Capítulo 20 - Bernardo

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Capítulo 20 – Bernardo

Eu estava exausto, saí de uma reunião e entrei em outra. Quando achava que ia conseguir responder a mensagem de Giullie, alguém requeria a minha atenção. Já passava das quatro da tarde quando tive um tempinho livre. As reuniões eram importantes e de urgência. Tanto que hoje pela manhã, ao receber a ligação de Daniel, tive que sair correndo de casa. Tomamos café da manhã na sala de reuniões e almoçamos na maldita sala de reuniões. Os meus dois sócios, e a diretoria da empresa estavam debatendo situações que estão ameaçando a MAG Mídia. Quando finalmente peguei meu celular para ligar para a Giullie, a bateria havia acabado.

Só pode ser brincadeira.

Levei o celular para carregar no meu escritório e encontrei Carolina e Daniel, no maior amasso. Ambos meus sócios. Conhecemos-nos há anos e eles dois estão noivos há seis meses, sempre foram uns pervertidos, em diversas ocasiões já os flagrei em posições constrangedoras e em várias salas e cômodos da MAG.

– Ah qual é! Poupem-me. – Coloquei a mão sobre os olhos, enquanto Carolina arrumava rapidamente as suas roupas.

– Enri, você tem que começar a bater na porta antes de entrar. – Carol me repreendeu.

– Eu não sabia que eu precisava bater na porta para entrar em meu próprio escritório. – Aumentei o tom de voz quando pronunciei a palavra ‘próprio’.

– Você é um empaca foda, Bernardão. – Disse Daniel, subindo o zíper da calça.

– Aqui não é motel não companheiro! Eu não quero ver vocês fazendo isso de novo aqui no escritório, e eu estou falando sério. Podemos ser sócios, mas se essa palhaçada continuar, eu vou querer vocês fora dessa sociedade. – Informei tranquilamente, mas de modo autoritário enquanto colocava o carregador no celular e plugava na tomada.

– Tudo bem, tudo bem. Vamos nos conter. Nós prometemos. – Carol lançou uma piscadela para Daniel e os dois sorriram em cumplicidade.

Saí da sala para verificar algumas coisas, fazer um lanche e pegar um pouco de ar, depois desse dia estressante estava mais do que na hora de ter um intervalo. Quando voltei para a minha sala, Daniel e Carol ainda estavam lá, porém, e graças ao Senhor, vestidos. Carol estava mexendo no meu celular, o que eu achei estranho.

– Enri, seu celular estava tocando, resolvi atender. – Deu de ombros. – Uma tal de Giulliana ligou. – Entregou o celular para mim.

– Você atendeu? – Gaguejei.

– Sim, mas eu não consegui entender muito bem o que ela estava falando, porque esse doente do Daniel não parava de me atiçar.

– Puta que pariu! O que ela falou? – Perguntei com urgência.

– Só pediu para eu te avisar que ela ligou. Porque tanta preocupação? – Olhava para mim com interesse. – Quem é Giulliana? – Aos poucos o seu rosto foi ficando branco, e ela começou a entrar em estado de choque. – Ela é a sua nova namorada? – Assenti. – Ai Enri, eu acho que ela deve ter entendido as minhas risadas de forma errada...

Nem esperei ela terminar e sai com pressa daquela sala, socando os números da Giullie na tela sensível. Tocou uma, duas, três, quatro, cinco vezes e caiu na caixa postal. Tentei de novo, e nada.

Meu Deus, ela deve estar furiosa comigo. Deve estar pensando mil e uma bobagens. Tentei ligar novamente e por fim, ela atendeu.

– Alô? – Ouvir a sua voz suave e doce me deixava mais calmo.

Se ela atendeu é um bom sinal.

– Giullie, precisamos conversar, estou indo buscar você na Comunica.

Você e EuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora