Conflitos Intrínsecos

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Dedicado à: DboraSantana857, @EsterTei


Ele se aproximou da velha casa com passos firmes, seus olhos azuis brilhavam com determinação. Ele tinha acabado de receber uma ligação Felipe, confirmando que havia encontrado o alvo. Theo umedeceu os lábios como se saboreasse uma carne, antecipando "saborear" o gosto de sangue.

Ele abriu a porta do casebre com força, fazendo-a ranger. Seus olhos vasculharam a sala escura, procurando pela pessoa que ele tinha vindo buscar. Lá, no meio da sala, amarrado na cadeira e com a venda nos olhos, estava o alvo, usava uma bermuda suja de terra e regata branca amarelada pelo suor grudento e fétido.

A fricção doa sola do sapato com o chão de concreto, fez o homem balbuciar de medo, mas sua voz saiu abafada, pois a boca foi amordaçada.

— Ele foi pêgo em flagrante. — Disse Rafael, com nojo e repulsa. — Estava tentando estuprar uma menina de quinze anos.

Theo suspirou profundamente. Tudo o que envolvia estupro atiçava seu lado sanguinário. Ele sabia como era sentir-se impotente e indefeso. Tranquilamente, dobrou um dos joelhos em frente a figura que virava a cabeça para todos os lados, tentando identificar as vozes.

— Eu não vou matá-lo, mas posso fazer você sofrer em proporções alarmantes. — Disse ele, sua voz cortante como uma faca.

O alvo engoliu em seco, sabendo que estava em apuros. Mas ele não estava preparado para o que aconteceu a seguir.

Theo lentamente puxou um objeto de dentro do bolso interno da jaqueta. Era um canivete suiço, brilhando com perfeição no crepúsculo. Ele o segurou com cuidado, como se fosse uma ferramenta valiosa, prestes a ser usada para algum propósito crucial. Em seguida, brandiu entre os dedos, avaliando o alvo em todos os ângulos possíveis.

Ao tentar falar, a mordaça parecia repuxar mais ainda a pele. Theo não estava com pressa. Ele deixaria o homem falar o quanto quisesse. Aproximando o canivete da nuca dele, cortou o nó e ordenou.

— Qual a sua desculpa?

O homem tinha dificuldade em falar, sua boca abrindo e fechando sem produzir som algum. Ele sentia sua garganta seca, como se estivesse prestes a desabar. Enquanto isso, sua mente lutava contra a escuridão que o cercava. Não podia enxergar o rosto de seu algoz por causa da venda, mas sentia a presença ameaçadora daquele homem. Era como se ele soubesse que Theo era seu assassino. O medo invadia cada célula de seu corpo, mas ele lutava para manter a coragem e não sucumbir ao desespero.

De repente, um líquido quente trilhou a parte interna da coxa, deslizando pela panturrilha e pingando no chão. Ele sacudia a cabeça, começando a chorar.

— Não acredito! — Exclamou Rafael, soltando uma risada sarcástica. — Você mijou!

— Senhor...eu não sei...por que estão fazendo isso.

Theo ergueu as sobrancelhas, se levantando.

— Você é filho de Fahrit, estou certo? — Suspirou Theo, imaginando todos os tipos de torturas possíveis que usaria naquela escória. — Seu pai é um banqueiro...mas sempre ocultou os podres da família. Devo dizer que...vocês realmente são pai e filho.

— Encontrei isso nos registros históricos. — Manifestou Felipe, entregando á ele uma pasta amarela. Dentro dela, continha fotos de todas as vítimas, não passavam de adolescentes e crianças com idade entre dez e quinze anos. Nunca acima dessa faixa etária. Uma das meninas abusadas, cometeu suicídio após o juiz do caso, amigo de Fahrit, decretar Evandro como inocente.

Rendido ao amor ✓ (VERSÃO NOVA)Where stories live. Discover now