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POV Josh

Any ficou um mês de licença do trabalho por causa da cirurgia, ela tava ficando louca sem fazer nada o dia inteiro, então saia com Estela pra passear todos os dias, vivia saindo com Sabi e Sina pra comprar coisa de bebê e fazia questão de levar nossa filha nas aulas de pintura e desenho e nas aulas particulares de português, sim, português, Any não quer que Estela esqueça da parte brasileira dela, ela vive dizendo que os memes do Brasil são bem mais legais e que nossa filha vai agradecê-la por isso um dia. Resumindo, o motorista que dormia o dia inteiro e só era praticamente utilizado por Cecília pra fazer as compras da semana, trabalhou dobrado esse mês.

Fomos em todas as consultas que a médica pediu e o estado de Any está ótimo, nenhuma sequela. O aneurisma é uma doença altamente influenciada pela genética, então aproveitamos e fizemos uns exames em Estela, pois ela pode ter tendência a desenvolver um aneurisma no futuro e ficaremos de olho pra diagnosticar antes de romper. Meus sogros também vão ficar atentos em qualquer sintoma, na idade deles, pode ser fatal.

Hoje era o dia de Any voltar a trabalhar e ela foi toda animada pro escritório, pois Diarra, a chefe, a chamou. Na volta, ela não parecia mais tão empolgada e perguntei lhe o motivo. 

— Linda, o que foi que você voltou tristinha assim? – pergunto assim que Any passa cabisbaixa indo em direção ao closet

— Fui demitida, no tempo da licença, Diarra precisou ocupar a minha vaga, tinham muitos projetos... – conta triste

— Ela não podia ter feito isso, eram motivos de saúde! Isso dá processo, vou conversar com o meu advogado – falo inconformado

— Tudo bem, bebê, eu entendo, não precisa fazer nada

— Amor, não é culpa sua... Não fica tristinha assim...

— Não se preocupe comigo, vai dar tudo certo, só vou ter que mudar de apartamento, aquele lugar vai ficar muito caro pra mim

— Se muda de vez pra cá

— Não precisa, Josh

— Eu que preciso das minhas garotas perto de mim – sou sincero e a puxo para um abraço

— Tá bom, mas eu tenho que pagar alguma coisa pelo menos

— Eu desconto da pensão todo mês e pronto

— Mas é o dinheiro da faculdade!

— Qual é amor, aquilo é uma fortuna pra gastar numa faculdade, nem se a gente mandasse a Estela pro Japão ela ia precisar de tanta grana

— Não dê tanta importância a isso, vai ser tudo seu também quando a gente casar – beijo seu rosto

— Você tem que parar de falar de casamento sem antes colocar um anel no meu dedo – reclama

— Eu sei apressadinha, mas tem que ser especial, eu já disse – falo e lhe dou um selinho

— E então? Vai morar aqui de vez? – pergunto com certa expectativa

— Vou

— Vai mesmo?

— Sim – responde e abro um sorriso enorme

— Que bom, pensei que teria que implorar

— E agora amor, o que eu vou fazer da vida? Eu gosto de trabalhar na minha área não quero voltar a ler papelada o dia inteiro

— Abre o seu próprio negócio

— Do nada?

— É, eu invisto em você

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