Depois do sufoco do pouso, desembarquei pela primeira vez depois de 15 anos, no meu pais de origem, e a primeira coisa engraçada que eu me recordei foi do calor, e como era quente!

 Peguei minhas malas e segui para a saída, os tios de Joe não tinham como vir me buscar então eu teria que me virar, e meu primeiro desafio foi pedir um táxi.

- Boa tarde Senhorita. - Disse o taxista abrindo a porta para que eu pudesse entrar. Muito gentil eu diria. 

- Obrigada. - Declarei entrando enquanto minhas malas eram colocadas no porta malas. 

- Então, qual o seu destino? - Perguntou. Demorou alguns segundos para raciocinar a frase e logo em seguida dei ao taxista o endereço dos tios de Joe, disse meu amigo que os mesmo eram donos de uma pensão.

- Por favor nesse endereço. - Declarei. O homem sorriu educadamente. 

 A caminho da Pensão, Leandro o taxista que mais tarde descobri seu nome, era muito simpático e não demorou muito para que começássemos a conversar e eu contar sobre minha vinda ao Brasil, Leandro disse que 15 anos não era pouca coisa e ainda concluiu que eu estava desatualizada logo colocando para tocar os mais recentes lançamentos de musicas brasileiras, e seria mentira se eu dissesse que não gostei de algumas. Leandro falou, falou e falou, e eu não estava reclamando, mal ele sabia que estava ajudando no meu vocabulário.

Chegamos na pensão e me despedi de Leandro, ele me deu seu contato caso eu precisasse dos seus serviços de novo, eu disse a ele que definitivamente eu precisaria.

Eu estava um pouco nervosa, existia medo dentro de mim, mas tentei me acalmar, daria tudo certo, eu tinha certeza!

Toquei o interfone da casa, que na verdade era um casarão e muito bonito por sinal, eu disse quem eu era e logo o portão se abriu, assim que passei pelo jardim e entrei na casa dois braços me alcançaram e me abraçaram com força.

- Estava ansiosíssima para te conhecer Emi! - Exclamou se afastando. Assim que a encarei logo reconheci os olhos de mel.

- Helena? - Perguntei incerta.

- Sim querida! Oh! Joseph tinha razão! Você é mais linda do que qualquer constelação! -  Exclamou ela com um largo sorriso no rosto, no mesmo estante senti meu rosto ficar quente, bem quente!

 Joseph havia falado de mim com sua tia? Havia falado de mim dessa maneira?

- Joseph é muito gentil mas totalmente exagerado. - Declarei rindo nervosamente. 

- Você deve estar exausta coitadinha! Venha, vou leva - lá para seu quarto. Não se preocupe com nada querida. O que precisar é só dizer! - Disse Helena me puxando pela mão. Acho que essa animação era realmente de família.

- Obrigado dona Helena. - Declarei enquanto pegava minha mala e a seguia corredor a dentro.

- Pode me chamar só de Helena querida. - Disse ela com um sorriso simpático.

A casa não era pouca coisa não, haviam varias portas pelos corredores e eu imaginei que ali deveriam morar bastante gente. Subimos uma escada lateral que nos levou a outro corredor, quatro portas depois paramos.

Não era nenhuma luxuria, mas eu também não queria nada exagerado. Fala serio! Fui criada no Texas! Qualquer lugar pra mim estava ótimo, afinal eu não tinha nada.

Havia uma cama no centro do quarto, uma mesa e alguns cadeiras na direita da cama e perto tinha uma porta que deveria ser o banheiro. Do lado esquerdo tinha um sofá com alguns banquinhos, e na parede que era de frente a cama a TV para assistir de ambos lugares, alem de uma varanda que tinha uma vista maravilhosa do jardim.

Consequentemente InevitávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora