Extra - Roger Taylor

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25 de Dezembro de 2006

A melhor época do ano havia chegado.

Nossa casa exalava o clima da festa natalina e uma grandiosa árvore enfeitada estava posta no canto da sala com inúmeros presentes aos seus pés.

Desço as escadas sentindo o delicioso aroma vindo da cozinha invadir minhas narinas, lá encontro uma Marie dançante e cantando Jingle Bell Rock como se estivesse fazendo um show particular para suas panelas antiaderentes.

- BOM DIA MARIE! - grito depois de me aproximar sem que ela percebesse.

A senhorinha dá um pulo pelo susto e pousa a mão no lado esquerdo do peito.

- Porra menino, você quer me matar? - ela acerta minha cabeça com a colher de pau que antes usava como microfone.

- Marie, você está xingando no dia do aniversário do menino Jesus? Que coisa feia! - digo debochado.

Ela revira os olhos.

- Ainda me faz pecar - diz.

Gargalho alto e a abraço apertado enquanto deposito um beijo estalado na sua bochecha.

- Bom dia Marie, feliz natal!

Uma cabeleira loira invade a cozinha como um furacão. Usava uma suéter vermelha que possuía um grande S dourado na frente como estampa, e carregava junto consigo um coelho de pelúcia muito gasto.

- Bom dia, querida! Você dormiu bem?

- Muito bem, obrigada! - a garotinha se aproxima de mim e me abraça, envolvo meus braços na sua cintura e beijo o topo da sua cabeça. -, feliz natal Rog.

- Feliz natal, pirralha. Não acredito que a Sra Weasley fez suéter pra você e pra mim não - aponto para a roupa da menina e faço uma expressão triste, o que arranca risos dela.

- Quem sabe no próximo natal você ganha também - diz entrando na minha brincadeira.

Marie apesar de concentrada em seus afazeres na cozinha, não podia deixar de admirar a relação que os irmãos Taylor tinham.
Sophie era uma adorável menina, apesar de ter apenas dez anos já conseguia agir com maturidade invejável para sua idade, era carinhosa, altruísta, sincera e possuía todos os melhores adjetivos. Sua alegria era tão contagiante, que ninguém conseguia ficar triste em sua presença.

Roger era mais tempestuoso e intenso dos dois, se metia em problemas facilmente mas não se podia negar o coração de ouro do rapaz que começava a desvendar o mundo da adolescência.
Seu ponto fraco, sem dúvidas, era a irmã mais nova, ele era capaz de tudo para protegê-la.

- Crianças, o café está na mesa. - Marie anuncia e logo os dois mais novos sentam-se para fazer o que sabiam de melhor, comer as gostosuras que ela fazia.

A grande mesa de vidro portava alimentos suficientes para um batalhão, me pergunto se aquilo realmente era necessário, mas conhecendo minha mãe eu sabia que Marie apenas seguia as ordens, apesar de Winifred Taylor estar ausente na maioria das refeições.
Haviam ali rabanada, bolos de laranja e de chocolate, panquecas, frios, sucos naturais, café e uma chaleira que ainda fumegava. Também haviam pães doces e os biscoitinhos de polvilho que eram preferência de minha irmã.

Depois de muita insistência, conseguimos fazer uma relutante Marie sentar-se conosco para desfrutar da refeição da manhã de natal. Adorávamos a sua companhia, suas histórias do 'tempo de moça', como dizia, faziam os olhos de Soph brilharem.

- Mas você não vai se apaixonar, Sophie. Ninguém é digno. - falo e enfio um pedaço generoso de panqueca na boca.

- Não seja ridículo Roger - a menina me repreende e empina o nariz -, óbvio que alguém um dia será digno mas tem que se esforçar muito, afinal, eu não aceitaria menos do que eu realmente mereço. Não é, Marie?

FIRST | maylorWhere stories live. Discover now