Recontruído

Oito

Austin Letter

Henry chegou mais rápido do que eu esperava.

Termino de calçar meu tênis e pego meu celular colocando-o em meu bolso. Depósito um beijo rápido em Riley e logo desço para encontra-lo.

E assim que chego lá embaixo, vejo seu carrão estacionado, mais lindo do que eu inteiramente.

Respiro fundo e abro a porta.

Ele estava mais bonito do que o normal,  com uma calça jeans escura e uma blusa branca que definia todos os seus músculos.

Sem contar do seu cheiro.

Ele estava com suas mãos apoiadas em seu joelho, seus olhos viraram para mim e um brilho imensurável surge.

Fecho a porta ao meu lado e me viro para encontrar seus olhos. Mordo meu lábio inferior para segurar qualquer traço de emoção que ameaça surgir em meu rosto.

— Oi. — ele diz em um tom  incrivelmente sexy.

— Oi. — respondo envergonhada.

Recolho minhas mãos trêmulas em meu colo que, até então, eu não havia percebido o quão nervosa eu estava.

— Quer dizer que eu não mereço um beijo de cumprimento por chegar no horário? — ele diz erguendo sua sobrancelha em um tom de divertimento.

Sorrio para ele e me aproximo de seu rosto, depositando um beijo demorado em sua bochecha.

Ele não se afastou, nem eu, apenas disfrutamos desse pequeno gesto por tempo suficiente.

Mas logo volto para meu lugar me ajeitando no banco, ele faz o mesmo e dá a partida no carro.

Sentindo o silêncio se aprofundar, decido puxar assunto com ele.

— É mais fácil agora você usar calça jeans, não é? Eu me lembro que você odiava isso. — digo à ele notando suas roupas.

Ele solta uma risada.

— É, digamos que agora eu uso bastante. Mas eu ainda prefiro minhas calças de moletom, não a nada como sentir suas pernas livres. Quer dizer, mesmo que antes eu não sentia elas... a você entendeu.

Reviro meus olhos à ele.

— Mesmo sem ser aleijado, você ainda faz piadas sobre isso?

Ele dá de ombros, mostrando que não se importava.

— Mas é claro que eu faço. — ele faz uma pausa, parecendo pensar um pouco. — Mas, será que é meio desrespeitoso falar isso agora, já que eu não sou mais um?

Reflito sobre isso e logo dou à ele a resposta.

— Se for na frente de mim e de Ryan, tudo bem. Mas acredito que a mídia ou qualquer pessoa de fora não gostaria de ouvir isso.

Seu rosto fica mais sério, seu divertimento desaparece.

— Nem me fala.

Não demorou muito a viagem, logo ele estaciona e nós dois descemos.

Estávamos na colina Gianicolo, a melhor vista da cidade.

Eu amava esse lugar.

— Ou você me trouxe aqui para me jogar dessa enorme altura, ou você está tentando me seduzir. Espero que não seja nenhuma das opções. — digo em humor ao seguir o caminho para mais perto da vista com ele ao meu lado.

Ele sorri para mim.

Seu braço faz a volta em minha cintura me guiando para frente. Não o afasto, até porque eu queria senti-lo assim tão perto.