cap. 13

5.5K 412 44
                                    

  Cansei de ficar sentado naquele lugar sozinho, enquanto me lamentava  pelas burradas do passado, e me levantei querendo uma banho e minha cama

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

  Cansei de ficar sentado naquele lugar sozinho, enquanto me lamentava  pelas burradas do passado, e me levantei querendo uma banho e minha cama. Não assistiria as aulas da tarde nem morto.

  Andei pelos corredores com a cabeça a tempo de explodir... levei a Lis pra um lugar mais reservado, na intensão de nos entendermos e que ela me perdoa-se. Entretanto tudo foi por água a baixo.

  Percebi que o que estava no diário não era exagero... eu realmente tinha à machucado. E isso me machucou também, de certa forma.

   Seu olhar e suas palavras eram me dirigidas com pura repulsa. Cada sílaba que saia da sua boca vinha carregada de sarcasmo. Tenho certeza que se ela pudesse me transformaria em cinzas.

  Mas então ela vacilou, e deixou cair a máscara da "garota esquentadinha", quando me aproximei quase a beijando. Senti seu corpo responder a minha aproximidade. Reparei em sua pele arrepiada e sua respiração descordenada. Eu ainda mexia com ela. Anna Lis ainda sentia algo por mim, mesmo que fosse algo bem mínimo.

  Milésimos se passaram e a menina se recompõs botando a sua máscara de volta. E me amaldiçoei por ter perdido a chance de finalmente beija-la .

  Anna Lis me afastou e soltou a piada do ano. Que estava "namorando o Max."

Meu melhor amigo, o Max.

   Seguro uma gargalhada para a garota não entender errado. Mas a cada segundo que se passava, mais Lis parecia estar dizendo a verdade. E minha raiva subiu só de pensar na hipótese daquele absurdo não ser uma brincadeira de mau gosto. Sabia que não tinha direito nenhum de ficar com ciúmes, mas o que eu podia fazer se estava apaixonado por ela?

E o Max não a merece.

   O meu melhor amigo é um dos piores babacas do Brasil. Ele não se importava com ninguém a não ser com ele mesmo.

  A Lis merece mais, bem mais. Não que eu seja essa pessoa, mas se ela quise-se, eu com certeza tentaria ser esse bem mais.

   Chegando na porta do quarto segurei o trinco pra abri-lo, e o mesmo estava trancado.

Peguei as chaves no bolso da calça e abri a tranca.

  Parei ao lado da porta, assim que vi a cena que me fez se arrepender de não ter ido pra aula.
   Max, estava aos beijos com uma garota em cima da minha cama. Fiquei calado, pensando se interrompia ou não o casal, e foi ai que a vi.

  Meu melhor amigo virou um pouco o rosto e consegui ver que, quem ele beijava era a Anna Lis. Os dois nem perceberam a minha presença de tão focados que estavam.

  Minha raiva veio quase que instantaneamente. A vontade de arranca-lo de cima dela, era enorme. Ele a tocava com tanta veemência, que meu corpo se contorcia de raiva.

Minha cabeça tava uma confusão de sentimentos. Ódio, raiva, repulsa, decepção, mágoa.

Sai do quarto antes que perdesse o controle, fechando a porta atrás de mim.
  Sai com pressa daquele lugar, indo em direção ao estacionamento. Precisava sair e rápido, daquela merda de escola. Respirar alguma coisa diferente.

  Entrei no carro batendo a porta com força e saio do estacionamento com as marcas do pneu, marcadas no chão. Se fosse pra mim estravasar que, fosse bem feito.
Saio procurando o asfalto vazio, pra descontar nele, toda a minha raiva e repulsa.

  Ligo o rádio, atrás de algo para me distrair. Não que eu consegui-se prestar atenção nas coisas a minha volta, focar no asfalto a minha frente, já era um esforço e tanto.

  Aperto botões tentando achar algo que, ainda não sabia o que era. Talvez fosse só procurando algo pra fazer, não sei. Perco a paciência e paro de apertar as merdas dos botões, atrás de algo lixo.

E que lixo!

A melodia que soa aos meus ouvidos, pode se considerar a mais brega que existi.

Agora não adianta mais
você pra mim já era. Agora tanto faz,
outro alguém me espera...
Agora eu já tô em outra
Da tua bad eu tô de boa

Apesar dá música ser péssima e melosa de mais. Parecia tá sendo cantada pela Ana Lís, pra mim.
Pelo que vi, com outro ela já tava.

Me ergo em direção ao rádio, pra tirar aquela droga. Mais me detive quando escutei a segunda estrofe.

A raiva tava me cegando de uma forma avassaladora. A estrada a minha frente não passava de borrões

Se lembra quantas vezes
eu chorei
Se lembra quantas
Vezes te esperei
E cadê você?
Agora não adianta
Vim chorar
Foi você que
Me ensinou a te deixar....

Escuto cada palavra como uma facada nas costas. E o pior de tudo é que a droga da música não tava mentindo. Deixei ela ir e agora tô aqui sofrendo.

Não foi você quem disse que era pra te esquecer?

A música soltava cada palavra, como se fosse realmente pra mim, me dando mais raiva ainda. Apertei o volante com mais força, fazendo com que os nós dos dedos doessem.
Deixo meu olhos focados totalmente na estrada, fazendo com que a música agora, não passasse só de uma música de fundo, muito baixa. Piso no acelerador, com cede de velocidade. Eu necessitava de adrenalina, tanto quanto necessito de oxigênio. Precisava tira-la da cabeça. Tirar a cena do quarto. Tirar tudo. Ficar só eu, o barulho do motor e a adrenalina nas veias.
A paisagem passava por mim, como se fosse só lembranças. Sumia mais rápido do que aparecia.

Sempre foi Você. 1 Vol. [Concluído]Where stories live. Discover now