Miguel
— O que você acha de ir ao boliche hoje?
Miguel leu a mensagem e não conseguiu evitar o sorriso.
— Ótima ideia!
Milena explicou que era uma programação com os jovens de sua igreja e também deixou claro que estava fazendo aquilo para deixá-lo mais animado. Não havia nada que animasse mais o Miguel do que ver Milena.
E os dois estavam se divertindo bastante, até Milena torcer o tornozelo.
— Você está bem?
— Acho que torci o tornozelo...
— Vem comigo! – Miguel colocou o braço de Milena em volta de seu pescoço e a ajudou a se levantar.
— Não precisa fazer isso... – ela disse sem graça.
— Vamos só até aquele banco... – ele apontou. – Consegue andar?
— Não. Dói.
Miguel a segurou firme e Milena foi pulando em um pé só, até chegar no banco que estava próximo e se sentou.
— Eu vou ver se acho um pouco de gelo.
Miguel correu pelo local e percebeu a lanchonete que havia ali dentro. Conseguiu o gelo e voltou para o banco onde Milena estava sentada.
Apesar do imprevisto e de no final acabar nem jogando boliche, Miguel adorou a noite. Ele a aproveitou bastante conversando com Milena e os dois acabaram descobrindo muitas coisas um sobre o outro. E no final, ainda a levou em casa.
— Obrigada, Miguel, por tudo!
— Não sei se deveria agradecer, afinal, foi minha culpa.
— Não foi não! E estou agradecendo pelo seu cuidado comigo. Você foi bastante atencioso... Você é um ótimo amigo, Miguel.
“Amigo. De novo.”
Miguel ficou sério de repente. Quando ela enfatizava aquilo, Miguel sentia que estava cada vez mais distante de conquistá-la.
— Sim... eu sou. – ele ficou sem graça.
— É... como você vai pra casa?
— Uber! – ele mostrou o celular.
— Quer que eu espere?
— Não... pode entrar. Você precisa descansar...
Ela assentiu e acenou com a mão, entrando na casa logo em seguida.
Miguel não conseguia parar de pensar em Milena falando sobre ele ser um ótimo “amigo”. Claro que eles eram amigos, mas o jeito de ela falar só fazia Miguel se sentir cada vez mais longe de um possível relacionamento.
[...]
Miguel levantou-se decidido no dia seguinte. Logo após tomar o seu café-da-manhã, dirigiu para o endereço que há pouco ele tinha descoberto.
— Miguel? – Milena estranhou quando abriu a porta de casa.
— Oi – ele sorriu contente por vê-la novamente.
— O que você tá fazendo aqui? – ela estava visivelmente surpresa.
— Vim saber como você está e te levar ao médico.
— Ao médico? – Milena riu. – Eu estou bem... – ela olhou para o pé. – Nem está doendo muito hoje...
— Mas ainda dói?
— Bem... só um pouquinho...
— Então, vamos ao médico!
— Você está falando sério mesmo?
— Muito sério – Miguel tentou ficar sério, mas abriu um enorme sorriso.
— Eu... eu só vou falar com os meus pais e... – Milena olhou para dentro de casa. – Você quer entrar?
— Não quero incomodar...
— Eu preciso trocar de roupa pra sair, acho melhor você entrar.
— Está bem...
Miguel entrou na casa e Milena o levou até a sala, onde seu pai e sua mãe assistiam a um filme.
— Mãe, pai... O Miguel está aqui.
Os dois olharam surpresos para a porta da sala. Lucy se levantou e foi até o jovem.
— Que surpresa você aqui...
— Nem me fale... – Milena riu. – Eu vou me trocar.
— Eu... eu vim pra levá-la ao médico... Por causa de ontem...
— Ah... sim. – Lucy puxou Miguel pelo braço e o fez se sentar.
— Você é Miguel, filho do Paulo André? – perguntou Cláudio.
— Sim...
— Uma pena termos perdido contato...
— O senhor conhece meu pai? – Miguel olhou surpreso para o pai de Milena.
— Nós trabalhamos juntos na igreja do centro, há muitos anos. Éramos líderes e muito amigos...
— Nossa! Não sabia...
Cláudio contou algumas histórias do tempo de liderança de jovens, junto com o pai de Miguel e ele estava surpreso em saber tantas coisas.
— Estou pronta – Milena surgiu na sala.
