Quinze

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Austin Letter

Eu não sabia o que estava fazendo.

Ficar próxima dele desse jeito novamente estava me deixando louca.

Eu disse à ele para não confundir as coisas, eu o avisei no avião. Mas no fim, quem acabou confundindo fui eu.

Em apenas um dia eu já estava acabada psicologicamente e frustrada sexualmente.

Eu o amava, sempre amei e nunca deixarei de amar. E agora iríamos se casar, por um ano eu terei que viver com ele ao meu lado.

E isso simplesmente acaba comigo.

Aquela mulher me irritou profundamente, Henry tinha completa razão, eu bati nela por ciúmes dele.

Ouvir todas aquelas mulheres gritando para ele era uma tortura enorme para mim, ainda mais que nenhuma delas sabia que nós estávamos juntos.

Ele provavelmente já ficou com centenas dessas mulheres. E isso de certa forma me incomodava.

Agora, depois de me atracar nele no bar, estávamos indo para sua casa.

Apenas eu e ele.

Eu não estava encenando, dei essa desculpa mas eu realmente queria
beija-lo.

E, Deus, como ele beija bem.

Sempre tivemos química, e depois de todos esses anos isso só aumentou.

Estávamos indo em direção a sua casa, o silêncio se instalou pela maior parte do caminho e durante esse meio tempo as cenas se repetiam em minha mente.

Eu estava tão distraída que nem percebi que nós estávamos quase chegando em seu apartamento.

Tive que mandar esses pensamentos para longe porque quanto mais eu lembrava, mais desejo eu sentia em relação à ele.

E ele estava a centímetros de mim, um simples toque e tudo iria por água abaixo.

Uma risada ecoa em sua garganta me assustando e eu me viro para encarar seus olhos.

Ele estava sorrindo.

—O que foi? — pergunto curiosa por sua manifestação.

Ele dá de ombros sem tirar seus olhos do painel.

—Essa foi a primeira vez que dançamos juntos. Eu sempre sonhei com isso enquanto estava na cadeira, sentir seu corpo próximo do meu e mostrar a todos a mulher linda que está comigo. E isso realmente aconteceu.— seus olhos estavam marejados.

Engulo em seco.

—Droga Henry, não faça isso. — digo desviando meus olhos para a janela, não querendo mais encara-lo.

Henry desacelera e entra em um portão enorme, o mesmo se abre e ele entra no local me deixando de queixo caído.

O apartamento era incrível, extremamente luxuoso e de tirar o fôlego.

—Você mora aqui? — era incrivelmente exagerado para um simples lutador como ele.

Ele ignora minha última pergunta e estaciona em uma vaga livre perto da porta de entrada.

—Não fazer o que? — ele ergue uma sobrancelha a mim, ainda curioso com a nossa conversa de antes.

Eu respiro fundo, tentando me controlar para não ser grossa com ele.

Nossos olhos se encontram e eu me sinto encorajada com esse pequeno gesto.

—Não lembre-se sobre como nós éramos antes, não lembre-se como você era antes.

RecontruídoWhere stories live. Discover now