Capítulo 33

30.1K 1.6K 302
                                    

Gustavo

- Em que posso aju... – virei, calando ela. – Você?

- L., me desculpa... por favor! – implorei. Ela me olhou e fechou a porta na minha cara. Okay, eu mereço. – Lena? Por favor, deixa eu falar com você. – Ela abriu.

- O que é Gustavo? Acha mesmo que vai chegar aqui, pedir desculpas e eu vou te perdoar? Vai voltar para aquelas suas amiguinhas!

- L., deixa eu falar. Por favor!

- O que você quer?                 

- Eu ia pedir para a sua mãe te entregar isso. Achava que ela abriria a porta, e não você. – falei enquanto olhava para os meus pés.

- Eu não vou te perdoar com uma cartinha! Ainda mais quando não tem nada além de mentiras escritas nesse papel!

- Lena, você pode me ouvir?

- Não! Me deixa!

- Eu sei que errei, caramba! Mas eu tenho motivos. Só deixa eu te falar. Você sabe que eu te amo! Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida! Por favor... – Era um grito ou um choro? Não sei. Olhei para ela: lágrimas. Não estava muito diferente de mim.

- O que aconteceu? – Sua voz estava mais calma, mas ainda nervosa.

- Posso te contar?

- Entra. – Ela deixou um espaço para eu entrar. Entrei e segui ela até o sofá. Sentei perto dela, mas nem tanto como eu sempre ficava. Saudades.

*~*~*~*

- E é isso. Eu quero muito achar a minha mãe... Mas eu sei que fui burro em fazer isso com você. Por favor, me perdoa. Eu errei. Eu errei muito. Eu te amo, L.! Eu te amo!

- Gu, eu não sei o que falar... – ela olhou para o chão, reconhecendo que devia acreditar em mim no começo. Mas obviamente, era impossível. – Mas você podia ter me falado que não tinha acontecido nada disso. Por que você não me falou?

- L., ele estava atrás da porta.

- Mas...

- L., eu não conseguia pensar. É meio difícil você descobrir que sua mãe está viva e o seu pai era alcoólatra. Mas por favor, me desculpa.

- É claro que eu te desculpo. – Ela chegou mais perto e me abraçou. Ela é exatamente tudo o que eu preciso.

- L., mas me promete que não vai contar isso para ninguém.

- Nem para a Bia?

- Para ela até pode. Mas nós precisamos fingir que você me odeia e eu não estou nem aí.

- Ok, mas como que a gente vai se ver?

- Eu venho aqui. O Luís não pode desconfiar de nada.

- Tá! Fica um pouco aqui? – ela fez uma cara de cachorro sem dono. Como eu podia dizer não?

- Só um pouco! Tenho que voltar para casa.

- Gu, o que você pretende fazer quando conseguir o número da sua mãe? Vai ligar?

- Não sei... é difícil saber que ela me largou para morar do outro lado do mundo. Por que ela não me levou junto? Eu quero saber tantas coisas, quero vê-la. Eu nunca vi nenhuma foto dela. Isso dói. Mas antes era mais fácil de aceitar, era uma “morte comum”.

- Não fica assim... Vem cá. – Deitei no travesseiro que estava na perna dela.

- É difícil...

- Eu sei. Mas pode contar comigo! Eu te amo! – Ela deu um beijo na minha testa.

- Também te amo. – sorri. – L.?

- Oi?

- Você acha que ela viria para cá? Será que ela sente saudades de mim ou me ama, sei lá?

- Impossível ela não te amar! E sobre ela se mudar para o Rio, não sei. É o filho dela, mas lá tem o sonho dela, né?

- Pois é, certeza que ela não vai nem atender, e quem garante que isso que o Luís disse é verdade?

- Gu, eu acho que é verdade, sim. O que você acha?

- Não sei... Vou falar com a minha avó. Mas eu não quero magoá-la, sabe? Ela que sempre cuidou de mim, não quero machucar a pessoa que mais me ama.

- Fala com ela. Só tenta não ser grosso e tal. Certeza que ela vai te ajudar!

- Talvez...

- Pode contar comigo, ok?

- Obrigado – agradeci. – L., já ta tarde... eu tenho que ir.

- Ah. – ela fez uma cara triste.

- Prometo que venho te ver em breve!

Fui de mãos dadas com ela até a porta. Olhei nos seus olhos, e depois para os seus lábios.

Lena

Eu era tão idiota por ter acreditado naquelas palavras! Eu devia saber que o Gu não é assim. Mas o que importava mesmo é que nós estávamos bem... eu acho. Beijei ele, até que precisamos de uma coisa chamada oxigênio.

- Boa noite, L.

- Boa noite, Gu.

E ele foi embora. Fechei a porta e subi as escadas. Entrei no meu quarto e faltava uma coisa: o quadro. Tirei ele das profundezas do meu armário e o pendurei no seu devido lugar. Jamais ele sairia dali. Jamais.

Heey! Sorry, o capítulo tá bem pequeno... Mas enfim, espero que gostem XD E desculpem se eu não respondi algum comentário, ou agradeci alguém por ter adicionado alguma das minhas obras a lista de leitura. É que o meu Wattpad bugou e eu não consegui ver as notificações. Beijoo <3

Éramos apenas amigos..Where stories live. Discover now