Meu lugar no paraíso

Capítulo 4 Lizzy

 Capítulo 4 

A casa deles era enorme, linda. Não sei por que me surpreendi, pois tudo naquele lugar era luxuoso e lindo, isso porque vi tudo à noite sem conseguir enxergar a real beleza que com certeza seria bem maior vista a luz do sol.

Era uma casa de dois andares. Em baixo havia uma sala de estar enorme, com vários sofás, quadros e moveis de madeira. Era uma coisa rustica, bem masculina, mas luxuosa e de muito bom gosto.

Passamos por uma sala de jogos onde vi uma mesa de sinuca, pebolim e uma enorme TV onde um vídeo game de ultima geração estava instalado. Ri ao ver aquilo, pois era a cara do Theo, mas não tinha nada a ver com Caim.

Passamos por uma sala de TV onde tinha uma pequena biblioteca e depois fomos a uma enorme cozinha toda de inox lindíssima.

Theodoro foi até um armário, pegou uma chaleira e a encheu de água.

- Vou fazer um chá. Enquanto a água ferve agente toma um banho e troca essa roupa encharcada.

- Boa ideia. Um chá vai ser bom depois de toda essa friagem que tomamos.

- Vem. Vou te mostrar o quarto de hospedes onde você pode tomar um banho sossegada. – Ele disse segurando minha mão.

- Será que o Caim não vai achar ruim? – Eu perguntei preocupada. Não queria incomodar ninguém, muito menos aquele chato.

- Claro que não. E outra, a casa é minha também. Não se preocupe. – Theo pegou na minha mão e me levou para o segundo andar.

Andamos por um corredor com várias portas. Acho que contei quatro quartos. Passamos pelas duas primeiras portas e na terceira ele entrou.

- Esse é o meu quarto. Entre.

Eu entrei e me encantei. Era grande e muito lindo.

Fui até a sacada e me deparei com uma visão de toda a frente do haras.

- Nossa tem uma visão e tanta. – Eu disse empolgada.

- É linda, mas nem se compara a que Caim tem do quarto dele. Aquilo sim uma visão lindíssima. – Ele disse indo em direção ao guarda roupas. – Tenho um vestido aqui que uma amiga esqueceu, acho que vai ficar perfeito em você.

- Amiga? Sei.

Rimos alto e ele me deu o vestido junto com uma toalha grande e fofa.

- Vamos, vou te mostrar o quarto.

Tomei um banho delicioso e quentinho. Estava tremendo de frio, mas logo fiquei bem depois do banho e do chá que Theo fez pra gente.

Ficamos lá na casa batendo um papo por um tempo e logo ele me chamou para curti a festa deles.

Eu estava chateada, pois sempre passava a virada do ano com a Gislaine e sua família, mas dessa vez não daria. Pelo menos consegui, depois de horas, mandar uma mensagem pra ela avisando o que aconteceu e que não iria à festa, ela ficou chateada, mas me entendeu.

Assim que entramos no salão onde estava acontecendo a festa vi os olhos de gavião de Caim em cima de mim.

Ele me olhava de um jeito que me dava medo, mas ao mesmo tempo me excitava de uma maneira louca. Eu nunca me senti assim por causa de ninguém. Sempre fui ousada e encarava qualquer pessoa de frente e ninguém nunca me intimidou, mas com ele era diferente. Eu sentia uma energia palpável entre nós. Seu olhar era de uma intensidade sem tamanho e só de estar no mesmo local que ele eu me sentia desestabilizada. Ele estava me fazendo sentir coisas estranhas.

Caim não tirava seus olhos dos meus e eu não conseguia desviar o olhar. Existia alguma coisa que me prendia àquele olhar. Eu queria resistir, olhar para outro lugar, outra pessoa, mas era impossível.

A cada momento que ficava presa naquela imensidão eu me via perdida. Perdida num olhar. Perdida num momento. Perdida numa sensação que eu desconhecia e que estava me assustando cada vez mais.

Nos seus olhos eu via a luz, mas também via a escuridão.

Ao mesmo tempo em que eu queria sair correndo dali e me livrar daquelas sensações estranhas, eu queria ficar e desvendar a intensidade e imensidão daquele homem e de tudo o que ele estava me fazendo sentir. 

Uma coisa ele despertou em mim além da atração física. Caim despertou a minha curiosidade. Não uma curiosidade normal, mas uma curiosidade feroz fora do comum. E agora não vou sossegar enquanto não descobrir o que tem por trás daquele olhar que me deixou tão curiosa e principalmente tão perturbada.