Eu confio

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_____ Alan, graças a Deus! Suspirei
extremamente aliviada, as lágrimas jorraram dos meus olhos de alívio.

_____ Nora.

Ele jogou o pedaço de madeira no chão e veio na minha direção.

____ Você está bem? Ele perguntou preocupado.

____ Não sinto a minha perna - Balbuciei, quase sem forças, e o pouco de força que eu tinha, usei para levantar o braço e apontar para o sofá que era onde a minha filha estava deitada.

____ Tá não se preocupe, eu vou ver como ela está - Ele assegurou tocando levemente o meu rosto, parecia feliz em me ver, as lágrimas brilhavam em seus olhos.

Depois ele se levantou rapidamente, parou perto do corpo de Cristian, se abaixou e pegou cautelosamente a  arma que estava em sua mão.

____ Vou ficar com isso, por precaução - Sugeriu.

Confesso que fiquei com um pouco de medo ao ver Alan pegando aquela arma, aquela altura não dava pra confiar em ninguém. Mas que escolha eu tinha a não ser confiar, mesmo sabendo que ele tentou ajudar Cristian uma vez. Ele era a minha última esperança.

Eu sabia que eu iria morrer ali, e antes mesmo do socorro chegar. E a única coisa que eu queria era saber que a  minha filha ficaria bem.

Ele foi até o sofá e a tomou em seus braços. A imagem da minha filha desacordada provocou uma dor imensa no meu peito, comecei a chorar
atordoada e a berrar pelo nome dela incessantemente, com medo de que fosse tarde demais.

____ Calma Nora, ela está viva, ele deve ter dado alguma coisa pra fazer ela dormir, enquanto planejava a fuga. Precisamos sair daqui o quanto
antes, ele pode acordar a qualquer momento.Olha eu vou levar Maria até o carro que está lá fora, depois volto pra te buscar, ok?

Alan provavelmente estacionou o carro em um lugar longe, para que o barulho não chamasse atenção, o que significava que ele demoraria um pouco pra voltar, e talvez ele nem voltasse.

____ Ok - Suspirei, sem esperanças.

Ele olhou no fundo dos meus olhos.

____ Confia em mim?

A última pessoa que disse pra mim confiar nela, a um minuto atrás tentou me matar. Mas eu sentia lá no fundo que eu poderia confiar em Alan.

Balancei a cabeça positivamente.

____ Eu vou voltar logo, eu prometo - Ele acariciou o meu rosto, e eu aproveitei para olhar uma última vez para o rosto da minha filha antes que ele a levasse, pois não sabia quando teria de novo essa oportunidade.

Depois disso, fechei os olhos e respirei fundo, para conter a dor que se estendia por todo meu corpo. E quando abri os dois não estavam mais lá.

Virei o rosto para o lado e encarei  Cristian inconsciente no chão e senti uma profunda dor no peito.

Eu me recuso acreditar que o grande amor da minha vida tentou me matar, imaginei ele de tantas formas, sonhei com ele vestindo um terno e me esperando sorridente no altar, e mesmo que eu tenha cometido alguns erros, eu nunca, nunca  deixei de ama-lo, nunca passou pela minha cabeça que as coisas chegariam a esse ponto.

Me arrastei para perto dele, e toquei seu rosto úmido, sentindo a maciez de sua pele.

_____ Você vai ficar bem - Suspirei. Nós dois vamos

Apesar de tudo que aconteceu, eu ainda tinha esperanças de que tudo voltaria a ser como era antes, que ele só estava consumido pela mágoa,.transformado pela raiva e que nāo estava sabendo lidar com tanto sentimento ruim acumulado em seu coração. Que eu ainda veria aquele sorriso lindo pelo
qual me apaixonei.

Desejo Where stories live. Discover now