Capítulo 10 Valentin

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Capítulo 10 

Lizzy olhava alternadamente de mim para Theodoro. Ela era muito perspicaz e inteligente, ela sabia que escondíamos algo, só não tinha a mínima ideia do que.

Nós três ficamos conversando por um bom tempo após o término da queima de fogos.

Theodoro comentou com ela que tinha feito seu pedido assim como o ensinou, e quando Lizzy falou para ele que eu também tinha feito meu pedido, Theodoro desembestou a rir descontroladamente.

- O que foi seu babaca? – Eu estava irritado.

- É pior do que eu pensava. – Falou sem parar de rir.

- O que é pior do que você pensava Theo? Não entendi.

Imediatamente ele ficou sério e se voltou para Lizzy.

- Nada, sua pequena curiosa. – Desviou o olhar dela e me encarou. – Espero que não seja nada, ou talvez que seja tudo.

Eu lhe lancei um olhar furioso e ele entendeu o meu recado.

Theodoro era meu amigo, eu o escutava e aceitava seus conselhos, mas não permitiria que chamasse minha atenção na frente dela.

Logo ele mudou de assunto e me deixou menos tenso.

Eu sabia onde estava me metendo. Sabia quais seriam as consequências das minhas atitudes, mas mesmo assim, eu não deixaria de fazer tudo o que eu estava imaginando.

O que eu estava sentindo era tão novo, tão forte e fora de controle, que eu não podia e não queria fechar os olhos para aquilo.

Lizzy seria sim a minha perdição, mas tenho certeza que também seria a minha salvação.

Não sei como e nem o porquê de me sentir assim, tão dependente dela e do que ela estava fazendo comigo, afinal, nos conhecíamos a poucas horas, mas sentia como se a conhecesse há muito tempo. Sentia como se ela me conhecesse a muito tempo. Nós tínhamos uma ligação surreal, não só do corpo, de modo sexual, mas uma coisa mais forte, talvez uma ligação de almas.

Sim, eu acredito nisso, pode parecer mentira, mas eu acredito. Amor verdadeiro. Almas gêmeas. Destino. Acredito piamente que nada acontece por acaso. Que você não conhece uma pessoa por acaso, e por isso sei que ela entrou na minha vida com um propósito. Ainda não sei qual é, mas tenho certeza que logo saberei.

O ano de 2012 tinha sido normal e um saco como todos os outros, mas alguma coisa me dizia que 2013 seria totalmente diferente, e só pelo modo que ele começou eu sabia que ia adorar o que estava por vir.

***

A festa transcorreu animada.

Lizzy circulava em todas as rodinhas de modo confiante e muito a vontade. Todas as pessoas que a cercavam a olhavam com admiração e estavam sempre sorrindo.

Os homens não tiravam seus olhos de cima dela. Não faziam questão de disfarçar o seu interesse. Toda vez que via algum “babando” por ela, sentia um ciúme incontrolável me dominar, mas não podia fazer nada, afinal ela era deslumbrante e uma beleza como aquela não passava despercebida, sem falar no seu carisma, que com certeza, se destacava bastante.

Eu não fazia questão de socializar, na verdade não me sentia a vontade. As únicas pessoas com quem eu me sentia bem para poder ficar perto e desenvolver uma boa conversa eram com Theodoro e agora com Lizzy.

Não que nós já tenhamos conversado muito, alias, não conversamos, trocamos algumas palavras, ofensas, provocações, alguns amassos e beijos deliciosos, mas mesmo assim eu sentia e sabia que poderia conversar com ela numa boa.

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