Recontruído

Trinta

Quatro semanas depois

Henry Holloway

No final das contas, Austin tinha razão, com o tempo as pessoas foram esquecendo as notícias do casamento falso. Mas, definitivamente, falaram muito sobre isso por semanas.

Agora todos não confiavam mais na minha índole, e eu tento até hoje ignorar o que os outros pensam sobre mim.

Mesmo que pareça ser uma missão impossível, não fui um completo fracasso nessa situação.

— Quem é que faz um evento em uma Quarta-feira? — pergunto confuso para Austin.

Ela, que estava muito focada no espelho se olhando, apenas responde sem desviar o olhar.

—Bem, digamos que é complicado fazer em final de semana pois todos possuem algum compromisso. Hoje é um bom dia, nesse ramo você ficaria impressionado em como as pessoas acreditam que pode se fazer festa em qualquer dia da semana.

Não argumento com ela, apenas assinto com a cabeça para a sua explicação óbvia e me sento na cama ao terminar de me arrumar.

Hoje teríamos um jantar comemorativo em seu trabalho, era um evento grande e Austin estava a semanas falando sobre ele.

—Você acha que está bom? — Austin me pergunta ainda se olhando no espelho, parecendo se sentir insegura com seu traje.

Meus olhos brilham ao vê-la na minha frente, meu coração chega a errar as batidas quando eu a observo dos pés à cabeça.

Eu tinha a mulher mais linda do mundo ao meu lado.

— Se está bom? Você está incrível! Ninguém irá resistir a você vestindo assim. Estou até com falta de ar aqui.— me levanto da cama e finjo me abanar e vou até ela envolvendo meus braços em sua cintura a abraçando por trás. —Eu mesmo quero esquecer essa janta estúpida e ficar aqui com você.

Ela avalia melhor a situação e, ainda sem nenhum contato visual, comenta ainda com seus olhos vidrados no espelho.

—Mas olha isso, de lado parece que tenho  uma barriga avantajada. Não acha que eu acabei engordando? — ela pergunta apreensiva.

Mulheres, sempre com essas paranóias.

Beijo seu pescoço e ela se arrepia sob meu toque.

—Eu acho que você está perfeita. — continuo a distribuir mais beijos. — E não estou vendo nenhuma gorda aí. — minhas mãos passeiam por seu corpo.

Ela deposita um tapa na minha mão em  sinal de brincadeira.

—Pare, assim eu acabarei cedendo aos seus truques. — ela se vira e sorri abertamente para mim.

Meus lábios pousam nos seus e, sem nenhuma dúvida, ela retribui o beijo.

Colamos nossos corpos mais ainda e sinto sua língua adentrar a minha. Acabamos se envolvendo em um beijo apaixonante.

Suas mãos voam para o meu rosto e Austin começa a acariciar minha bochecha. Ela morde meu lábio inferior e eu solto um gemido em sua boca por isso.

Logo ela me surpreende se afastando quando minhas mãos começam a passear pelo seu tronco.

—Acho melhor nós irmos agora.Vamos, antes que coisas começem a acontecer. — ela diz timidamente.

Uno minhas sobrancelhas em confusão.

—De que coisas você está falando, hun? — pergunto me fazendo de desentendido.

Ela revira seus olhos e sai de meus braços alcançando sua bolsa em cima da cama e indo até a porta.