Molly

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Músicas para este capítulo são:

Hurricane - Halsey

Angel on fire - Halsey

17 - Kings of Leon

River - Bishop Riggs

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MOLLY

                    

A mãe dele contava histórias a respeito de garotas perigosas quando ele era pequeno. Quanto mais uma garota maltratar você, quanto mais ela fugir de você, mais ela gosta de você. Você deve insistir, é o que os garotos aprendem.

                    

O que esses garotos que forçam a barra descobrem quando crescem é que, na maior parte do tempo, quando uma garota não gosta de você, simplesmente não tem jeito. A garota cresceu sem uma mulher para mostrar a ela como deveria ser. Sua mãe sonhava com uma vida acelerada, mais intensa do que aquela que poderia viver ao lado da filha, e a garota aprendeu como os homens deveriam se comportar observando as atitudes dos homens de seu convívio.

                    

Conforme a garota foi crescendo, ela aprendeu o jogo e se tornou uma excelente jogadora.

                    

Eu puxo a barra do vestido para baixo quando dobro a esquina no escuro para entrar na viela. Ouço o tecido se rasgar quando o puxo, e me repreendo por fazer isso de novo.

Peguei o trem para o centro da cidade na intenção de conseguir... alguma coisa.

                    

Não sei bem exatamente o que, mas estou muito, muito cansada de me sentir assim! O vazio pode fazer com que a pessoa se comporte de maneiras que nunca imaginou, e esse é o único modo de satisfazer o enorme buraco que existe dentro de mim. A satisfação vem e vai conforme os homens me olham. Eles sentem que têm direito ao meu corpo, já que me visto propositalmente de um modo que os atiça. Eles são nojentos e estão erradíssimos, mas eu entro no jogo, incentivando o comportamento deles com uma piscadinha. Um sorriso tímido para um homem solitário faz milagres.

                    

Por precisar dessa atenção, eu me sinto enojada. É mais do que desconforto; é um ardor terrível dentro de mim.

                    

Quando dobro mais uma esquina, um carro preto se aproxima, e eu desvio o olhar quando o homem ao volante diminui a velocidade para me observar. As ruas estão escuras, e essa viela serpenteante fica atrás de uma das partes mais ricas da Filadélfia. As ruas são cheias de lojas, e cada uma delas tem seus depósitos no fundo.

Há dinheiro demais e alegria de menos em Main Line.

"Quer dar uma volta?", pergunta o homem quando o vidro automático desce com um leve zumbido. Seu rosto é levemente enrugado, e seus cabelos castanhos e grisalhos são muito bem divididos e penteados para o lado. Seu sorriso é charmoso, e ele é bonito para a idade que tem, mas um alerta soa em minha mente em todos os fins de semana em que faço essa caminhada, em que sigo essa rotina de zumbi por algum motivo desconhecido. A falsa gentileza no sorriso dele é só isso mesmo, falsa como minha bolsa "Chanel". É um sorriso que vem do dinheiro; já sei disso. Homens com carros pretos e polidos a ponto de brilhar à luz da lua têm dinheiro, mas não consciência. As esposas não transam com eles há semanas — meses, até —, e eles buscam nas ruas a atenção que lhes tem sido negada.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 12, 2017 ⏰

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