Éramos apenas amigos..

Capítulo 41

Três dias depois...

Lena

- Bia, você acha que eu ainda tenho alguma chance com ele? Eu to tentando conversar, mas ele me evita. Quando eu vou falar alguma coisa, ele diz que não quer ouvir desculpas. Ele está tão distante. Isso dói.

- Ai, Lili! Da um tempo para ele, né? Imagina como está a cabeça dele com isso tudo.

- É que eu queria estar do lado dele e ajudar.

- Lili, não dá para você ajudar agora.

- Ele tem falado com você? E com você, Augusto? - Sim, o Augusto estava ali, escutando tudo e tentando me acalmar. Tínhamos acabado de sair da escola e estávamos na casa da Bia.

- Não, ele se fechou muito. - a Bia falou.

- Eu até tentei, mas não consegui. - o Augusto respondeu.

- Então ele se fechou mesmo?

- Lena, na boa, você magoou ele com aquilo. Porque todos nós sabemos que você sente algo pelo Luís.

- Eu não sinto nada por aquele idiota!

- Enfim, ultimamente ele tem se trancado no quarto e fica até de madrugada jogando. Por isso que ele está com aquela cara de cansado.

- Eu queria estar lá... - olhei para as minhas mãos. É tão difícil você amar alguém e ver que ele está precisando de você, mas não poder ajudá-lo. Dói tanto. É como se ele estivesse ali na minha frente, mas eu não conseguisse chegar até lá.

- Lena, deixa ele. Um dia as coisas vão melhorar.

- Mas ele está enfrentando tudo isso sozinho.

- Lena, não fui eu que deixei ele assim. Mas também não se culpe.

- Eu tenho que tentar. Amanhã eu vou falar com ele.

- Lili, por favor. Não tenta de novo.

- Mas eu preciso...

- Você precisa dar um tempo, Lena! É isso que você precisa! - a Bia reclamou.

Gustavo

Hoje a Lena tentou falar comigo, de novo. Será que ela não percebe que isso me machuca? É torturante vê-la naquele estado. Mas, pela primeira vez, a culpa não é minha. Foi ela mesma que fez isso.

Eu não sei mais em quem confiar. Afinal, a pessoa que eu mais confiava me traiu. Sempre achei que traição doía na hora, mas depois você seguia em frente e partia para outra. Eu estava completamente errado. Eu realmente tinha que ver mais daqueles filmes românticos que a Lena gosta. Eles sempre estão certos.

Saí do meu quarto, coisa que eu só fazia para ir à escola, ao banheiro ou à cozinha. Fui em direção ao quarto da minha vó, onde ela começou a passar os dias depois que me isolei. Cheguei perto da porta e escutei alguns soluços. Não. Eu não acredito que estou fazendo isso. Estou machucando todos a minha volta.

- Vó? - bati na porta.

- E-entra. - ela soluçou.

Entrei no quarto e ela não parecia estar chorando. Provavelmente escutou os meus passos e correu até o seu banheiro para lavar o rosto. Mas, se você olhasse nos olhos dela, veria a dor que está sentindo.

- O que houve? - perguntei, chegando para mais perto dela e a envolvendo com um abraço.

- A sua mãe ligou.