Capítulo 25 - Giulliana

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Capítulo 25 – Giulliana

Desde que o Bernardo me convidou para aquele jantar pra lá de romântico, se passou um mês. Confesso que estou ansiosa para essa noite, parece até que eu vou dizer o “Sim, eu aceito”. Nossos encontros tem sido incríveis, divertidos e extremamente românticos. Tenho certeza que muita mulher não iria considerar ida ao estádio de futebol romântico, mas eu adoro futebol, estou sempre por dentro das notícias esportivas e sempre que posso, provoco André e Hugo sobre os times deles, o que resulta em discussões que duram horas, e se bobear, poderiam durar dias, um é mais fanático que o outro.

Por mais que eu tente dizer o contrário, eu acho que Bernardo está procrastinando esse jantar. Sempre que eu pergunto sobre o assunto, ele dá um jeito de desviar a conversa, e isso me deixa um pouco temerosa. Ao menos para mim esse jantar vai permitir que a nossa relação se torne completa, estou pronta para dar um passo extremamente importante. Eu sei que para muitos isso é algo normal, natural, e super tranquilo, beijou e cabum, mas para mim não, afinal, eu só tive um cara com quem me relacionei além do “dividir um lanche”– que foi Rodrigo –, Bernardo é um novo começo, um em que aposto todas as minhas fichas de que será para sempre. Eu tenho certeza que para ele, tem sido difícil resistir aos impulsos do corpo, assim como tem sido para mim, mas eu quero que seja especial, perfeito.

Bruna afirma com veemência de que ele está planejando algo, por isso a demora em confirmar quando esse jantar irá sair. Pedi para ela sondar André, mas ele diz não saber de absolutamente nada. Então, a única alternativa que me resta é aguardar, caso demore mais tempo, eu vou ser obrigada a tomar a iniciativa.

Eu tenho sido uma mulher feliz, completa e realizada, minha relação vai de vento em polpa. Não somos perfeitos, se é isso que está se questionando, nós brigamos e muito, mas até mesmo essas brigas se tornam insignificantes perante o que sentimos um pelo outro. E hoje, o meu dia não foi nada agradável, entramos em discussão novamente sobre a Lolla e isso me deixou arrasada.

– Como você está se sentindo? – Bruna me olha preocupada.

– Ele é um grosso, mal educado e idiota. Nem pra me apoiar em um momento como esse. – Choraminguei.

Estou de luto, Lolla foi a leilão.

Meu bem mais precioso foi vendido a algum colecionador de carros clássicos e eu não pude fazer nada. Não fiz nem questão de conhecer o comprador, pois sei que eu iria me arrepender. Não que eu já não esteja, mas era capaz de meu arrependimento se tornar em raiva e eu partir para cima de quem ousou comprar minha pequena Lolla.

– Uma hora ele vai entender Giullie. – Tentou remediar.

– Tarde demais Bruna, eu não preciso que ele entenda mais nada, quando eu precisei, ele não fez questão, agora, eu quero mais é que ele se dane.

– Você é quem sabe, eu acho que isso é um pouco de birra da sua parte, mas quem sou eu pra julgar?

– Vamos mudar de assunto. – Cortei.

– Tudo bem. Você vai ao clube hoje? – Perguntou, enquanto acionava o alarme do carro.

– Não, o Bernardo vai chegar tarde, de novo. – Suspirei. – E provavelmente cansado, então eu vou ficar com ele.

– Eu não entendo essa relação de amor e ódio entre vocês dois. – Bufou.

– Olha quem falando né?! Tu e o André não são nada diferentes disso. – Acusei e comecei a rir da situação.

– Sabe o que é pior?

– O que? – Perguntei curiosa.

– Eu não posso discordar.  – Comentou frustrada.

Você e EuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora