Éramos apenas amigos..

Capítulo 9

Gustavo

Tínhamos acabado de almoçar. A Lena estava arrumando as coisas dela para eu levá-la em casa. Eu fiquei esperando ela enquanto desenhava. Estava desenhando um filtro dos sonhos. O desenho era para ela, mas ela não sabia. Aliás, ela não sabia nem o que eu estava desenhando.

- L.?

- Oi?

- Já está acabando de arrumar?

- Uhum. Tá fazendo o que, Gu?

- Nada não... Só um desenho.

- Que desenho?

- Um desenho para alguma das minhas queridas... - ela me interrompeu dizendo:

- Pô, legal! Agora volta para a bosta do seu desenho que você vai dar para as suas quatro namoradinhas.

- Eu não ia falar namorada.

- Mas quis falar.

- Então... - ela bufou e eu ri.

- Quer saber, Gu? Odeio quando tentam me colocar ciúmes, ou seja, se você continuar, vai ver só! Eu não gosto mesmo, entendeu?

- Calma Lena, eu tava só brincando!

- Eu sei, mas não gosto.

- Eu também não gosto quando você faz isso de ficar me provocando. Você sabe que, sim, eu sinto ciúmes de você com aqueles idiotas. Você não é só uma amiga qualquer.

E ficamos ali calados. Ela terminou de arrumar a mochila e ficou sentada na cama esperando eu acabar de colorir o desenho. Ficou muito legal. Então fui até o meu armário e de lá tirei um quadro. Tirei ele da caixa e levei até a mesa. Tirei a foto de algumas frutas que estava ali e coloquei o filtro. Virei o quadro, e no verso dele, ia escrever: "Para minha Lua", mas temi que ela perceberia que era ela que eu amava, então não escrevi nada. Peguei o quadro e fui até ela.

Lena

Ele estava vindo até mim com um quadro na mão. Sentou-se do meu lado e disse:

- Para a minha ciumenta preferida. Assim você não vai mais ter pesadelos. - quando vi, era um quadro simples, a moldura branca e nele tinha um desenho de um filtro dos sonhos.

- Gu, é lindo! Eu amei! Amei mesmo! Obrigada! Muito obrigada! – agradeci,  abraçando-o.

- De nada, L. - ele sorriu.

- Te amo, te amo, te amo!

- Também te amo! - ele disse me dando um beijo na bochecha. Queria que o beijo não fosse na bochecha; queria que ele me amasse como eu o amo; queria ser mais que amiga dele, mas não uma super amiga, e sim a namorada dele. Não. Mais que isso: queria ser a Lua dele.

- Vamos? - disse soltando-o delicadamente. E fui até a minha mochila guardar o quadro lá, com muitíssimo cuidado, claro. Coloquei no meu ombro direito e fui até ele.

- Claro. - ele concordou, tirando a mochila do meu ombro e colocando no dele.

Fomos até a sala e me despedi da avó dele. Ele abriu a porta, saímos, e logo depois de fechá-la, pegou minha mão e entrelaçou meus dedos nos dele. Fomos andando na rua de mãos dadas. Como era perfeita aquela sensação. A mão dele ali na minha. Eu ia pular no colo daquele garoto. E, por favor, não me segurem!

- Gu, sabe aquele garoto que te falei?

- O que tem?

- Ele já me disse eu te amo algumas vezes. Você acha que ele disse só por falar, que é porque eu sou amiga dele ou porque ele me ama de verdade?