Capítulo XIII

32K 2.1K 1.6K
                                    

O Julian, o Michael, o Josh e o Kay encarregaram-se de levar o corpo da Olivia para o bosque. Eu não percebia muito bem como é que o assassino arranjara sangue suficiente para escrever MORTE em 16 dormitórios, mas quando vi o corpo da Olivia a passar por mim pela última vez vi que a ferida no estômago era funda, e ela facilmente ter-se-ia esvaído em sangue. A morte parecia ter sido lenta, contudo...

A Olivia TINHA visto a cara do assassino, de certeza. Se ela pelo menos falasse...!

Estremeci.

Olhei-me em volta. Estavam todos com olheiras fundas e expressões preocupadas, mas havia três pessoas especialmente em baixo. A Gabby, o Michael e a Maisie.

Olhei cuidadosamente para cada um deles. A Maisie parecia pensativa e eu quase podia ver fumo a sair-lhe dos ouvidos. O Michael estava a olhar fixamente para alguém, mas eu não consegui perceber quem. E a Gabby estava com todos os sintomas de quem está a ter um esgotamento nervoso.

Não estava habituada a vê-la assim. A Gabby NUNCA está assim. O que é que este sítio nos está a fazer?! Até o Alex perdeu um pouco a sua vivacidade. Até EU me sinto diferente.

Ouvi a Maya, o Leonard, o Rapaz das Sardas e mais dois ou três combinarem ir jogar futebol, e outros, incluindo o Kay, a Rose e o Josh, foram para a piscina.

Percebi de repente que não conseguia ir fazer uma atividade de lazer qualquer como se nada se tivesse passado. Não com tantas perguntas pendentes. Não com tanta coisa por saber. Não com um assassino por aí à solta.

A cave, pensei de repente. Tinha de começar por aí. Tinha de ir lá ver se ele estava lá escondido e inspecionar as aberturas por onde o gás entrara.

Mas não podia ir sozinha. Regra de oiro: estar sempre acompanhada.

Olhei-me em volta: pareciam-me todos exaustos e mortiços.

O Michael estava a ir com o meu irmão e o Ian em direção aos campos de basquete. O Ian estava tão abalado com a morte do Kevin que era uma das minhas últimas escolhas. O Alex não ia alinhar de certeza e ia-me chamar maluca. O Michael... Não sabia porquê, mas eu não queria ir com ele.

Uma Gabby nervosa, uma Maisie ocupada a pensar, Anne e Mel a conversarem, Leonard com ar assustado. Já estava quase a desistir e ir sozinha quando a Daiana me tocou no ombro.

- Hey. Lyra. - A voz dela ainda estava um pouco rouca do choro. - Onde vais?

Hesitei um pouco, mas acabei por lhe dizer.

- Não estavas a pensar em ir SOZINHA, pois não?! - A Daiana soou chocada.

- Bem, se quiseres vir comigo.

- M-mas... Estão lá os mortos... - Murmurou a Daiana.

- Temos de nos assegurar que o assassino não se está a esconder lá, Daiana.

- E está tudo escuro...!

Estava a ficar mesmo farta dela. Tudo bem que a Daiana tinha este problema da doença e assim, mas também tinha de se esforçar para se soltar um pouco.

- Vens ou não? Daiana, se uma de nós ficar à porta é impossível que nos fechem lá dentro. Só quero ver se está lá alguém ou não.

- O-ok - a Daiana não estava nada convencida. - M-mas eu não entro.

- Não tens de entrar, ficas à porta só para te assegurares que ninguém me fecha lá - o cuidado nunca é pouco.

Sem que ninguém visse, esgueirámo-nos para dentro do edifício e corremos o corredor em direção às escadas.

Campo de FériasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora