Cap. 26

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O primeiro amor é eterno, apesar de pertencer a um passado distante.

Cecília Meireles.

_ Você acha que é definitivo? _ perguntei  surpresa com o que minha amiga havia acabado de me contar.

_ Peguei ele na cama com outra, claro que é definitivo. _ respondeu como se fosse óbvio e percebi o quão idiota minha pergunta tinha soado idiota.

_ Aquele cretino estava dormindo com a baranga a semanas... sabe o que é se sentir um lixo? Insuficiente? - assinti com cabeça pensando no Dean.

_ Entrar no quarto dele e vê aquela cena patética foi como levar um estômago.

_ E o que você fez? _ perguntei curiosa.

_ Nada! Fechei a porta e vim pra cá. Os cretinos nem perceberam minha presença. _ Seu olhar era sombrio ao falar.

_ Ele não era o cara certo...

Sentei ao seu lado na cama, abraçando-a de lado. na cama ao seu lado, esperando que me jesto lhe passasse algum conforto.

_ Sei disso! _ Murmurou tristonha. _ O pior de tudo é que eu gostava dele de verdade. Me sinto tão idiota, Lís... -

   Mari me abraçou, deixando os soluços, que tanto guardava,  finalmente saírem. Era triste vê como uma menina tão doce e extrovertida como ela, havia sido quebrada da mesma forma que outras. Até da mesma forma que eu. O mau do amor é que além de ninguém conseguir fugir dele, ninguém consegui passar por essa experiência ileso, também.

   Todos já haviam se dado mal no amor e todos haviam perdido uma parte sua pra ele. Era algo natural e irreversível. Alguns perdiam mais que outros, e isso dependia da intensidade. Eu, por exemplo... Me dei mal duas vezes, mas em intensidades distintas. A primeira foi dolorosa e difícil de superar. A segunda foi como uma injeção, doeu no instante seguinte, mas depois de algumas horas era como se a dor nunca estivesse existido. Eu não sabia dizer qual era o tamanho do estrago que o Pedro havia feito na minha amiga, mas desconfio que não tenha sido como uma injeção.

Mari se recompões depois de alguns minutos. Se afastou e pude ver seus olhos inchados e vermelhos.

_ Sinto muito...

_ Está tudo bem, Lís. _ assentiu e sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. _ Como foi lá com o Max? _ mudou de assunto.

_ Max? _ perguntei sem entender.

_ Você não me deixou sozinha dizendo que iria atrás do diabo?_ Revirou os olhos. Ela sempre fazia isso quando o assunto era o Phillips...

_ Não achei ele.

_ Então por quê demorou tanto? Eu quase surtei nesse quarto sozinha, com vontade de voltar naquele lugar e degolar o cretino do Pedro.

_ E... Eu... Eu estava com o Stone... _ gaguejei.

Senti meu rosto queimar ao falar seu nome. O beijo não saiu da minha mente desde o acontecido, nem por um segundo. Cheguei no quarto me torturando por ter dito todas aquelas mentiras idiotas. Eu não o queria longe, nem que ele me esquecesse. Tudo o que eu queria era poder abraça-lo e beija-lo por todo o tempo perdido. Era errado? Claro... Mas eu não conseguia tirar esses pensamentos da cabeça.

_ E o que houve? _ perguntou curiosa, mas ainda assim, um pouco para baixo.

_ Eu cheguei no quarto do Max e o Dean abriu a porta de toalha. - começei a contar, corando rapidamente.

Sempre foi Você. 1 Vol. [Concluído]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora