○18. - Convenção de Silêncio

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(Naomi na imagem abaixo)

— Na noite em que Alex foi sorteada, eu não dormi

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— Na noite em que Alex foi sorteada, eu não dormi. Nem preguei os olhos. Eu estava feliz por ela, triste ao mesmo tempo. Ela é tipo... minha família, sabe?

Nicolas desanda a falar, comprado principalmente por uma sopa de abóbora quente colocada em suas mãos. Os outros três ouvem em silêncio, entretidos.

— Às duas da manhã daquela noite, o alarme rompeu. Eu nunca tinha ouvido aquilo, tanto estardalhaço por alguém fora da cama. Pensei até que pudesse ser coisa pior.

"Bom... Aproveitando o caos, eu corri pra casa dela, da Alex. Ela era minha vizinha de porta. Queria assistir àquilo tudo com ela, mas ela não tava lá".

Nicolas olha triste para as próprias mãos com a lembrança, brincando com a sopa quente na cumbuca de coco.

— Eu procurei ela por toda parte, aproveitando que na loucura não tinha mais essa de toque de recolher. E ela não tava em lugar nenhum, cara, ninguém tinha visto ela... Eu cheguei a cogitar que ela já tivesse ido embora sem se despedir, mas todas as coisas dela estavam lá, e ela nunca faria isso!

"Então, eu fui questionar. Eu corri até a praça central, tava todo mundo se acumulando lá pra ver o que tinha acontecido, e o pessoal da segurança empurrando eles de volta, todo mundo pra sua casa, e eu nunca tinha visto um caos assim lá dentro... Foi aí que eu avistei a Conti. Ela é fácil de achar, aquele cabelo loiro parece uma peruca. Ela estava lá, gritando com o pessoal dela, super envolvida, e eu vi que a coisa era séria."

Foi fácil chegar até ela, eu sou bem ligeiro. - Ele ri de si próprio, mas os outros estão mergulhados em seus relatos. - Eu... eu sentia que aquilo tinha a ver com Alex. E assim que eu me aproximei de Amélia, antes de me arrastarem de perto dela, ela os impediu. Me olhou com aquele sorriso cínico e perguntou se eu não era o amigo de Alexandra Annenberg.

"Foi então que eu tive certeza que alguma coisa tinha acontecido."

"Me disseram que ela tinha fugido. A minha primeira reação foi... rir, né? Por que que ela sairia de lá? Como? Ela já tava com a vida garantida e sair é a mesma coisa que cometer suicídio. É o que pensávamos. Aí... eles tentaram me comprar. Disseram que se eu não fizesse nenhum auê sobre isso, eu podia ir no lugar dela lá pra fora, recomeçar. Sem estardalhaço, só... Só ir".

"E cara, eu quase caí nessa. Eu me convenci de que de alguma maneira ela conseguiu fugir. Tipo, mesmo que ela quisesse, como ela teria conseguido? Mas eu... Eu amo a Alex, sabe? Ela tava feliz, ela não faria isso, ela pediria ajuda, qualquer coisa".

"Então de cara eu concordei que iria no lugar dela, mas eu fui andando pensativo pra casa. E... eu passei na frente do hospital em que ela trabalhava. Disseram a mesma coisa pra Ava, a chefe dela, ela tava aos pedaços, e eu não... A gente sabia que alguma coisa tinha acontecido. Aí eu fiquei com medo".

Depois da RuínaWhere stories live. Discover now