bem vinda ao lar.

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Depois de passar um mês e meio no hospital, meu pai tinha voltado pra freeridge desde do dia que Oscar falou sobre o ocorrido no estacionamento da lanchonete. Ele e o Oscar ficaram praticamente dia e noite comigo, naquele quarto de hospital. É finalmente tinha chegado o dia da minha alta, ao me trocar:  vestindo minha jaqueta de couro, saia jeans e uma regata por baixo, eu já estava cansada daquela roupa de hospital. Indo  até o banheiro do meu quarto, arrumando meu cabelo e me maquiando.

Escuto meu pai entrar no quarto, falando:

    —"Mija, você está pronta?

Aceno com a cabeça como confirmação, caminhando até ele com as minhas muletas de braço, o médico recomendou que eu usasse até conseguir andar normalmente de novo.
Eu ainda não tinha conversado direito com o meu pai sobre tudo que houve, mas a expressão de arrependimento e tristeza eram nítido no rosto dele. Ao entrar no carro e permanecer uma hora em silêncio, tudo que eu queria fazer, era chegar em casa e descansar depois desses dias e meses turbulentos.

Observando meu pai estacionar o carro, na varanda de casa, vejo Oscar parado perto do seu Impala vermelho, o mesmo caminha em direção a mim, ao me ver sair do carro. Me apoiando em minhas muletas de braço, Oscar me segura pela cintura, colocando sua testa grudada na minha.

O encaro por alguns segundos, vendo lágrimas se formar em seus olhos, com seu rosto sobrepondo sobre o meu, falando com um suspiro longo perto da minha boca e seu espanhol rude:

   —"Eu já estava morrendo de saudades de você, mi vida!"

Fechando meus olhos, ficando em silêncio, apenas observando ele baixar a guarda totalmente, falando novamente com voz de choro:

   —"Lo siento, mi amor!"

Sinto lágrimas caindo sobre minhas bochechas. Logo em seguida, Oscar coloca uma de suas mãos sobre minha barriga com aquele olhar de preocupação e cuidado. Até o mesmo reparar, César chegar ainda do outro lado da calçada com uma mochila escolar em suas costas. Oscar se afasta de mim, ao ver seu irmão se aproximar. César me abraça de lado e falando:

   —"Você está bem, Melanie? É o bebê?"

Retribuindo o abraço, abro um sorriso ao contar umas das novidades e falando:

  —"Ela está bem!"

Oscar me encara, abrindo um sorriso ao ouvir o sexo do bebê. César fala com um sorriso enorme em seus lábios:

—"Ela? Então é uma menina! Parabéns cunhadinha e que bom que está em casa novamente!"

Abro um sorriso pro César, dando um tapa de leve em sua cabeça e falando com ironia:

"Você não vai se livrar tão fácil assim de mim não, little spooky!"

Iniciando uma troca de olhares com Oscar, enquanto eu e o César, brincava de uma mini lutinha, me apoiando nos braços do mesmo.

DELÍRIOS CHICANOWhere stories live. Discover now