Capítulo 15 - Julho ♡

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Julho Ribeiro

Rolo sobre a cama mais uma vez, olhando o teto, penso sobre toda minha vida.

Vivi  uma vida a qual me arrependo de algumas coisas, tipo sair pegando várias mulheres e escondendo quem realmente sou e meus sentimentos.

Tenho medo, muito medo, de ser rejeitado, de ser julgado. Mas o que mais tenho medo é de perder a amizade dele.

Sim isso mesmo, sou apaixonado por Fernando desde que nos conhecemos na faculdade, e tudo só aumentou quando ele disse ser bissexual, eu queria dizer que sou igual a ele, mas não tive coragem. Apesar de ser bi, nunca fiquei com um homem antes, mantive distância de todos sexualmente. Como mantive meus sentimentos em relação ao meu amigo em segredo.

Mas quero acabar com isso, me libertar desse sentimento que venho guardando, por isso decidi me declarar para ele, sei que vou receber seu não, pois vejo em seus olhos que apenas me ver como um amigo, um irmão, mas para seguir em frente, preciso deixar isso claro, e vou fazer de tudo para que nada atrapalhe nossa amizade, pois antes de meu amor por ele, vem o cuidado de amigo que eu prezo muito para com ele.

Já lhe mandei uma mensagem dizendo que queria conversar, só tenho que esperar dar a hora. Não vou dizer que não estou nervoso e com medo, guardei isso por tanto tempo que nem sei como vou começar a falar para ele.

Solto um suspiro, rolo para o lado e olho para minha parede branca, tendo um pôster de Avengers. Amo filmes de heróis. E não dispenso uma boa comédia romântica também. Mas deixando meus gostos por filmes de lado...

Talvez um dia eu encontre um alguém que eu ame e que me ame de volta. Talvez um dia eu esqueça que o amo, apesar de que todas as mulheres que passaram na minha vida não foi capaz de me fazer esquecê-lo. Sei que fui um filho da puta em tentar enterrar isso usando pessoas que não tinham nada haver com com essa história, mas o que eu ia fazer? Alguns dizem que você tem que tentar, pois o não você já tem, só tinha que ir em busca do sim. Mas eu sabia que o sim nunca viria. Não dele. A amizade que temos, os olhos dele deixa claro que eu nunca seria correspondido. E isso dói.

Me levanto da cama, tiro minha camisa fora e fico apenas com minha calça moletom, ligo meu notebook na minha mesa de trabalho ao lado oposto da cama e o conecto a caixinha de som, aperto play na minha playlist aleatória e dou graças a Deus por hoje ter um canto só meu, são sete da manhã e se eu ainda morasse com meus pais e minha irmã gêmea, Clara, ela estaria batendo loucamente na porta do meu quarto mandando eu desligar o som, pois o sono dela é precioso demais. Bufo, apesar de sentir falta desses momentos.

Começa uma música animada, e enquanto arrumo meu quarto, pois tudo está uma zona, roupas para todos os lados, começo a mexer meus quadris, a batida da música me envolve e começo a cantar junto, movendo meu pés pelo espaço enquanto tenho o cesto de roupas sujas abaixo do meu braço, vou jogando as roupas sujas ali.

Paro enfrente ao grande espelho em meu quarto e começo a dançar mais ainda, um sorriso em meus lábios, e eu esqueço tudo, todos os problemas, é como se nada mais existisse, a música faz isso comigo, me faz viajar, é como seu eu estivesse lendo um livro, só que de forma cantada. 

Batidas altas na minha porta faz eu tropeçar em meu próprios pés, mas que mer...

- VIZINHO? - Escuto a voz rouca e alta do outro lado. Afff, esse cara de novo.

Me levanto do chão, onde cai de bunda, abro a porta do quarto e saio em direção da sala, destranco a porta e vejo Juliano do outro lado, ele me olha como se fosse me matar. Eu apenas rio, e por um momento vejo seus olhos passando por meu peitoral.

- Sabe que preciso me concentrar a essa hora. Eu tenho trabalho. - Fala me empurrando e passando para dentro, senta em meu sofá e me olha. Apenas reviro os olhos e fecho a porta, me sentando ao seu lado.

De Repente...VOCÊS! - Romance gayWhere stories live. Discover now