Trinta e Sete

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Henry Holloway

Raiva era o que eu sentia desde o momento em que eu ouvi a gravação completa da conversa de Hunter e de Austin.

Quem ele pensava que era para me fazer desistir? Quem ele pensava que era para agir daquele jeito com a minha mulher?

Obviamente eu não iria lhe entregar vitória, ele estava muito enganado com isso se pensava que eu ouviria suas palavras e desistiria da luta.

Eu soube no momento em que Austin foi atrás de Hunter que ele nunca iria se entregar, e muito menos de boa vontade. Eu conhecia aquele cara como a palma da minha mão, ele era podre de corpo e alma.

—Você tem certeza disso? — Ryan pergunta mais uma vez no treino.

Já fazia uma semana que eu estava treinando e me recuperando, e todos os dias Ryan me perguntava a mesma coisa.

A luta seria amanhã, agora estávamos na reta final e eu sinceramente não estava nervoso, mas sim com medo.

Medo de não conseguir lutar o suficiente e acabar me machucando mais.

Mas ignoro esses pensamentos e não deixo Ryan descobrir mesmo sabendo que isso provavelmente estava estampado em minha cara.

Assinto com a cabeça para ele.

—Sim Ryan, eu tenho certeza. — comento.

—E suas costelas? — ele pergunta sério.

Olho para elas e contraio meu abdômen, ainda doía um pouco mas nada como no primeiro dia.

Isso não me impediria de lutar.

— Estão ótimas, nem parece que eu levei uma surra. — digo mentindo com um sorriso fraco.

Ryan ergue seu olhar para mim e caminha em minha direção.

Seu dedo afunda em minha costela e eu grito alto.

—Mas que merda?!

Ele sorri maliciosamente.

—Foi o que eu pensei.

Ele volta a se sentar e vira seu olhar pra mim me observando fazer meus exercícios.

Resmungo baixo.

—Mesmo que esteja doendo ainda, isso não vai me impedir.

Ele assente desistindo de me convencer. Afinal, já fazia uma semana.

—Se você diz, vou confiar em você.

E, depois disso, ele não me impediu e nem me interrompeu ao me ver treinar.

Depois de uma tarde inteira aqui, Ryan falou que já era o suficiente.

—Você sabe que não iremos treinar amanhã não é? Você precisa descansar.

Assinto para ele alcançando minha garrafa de água.

—Por mim tudo bem, amanhã trabalharei mais no meu psicológico porque sinceramente não está fácil.

Meu amigo ri e logo vamos para os nossos apartamentos nos últimos andares.

Austin não havia chegado ainda de seu trabalho então resolvo ligar para ela enquanto retiro minhas roupas me preparando para tomar um banho.

Ela atende na segunda chamada.

—Mas o que foi agora?— ela pergunta parecendo estar irritada.

Pisco confuso.

—Nossa desculpa aí, não queria te irritar. Minha existência já é difícil demais pra você, não é? — respondo de forma dramática.

Ela bufa.

RecontruídoWhere stories live. Discover now