pensar em como eu e Rafael poderíamos ter muitos lugares para nos esconder e nos entregar ao desejo que naquele momento eu tinha certeza que ele também sentia. Era a oportunidade perfeita...

Meus olhos passam pelas páginas, mas não consigo absorver nenhuma palavra, então paro e olho ao redor. O céu está limpo e os pássaros cantam alegres voando pelas árvores. Uma brisa massageia meu corpo e fecho os olhos, dando impulso com a mão no chão para balançar a rede e me deixar levar. Como posso me livrar desses pensamentos? Eu lembro de seus braços fortes, de seus cabelos molhados, de seu sorriso, seus lábios encostados na boca da garrafa de cerveja, ou colados em beijos ardentes com a Susana. E tudo o que eu queria era poder senti-los em mim. Em cada pedacinho de minha pele.

Os devaneios são tamanhos que começo a sentir o cheiro do perfume dele. Polo black. Sério, acho que esse maldito perfume é capaz de excitar qualquer mulher porque puta que o pariu. Ôh desgraça cheirosa.

— Sonhando acordada, Bela?

Arregalo os olhos e me desequilibro na rede, sentando-me em seguida. Então não era devaneio: Rafael está em carne, osso e músculos na minha frente. Devo agradecer? Correr? Fugir? Agarrá-lo?

— Ai que merda, Rafael. Você me assustou! — Digo, ajeitando meu cabelo.

Ele puxa uma cadeira e se senta ao meu lado.

— O que tá lendo aí?

Viro a capa do livro para ele: O Morro dos Ventos Uivantes.

— Hum. — Ele levanta uma sobrancelha e depois olha para mim. — Não sabia que você era chegada em clássicos...

— E eu não sabia que você conhecia clássicos...

Ele ri.

— Qual foi, Bela? Tá me chamando de desculturado?! — Finge um tom afetado e eu solto uma gargalhada que ele acompanha.

— Claro que não.

— Sei.

— Achei que você fosse para a cidade procurar um vestido também... — Provoco.

— Bobinha, você, hein?

— Foi a Susana que escolheu seu terno? — Pergunto com um sorriso safado no rosto.

Ele dá de ombros.

— Eu é que eu não vou contrariar aquela mulher... Aliás, eu é que não contrario mulher nenhuma... Perda de tempo...

— Faz bem. Como diz tio César: "Bem treinado ele".

— Até parece que você não conhece sua tia e sua prima.

— Melhor do que gostaria... — Dou um sorriso de lado.

Um silêncio se instala enquanto nos entreolhamos e, inconscientemente, eu passo a língua nos lábios, movimento que ele acompanha com a boca entreaberta.

Perfeito ProibidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora