Capítulo 17 - Juliano ♡

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Juliano

O som está alto, meus  movimentos ao  invés de bonitos e graciosos estão cheios de raiva e dor, sinto minhas pernas reclamarem, mas não ligo, apenas quero esquecer o que houve mais cedo, quero colocar a dor para fora. 

Foi um longo caminho para me formar e consegui um bom emprego de coreografo, mas consegui, indo contra as palavras de meu pai que dizia que eu  nunca chegaria a lugar nenhum por ser quem sou, mas consegui sai daquela maldita casa á anos atrás, e foi quando conheci Marta e Bruno, eu fui realmente feliz, e fui mais ainda quando consegui um apartamento melhor,  e quem estava se mudando também para lá? Ele mesmo, Julho, eu me apaixonei ali, gostei dele e tentei me aproximar, viramos amigos, mas eu percebi que ele era apaixonado por outra pessoa, sempre que eu falava algo com um duplo sentindo ele estava aéreo demais para me notar, então fiquei o amando em segredo, até hoje, nossa troca de olhares me deu esperanças, e fui burro em confiar no meu bobo coração apaixonado, vi coisas que não eram verdades, aquele olhar de desejo que ele me direcionou só pode ter sido minha imaginação pregando peças, então coloquei tudo para fora apenas para ter meu coração pisado.

Suspiro, paro a dança, apoiando minhas mãos em meus joelhos, uma lágrima desce, mas a enxugo rápido e volto a ficar ereto. Espero que Julho seja feliz, seja lá quem for quem ele ama. Que essa pessoa apenas o faça feliz. Penso enquanto encaro o grande espelho a minha frente. Vendo uma outra lágrima teimosa descer. Eu estou perdido. Tudo que eu queria quando recebi seu fora era me trancar em meu quarto e ficarem baixo do meu edredom até a dor passar, mas claro que não pude me render a dor, se não perderia meu emprego, e por enquanto, a dança é a coisa que me mantém vivo e são, não posso perder isso também, não posso perder mais uma das duas coisas que amo nessa vida.

Mas também não posso jogar o tempo que passamos juntos fora, nós éramos amigos, ainda somos, eu devo pelo menos ser isso dele. Esquecer esses sentimentos e ser apenas um amigo. É o certo. Meu coração vai doer quando vê-lo com outra pessoa que não seja eu? Claro que vai, eu sou humano, tenho emoções. Choro. Mas tenho que colocar a amizade que construímos a cima de tudo. Não posso deixar que isso acabe assim. Em todos esses anos, desde que sai de casa, Julho e a dança é tudo que tenho. Não estou pronto apara deixar isso para trás, não agora.

Sinto uma mão em mdu ombro e me assusto, pulando no lugar. Mas logo me tranquilizo ao ver Marta e Bruno. Temos ensaio hoje. Mas logo preocupação vem ao ver os olhos de meu amigo vermelhos. Ele estava chorando?

Marta suspira.

- Pelo jeito vou ter que aguentar os dois lambendo suas feridas. E vou logo dizer. Odeio isso. - Ela fala, mas é a primeira a sentar e esperar que um de nós fale. Me sento formando um pequeno círculo no chão frio da sala de dança. Apenas nós três, e uma música ao violino tocando no fundo. Fernando afunda sua cabeça em suas mãos apoiadas nas pernas cruzadas.

- Eu fiz merda. - Parece que Bruno vai ser o primeiro à colocar toda a dor para fora, então apenas foco meus olhos nele, até que ele continua. - Me deixei cegar pela minha insegurança e feri o homem que eu gosto. Eu sou um merda, eu fiz ele chorar.

- O que você disse? - Ele me olha. E começa a narrar toda sua história.

Realmente não foi algo legal a se dizer, e convenhamos, idiota demais, o que me lembra de Julho, ele devia fazer que nem esse outro amigo do tal Fernando, ele recebeu o não? Recebeu, mas pelo meno tentou. Será que Julho confessou seus sentimentos ao cara que ele gosta? Meu peito se aperta em pensar que nesse momento eles podem está nos braços um do outro.

- Você tem problemas porra? - Marta se pronuncia. - Parece que tem bosta na cabeça. Maldito, você é um adulto, aja como tal, Fernado é um homem bonito, caraa bacana, e você me vem com essa? Porra você brigpu com o cara por algo idiota, ele não culpa se o amigo estava apaixonado por ele. E ele ainda esclareceu que o amigo se tocou que era uma paixão do passado. E você faz merda. Peça desculpa, rasteje atrás do pardao dele.

De Repente...VOCÊS! - Romance gayWhere stories live. Discover now