C14: Enigmas

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Total de palavras: 2411

A cripta de Harold Morion havia sido construída no coração das imponentes montanhas ao nordeste de Monte Rei, com seus segredos ocultos nas entranhas rochosas. A trilha que conduzia à cripta, serpenteava pela floresta e era marcada somente por pegadas solitárias.

Ao se aproximar da entrada, tornava-se visível uma área aberta e um pequeno corredor que se estendia a partir dela, guiando os visitantes em direção ao portão de pedra. Esse portão, habilmente esculpido, contrastava com a rocha das montanhas, revelando uma arte e uma história próprias. A suave textura da pedra evidenciava os meticulosos detalhes do trabalho artesanal.

Ao redor do portão de pedra, inscrições antigas, enigmáticas e misteriosas adornavam o entorno. Eram caracteres indecifráveis, talvez uma língua há muito esquecida. Suas curvas e linhas, profundamente entalhadas, pareciam contar histórias de uma era perdida. Além disso, a figura de Harold Morion estava esculpida, apontando para o centro do portão.

Nesse local, uma abertura revelava uma estátua majestosa do símbolo de Haradon. Uma balança, perfeitamente equilibrada, representava a harmonia, enquanto uma espada fincada bem no centro simbolizava a força e o poder. A estátua emanava um brilho suave para aqueles que se aproximavam, convidando corajosamente os aventureiros a tentarem adentrar nos domínios funestos de Harold Morion.

Com uma atenção meticulosa, um homem encapuzado permanecia imóvel, observando a entrada da cripta. Seus olhos penetrantes examinavam cada detalhe, buscando decifrar as mensagens esculpidas nas paredes e inscrições. Sob o capuz, seu rosto permanecia oculto, revelando apenas a determinação expressa em seus olhos. Impulsionado pela curiosidade, ele se aproximou ainda mais quando a balança começou a emitir uma luz suave.

Avançando com passos lentos e cautelosos, o homem se aproximou da abertura do portão e estendeu a mão em direção à estátua da balança iluminada. Seus dedos percorreram delicadamente a superfície fria e esculpida, buscando uma conexão. No entanto, nenhum sinal evidente surgiu. A balança permanecia imóvel, a espada fincada no centro parecia inabalável, como se aguardasse algo mais do homem encapuzado. Ele recuou levemente, mantendo os olhos fixos nas inscrições enigmáticas que cercavam o portão.

Com os dedos deslizando pelas curvas e linhas intricadas, ele tentou desvendar os segredos que ali estavam. A escrita antiga pulsava sob seu toque, transmitindo uma energia sutil. No entanto, as palavras permaneciam um enigma, escapando de sua compreensão. Ele sabia que, para prosseguir, precisava reunir mais conhecimento e desvendar os segredos ocultos que permeavam aquele lugar.

Direcionando sua atenção novamente para a abertura no portão, o homem retirou o capuz que ocultava seu rosto, revelando um homem de cabelos bagunçados e expressão determinada. Seus olhos brilhavam com uma mistura de coragem e ansiedade, enquanto seu coração pulsava com a promessa de desvendar os segredos que se escondiam adiante.

A alguns metros dali, entre a vegetação da floresta, Kphira e Hallon observavam atentamente um homem solitário. Eles haviam se separado de Jack e Daelwyn, que estavam em uma posição diferente, a fim de evitar qualquer chance de fuga por parte daquele indivíduo.

— Vou realizar um disparo de aviso e você o aborda. Avise também que estou com ele em minha mira e... — disse Kphira, sendo interrompida por Hallon.

— Não se preocupe, mesmo depois de tantos anos atuando apenas com palavras, eu ainda sei como lidar com essas situações. Sei exatamente o que fazer — afirmou Hallon confiantemente.

— Tudo bem, achei que você pudesse estar enferrujado — explicou Kphira, preparando-se para disparar.

— Talvez no combate, mas com as palavras, nunca — disse Hallon, também se preparando para a abordagem. — Continue!

AS CRÔNICAS DE GALITOR - Livro 1: A cripta do reiWhere stories live. Discover now