○32. - Caçada

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Rafael segue na frente, um objetivo lhe ocupando a cabeça para não pensar no irmão

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Rafael segue na frente, um objetivo lhe ocupando a cabeça para não pensar no irmão. Eduardo caminha ao seu lado, em silêncio. Lídia logo atrás dos dois. Gael se misturou ao grupo.

Caminham por incansáveis horas. Os amigos andam na retaguarda do grupo, protegendo-os instintivamente. Lucas havia insistido em levar uma garotinha no colo, que dorme um sono pesado. Os braços da mãe estavam cansados.

Alex olha com pesar para a menina. Seus olhos vasculham em volta, por entre as árvores. Ela encontra Miguel, e até onde seus olhos alcançam, mais duas crianças. Essa é uma guerra que elas não deveriam estar lutando.

— Podemos parar? - A ruiva pergunta para Eduardo, alto o suficiente para Rafael escutá-la também. - Estão cansados e com fome.

Gael se aproxima deles.

— Estamos andando há uma hora e meia, talvez duas... Calculo que em mais três horas nesse ritmo nós chegaremos... Eu nem sei mais aonde, na verdade.

— Em casa. - Rafael diz, se lembrando do abrigo. - Um lugarzinho seguro pra enchermos a pança.

— Não pretende levar essa galera toda em uma noite, né? Cinco horas andando? Temos crianças, cara.

— Vamos parar. - Naomi se aproxima deles, atravessando a multidão e apoiando a mão nos ombros do amigo. - Precisamos comer. As noites estão caindo cedo. Vamos comer, andar mais um pouco e arrumar abrigo pra dormir.

— Quem colocou você no comando, princesa? - Gael pergunta, os olhos semicerrados.

— Eu coloquei. - Eduardo se pronuncia. Encara Gael, que nem pisca.

Naomi dá um sorriso de vitória.

— Vai ser assim então. - Ele levanta os ombros, afastando-se.

— Ainda precisamos comer alguma coisa. - Rafael a lembra.

— Estamos em uma floresta, não estamos? - Ela sorri. - Se eu me lembro bem, você era um ótimo caçador.

Rafael sorri, as bochechas corando.

— É, quando eu tinha arco e flecha. Não vou gastar munição nem arriscar fazer barulho...

— A gente improvisa. Cuide da galera, façam algumas fogueiras pequenas e discretas, têm que ser apagadas antes de anoitecer. - Ela pede a Eduardo, que educadamente concorda.

— Posso ir com vocês? - A ruiva pergunta. - Eu caçava com meu pai... há muito tempo atrás. No pior dos casos, eu só não vou atrapalhar.

Naomi concorda com um aceno de cabeça, ansiosa para a atividade que mais a manteve entretida por toda a vida no abrigo.

Naomi se aproxima da retaguarda do grupo seguida de Rafael e Lídia. Os três com um sorriso travesso no rosto.

— O que foi? - Lucas pergunta baixo, ainda com a garota dormindo no colo.

Depois da RuínaWhere stories live. Discover now