Desespero

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Depois que nos afastamos. Alan agarrou subitamente o meu rosto e olhou dentro dos meus olhos.

____ Me perdoa - Sussurrou

____ Vai embora daqui -  Ordenei completamente abalada.

____ Nora, por favor não me manda embora - Implorou. Vamos concertar isso...somos uma família.

____ Sai daqui - Soltei entre os dentes, olhando para ele furiosa.

____ Nora..

Impaciente, eu passei por ele e fui até o guarda roupa, peguei todas as roupas que ele havia trazido pra casa e as joguei contra o seu peito.

____ Eu mandei você sair - Gritei enfurecida. Eu não quero te ver nunca mais.

Ele fechou os olhos decepcionado. E uma lágrima rolou por dentre eles.

____ Eu não queria que as coisas acabassem dessa maneira - Lamentou. Na verdade Nora, não estava nos meus planos me apaixonar por você, eu confesso que no começo a raiva havia tomado conta dos meus olhos, me impedindo de enxergar, mas depois que eu te vi....

____ Cala a boca.

Tampei os ouvidos aflita, para não ter que ouvi-lo. Nada do que dissesse, me faria mudar de ideia.

Inconformado, ele recolheu todas as roupas do chão, e antes de passar por mim, ele parou e encarou meus olhos uma última vez.

____ Eu te amo - Suspirou aos plantos, fazendo meu coração se partir em mil pedaços. Depois disso ele foi embora.

Não consegui chorar depois. Eu estava em completo estado de choque. Perdida, sem saber o que fazer, o que sentir, eu apenas sentei na cama, e tomei em minhas mãos a boneca de Maria. E foi nela que eu me agarrei.

Não  havia nada que eu pudesse fazer, a não ser enfrentar a realidade de cabeça erguida. Aceitar minha sentença, pelas coisas ruins que cometi no passado.

Um dia a conta chega, e somos obrigados a pagar.

Começando pelas as malas. Cristian deixou bem claro que queria que elas estivessem prontas, estava certo quando disse que eu não tinha nenhum direito de estar aqui.

Arrumei também as roupas de Maria. Porque ela jamais iria aceitar ficar aqui com ele, além de eu também não permitir.

Para ela Cristian era apenas um estranho.

Assim que terminei com as malas, desci com elas pra sala.

Coloquei as em um canto atrás do sofá.

Olivia entrou pela porta radiante, carregando Maria pelo braço.

Ambas estavam com o mesmo penteado, além do rosto borrado de maquiagem.

Tentei não demostrar tanta
preocupação.

Assim que Maria me viu, veio correndo na minha direção e sem hesitar me abraçou, me esforcei o máximo para  conter as lágrimas.

____ Desculpa a demora - Olivia se explicou.

____ Não, tudo bem, foi até melhor vocês demorarem - Falei com a voz embargada.

____ Por que, o que houve?

A preocupação tomou conta do rosto de Olivia.

_____ Mamãe pra que essa mala, vamos viajar pra casa da vovó - Maria perguntou inocentemente.

____ Sim meu amor - Acariciei seu rosto, e meus olhos rapidamente se encheram.

____ Eba!

____ Sério, você vão viajar? Não me parece feliz com a ideia  - Olivia questionou com desconfiança.

Desejo Where stories live. Discover now