Capítulo 8

52.6K 2.4K 504
                                    

Lena

Quando acordei, percebi que estava de conchinha com o Gu. Ai meus deuses! Essa era a melhor noite da minha vida. Ele estava agarrado em mim. Fechei os olhos de novo, pois achava que era tudo um sonho. E,  facilmente, voltei a dormir.

Gustavo

Sim, nós estávamos dormindo de conchinha. Ah, como eu queria que isso fosse toda noite. Não tenho palavras para descrever. Infelizmente, logo minha vó viria nos chamar para irmos tomar café. Então tinha que acordá-la, já pensou se minha vó chega e nos vê ali daquele jeito?

- L.? - balancei ela de leve - L.? - ela abriu os olhos.
- Hum?
- A gente tem que acordar, se minha vó aparecer aqui no quarto e ver a gente assim, eu tô frito!
- Eu tô sonhando? – ela sorriu.

- Não - eu ri. 
- Fica só mais um pouquinho. - ela fez cara de cachorro sem dono.
- Tá bom, mas só mais um pouco.

Passaram-se mais ou menos quinze minutos. E em toda essa pequena eternidade ficamos calados. Só ali, abraçados, juntos. E eu tive que falar:

- L., a gente tem que levantar.
- Tá. - ela disse se levantando. Me levantei logo em seguida. Incrível: ela conseguia ser linda até quando está descabelada.
- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro, Gu
- Aquele poema que você escreveu ontem.. foi a primeira vez que escrevia algo assim? 
- Uhum.
- E, quem é aquele príncipe? 
- Quem eu queria que fosse, né...
- Uhum.
- É o mesmo que eu te falei. O garoto por quem estou apaixonada.
- Hum... – confesso que morri de ciúmes!

Ela foi até a mochila dela que estava na cadeira em frente á mesa para pegar a roupa e se trocar no banheiro. Peguei uma blusa cinza no armário e coloquei.

Lena

Dilma, que tal proibir por lei uma pessoa colocar uma blusa na sua frente? Cara, ele é muito lindo! E, por que tinha que colocar a blusa? Tava tão bom sem ela.

- Existe banheiro, sabia? – perguntei, rindo.

- Nada que você nunca tenha visto - ele sorriu
- Bom, se você não sabe o que é um banheiro, eu sei. Vou lá trocar a roupa.

- Ok
- Ok nada, eu hein... você sabe o que significa ok e não vou gastá-lo com você. - respondi rindo, me referindo a um dos meus romances prediletos e fechei a porta.

*~*~*~*

Depois que tomamos café da manhã, ficamos no quarto dele escutando música. Enquanto tocava Castle Of Glass (Linkin Park), eu lembrei:

- Gu, que horas eu vou pra casa? Esqueceu que amanhã é segunda? Tem dever de casa de matemática!
- Calma L., aquele dever é fácil! Que horas você quer ir? 
- Sei lá...
- De tarde?

- Pode ser...
- Depois do almoço? 
- Uhum.
- Odeio quando você fala "uhum".
- Uhum - eu disse com um sorriso sarcástico.
- Qual é a sua música preferida do Linkin? – ele mudou de assunto.
- Sei lá... Castle Of Glass ou Bleed It Out, e você?

- In The End.
- In The End é perfeito!
- Pois é. - ele concordou. 
- Gu, me empresta uma folha?
- Tá, ali na mesa.
- Brigadinha.
- De nadinha. - ele disse imitando a minha voz, eu ri.

Então escrevi:

“Ele é meu amado

Mas nada passa de amizade

Queria tanto ele como namorado

Estou sofrendo, isso é maldade”

- Tá escrevendo?
- Já escrevi.
- Posso ler? 
- Uhum. - e ele veio por trás de mim, se apoiando numa das mãos que estava sobre a mesa par ler, enquanto apoiava a outra no meu ombro.
- Ficou lindo, L.!
- Diz isso só porque é meu amigo..
- Não, realmente ficou lindo. E eu não sou só seu amigo – mas também o meu namorado, quem dera. - Sou seu melhor amigo, a não ser que você tenha me trocado pelo Daniel, né?! - ele fez cara de sério.
- Tá com ciúmes? Que fofinhoooo! – apertei a bochecha dele.
- Tenho motivos?
- Então... – provoquei.

- Ah, ta! Desculpa então, ele que é o seu "amado", né? - ele fez aspas com os dedos quando falou amado.
- Não, por favor, né Gu! Logo o Daniel?
- Sei lá, vai que...
- Vai que nada! E eu sei muito bem que a sua "Lua" é a idiota da Fabiana!
- Você está com ciúmes? Ciumentaaa! - ele fez cócegas na minha barriga.
- Não Gustavo, não estou com ciúmes. Caramba, me deixa!
- Calma nervosinha!
- Nervosinha, é... 
- Ei, você não tem motivos pra ter ciúmes de mim, tá bom? 
- Uhum. Até parece, Gustavo! Fabiana, Rosa, Letícia, Rafaela, todas essas... – suspirei. - Gostam de você.
- Nossa! Tô podendo, hein! Agora pode ter ciúmes. - ele riu.
- Gustavo vai se ferrar!
- Tá, mas me ajuda a escolher com quem: com a Fabi, com a Rô, com a Lê ou com a Rafa? 
- Ah, então já tem apelidinho? E, Gustavo, vai decidir sua vida sozinho que eu tenho mais o que fazer - ele gargalhou.
- Ciumenta! Ciumenta! Ciumenta! - ele cantou.

- Vai te catar! Vai te catar! Vai te catar! - eu disse cantando do mesmo jeito que ele. 
- Calma aí, nervosinha ciumenta! Qual é o seu nome mesmo? Ah é: Lena Ciumenta Nervosa Dantas.
- Idiota!
- Crianças, o almoço está pronto, venham! - a avó dele apareceu na porta, nos chamando.

Éramos apenas amigos..Where stories live. Discover now