Miguel olhou para ela e sorriu. Ela estava com uma roupa comum, mas ele a achou bela. Não importava o que ela fizesse, Miguel já estava encantado por Milena.
— Vamos, então? – Miguel se levantou e se despediu dos pais de Milena.
— Pode vir nos visitar sempre que quiser, Miguel! – Lucy disse à porta.
— Pode deixar...
Os dois foram para o carro de Miguel e ele dirigiu para o pronto socorro.
— Meu pai deve ter levado um susto quando te viu lá em casa...
— Por que?
— Ah... nunca nenhum rapaz foi lá, sabe?
— Sei... – Miguel riu. – Fiquei nervoso em falar com ele também...
— Nervoso? Por que?
— Ah... é que... Vai que ele pensa alguma coisa, sabe?
— Não... Ele já sabe de você.
— Sabe de mim?
— Não! É que... eu falo de você sempre pra minha mãe... e ele já deve ter ouvido...
— Vocês falam sobre mim? – Miguel não conteve o riso.
— Ah... é que... você é o único amigo homem que eu tenho... e já tive...
— Eu entendi... Você também é a única amiga que já tive...
— Eu? – Milena começou a rir. – Duvido muito...
— Por que? – ele estranhou.
— Miguel, eu já vi você conversando com muitas meninas...
— Conversar não é ter amizade. Acredita em mim, você pra mim é diferente de qualquer outra garota!
Milena sorriu e assentiu. Parecia estar feliz com aquela frase.
Os dois chegaram ao pronto socorro e demorou um pouco para Milena ser atendida. Miguel aproveitou para conversar com Milena e aproveitar cada segundo ao lado dela.
Após o atendimento médico, exames e retorno ao médico, Milena foi liberada sem nenhuma fratura ou algo sério no tornozelo.
— Eu disse que não era nada!
— Mas não custava nada verificar.
— Você é assim mesmo?
— Gosto de cuidar das pessoas que eu...
— Que eu...? – Milena repetiu ao perceber que Miguel paralisou por alguns segundos.
— Que eu... admiro.
— Tá bom!
— Sabe... já que tirei você de casa, vamos a um lugar?
— Tá... – Milena concordou, mas estranhou.
Miguel dirigiu até o parque da cidade. Era um lugar natural, com um enorme lago e onde muitas famílias iam passear no fim de semana.
— Nossa! Faz tempo que eu não venho aqui – Milena observava o local.
— Eu também...
Os dois caminharam um pouco perto do lago.
— Miguel, eu não quebrei nada, mas o meu tornozelo ainda dói...
— Ah. Verdade!
Miguel olhou ao redor, procurando por um banco onde pudessem se sentar, mas não tinha nenhum. Ele sorriu com a ideia que surgiu na mente.
— Vem comigo! – ele puxou Milena para a grama e então tirou a jaqueta que estava usando e colocou no chão.
— O que você está fazendo? – ela riu.
— Senta e espera um minuto! – Miguel a ajudou a se sentar e saiu correndo.
Pelo parque havia alguns vendedores de lanches e em poucos minutos, Miguel juntou o suficiente para colocar em prática a sua ideia.
— O que é isso? – Milena observou Miguel colocar as coisas organizadas sobre a jaqueta.
— Um piquenique! – ele disse orgulhoso.
Milena riu, mas pareceu gostar da ideia. Os dois comeram o que Miguel havia comprado e depois ficaram observando o lago e toda a beleza do parque.
— Sabe... eu sempre sonhei com um piquenique no parque... – ela confessou.
“Eu sei...” – Miguel pensou orgulhoso, se lembrando da lista que tinha feito.
— Mas com certeza, algo melhor que isso! – ele disfarçou.
— Não... – ela sorriu docemente. – Está perfeito!
Eles ficaram mais um pouco no parque e depois Miguel levou Milena para casa.
— Obrigada por tudo, Miguel!
— Só fiz o que achei que deveria fazer...
Ela sorriu e então entrou em casa. Miguel suspirou depois que a porta fechou.
“Agora... só falta eu ter a coragem de falar o que eu sinto...Continua...
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Quando um sonho vem de Deus
SpiritualÉ possível sonhar com alguém que você nunca viu? [CONCLUÍDO] PRIMEIRO LUGAR no Concurso Palavras de Ouro - Categoria Espiritual (Livro 1) Milena e Miguel são dois jovens tementes a Deus e que tem o sonho de se guardar para alguém especial. Os dois...