Jason ataca novamente

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A raiva que eu sentia de Jason, não me impedia de ter pena dele, mesmo tendo me feito muito mal, ele ainda era um ser humano machucado e sozinho
que precisava de cuidados.

Então tive uma conversa com Alan, e concordamos dele passar um tempo em casa, até estar totalmente recuperado, para voltar para sua ou para o lugar onde estava morando, ja que ele está
tempo todo fugindo de alguma coisa.

Sugeri a ele, que dormisse no quarto de
hóspedes, onde havia uma cama de casal grande e confortável, e ficava perto da cozinha o que ficaria mais fácil para ele se locomover ao longo da
noite, já que apesar de deprimido, ele também tava com o ferimento horrível na perna esquerda, com certeza deve ter caído de moto por ai, também com a
velocidade com que anda, já era de se esperar.

Contratamos uma enfermeira para
monitora-lo. Como eu o conheço muito bem, sei que com certeza procuraria uma forma de fugir da medicação.

Ele e Maria, parece ter se dado bem afinal, ela sempre está com ele no quarto, fazendo companhia, e fazendo um monte de perguntas, típico de uma criança de seis anos.

Durante esse tempo que Jason ficou em casa, eu tive medo de ficar perto dele, com receio de que sua presença fosse reacender a antiga chama.

Quando levantei a noite, para tomar água, senti umas mãos, por volta da minha cintura. A princípio pensei que era Alan, e como a luz estava apagada, não me importei.

____ Amor ainda está acordado - Sussurrei.

Mas quando me virei e toquei
seu corpo, tive uma sensação diferente, então me afastei assustada.

Vislumbrando um cabelo castanho refletindo a meia luz do luar que invadia a janela, e logo percebi que se
tratava de Jason.

____ O que está fazendo? Ficou louco? Sussurrei, com o coração disparado.

____ Só estou matando a saudade, a propósito minha perna está bem melhor agora, o que significa que eu posso ir até você, onde quer que esteja - Ele insinuou, encostando a boca no meu pescoço provocando súbitos arrepios.

Recuei totalmente.

_____ Jason, eu fui bem clara quando te disse aquelas coisas - O repreendi.

Acendi a luz e olhei diretamente em seus olhos verdes, que agora estavam reluzentes.

____ Vem cá.

Peguei ele pelo braço, e carreguei pra sala, olhando o tempo todo para cima, com receio de Alan aparecer na escada.

____ Senta aí - O Joguei no sofá.

____ Selvagem, gostei  - Ele sorriu descaradamente.

____ É o seguinte, eu não vou repetir com Alan, a mesma coisa que eu fiz com Cristian, isso seria burrice demais.

_____ Nora, eu te amo, meu amor por você ainda não morreu.

_____ Olha que se dane, você viu o que aconteceu depois que eu me entreguei a esse seu amor, e Jason, você me enganou, brincou com os meus sentimentos.

_____ Me perdoe Nora, mas mesmo que não acredite, eu sofri muito depois da morte de Cristian, e sofri ainda mais depois que vi aquela criança na
sala, você não faz ideia da dor que eu senti, em saber que você teve uma filha depois disso tudo, que cuidou dela sozinha e..

_____ Ta,tá Jason - Interrompi impaciente. Não é o momento para  discutirmos sobre isso, você viu que horas são, volte para sua cama, e vai dormir.

_____ Você vai ter que dormir lá comigo, estou sendo atormentado pelas as lembranças, sem falar os pesadelos. Nora eu acho que estou ficando louco, você não pode me deixar lá sozinho, estão tentando me matar.

Sorri incrédula.

____ Quanto drama, não acha que está grandinho demais pra isso.

____ Não Nora, não é drama, não pode mesmo me deixar sozinho.

_____ Não só posso, como vou.

_____ Não, não por favor - Ele implorou se  ajoelhando aos meus pés.

Estranhei sua atitude, ele parecia apavorado, olhando para os lados o tempo todo, completamente estérico.

Depois de ver as lágrimas nos olhos de Jason, percebi que ele estava dizendo a verdade, mas eu não podia mais correr esse risco, eu precisava ser firme na minha decisão.

Ele levantou e se agarrou firme a mim.

____ Não, não.

____ Jason o que está fazendo, me solta.

Suas mãos me apertavam com tanta força que comecei a me sentir sufocada.

Comecei a me debater em seus braços, como um animal indefeso, preso ao seu
caçador.

____ Solta ela - Alan ordenou furioso, surgindo inesperadamente. Você não acha pouco o que você fez, você não vai consegui tira-la de mim como fez com a Ana.

De repente senti meu corpo ser violentamente puxado pro lado.

____ Calma Alan - Tentei evitar uma possível briga, mas eu me sentia um pouco tonta, que só tive forças para ir até o sofá e me sentar.

____ Eu não preciso fazer isso, ela quem virar até mim sozinha, porque ela me ama, e só está com você por pena - Jason retrucou convencido.

Alan sorriu irônico, em seguida se aproximou de Jason seguro de si, o encarou profundamente, e com um movimento inesperado ele pisou em sua perna.

O fazendo urrar absurdamente de dor.

Depois disso Jason caiu imediatamente no chão, e começou se contorcer.

Mesmo não me sentindo muito bem, eu me levantei do sofá e praticamente cai diante de Jason deitado no chão.

O meu estado emocional não anda muito bem.

Estendi o braço e toquei de leve seu rosto, como uma forma de parar o seu sofrimento, depois levantei os olhos marejados e encarei Alan.

____  Por que você fez isso ? - Perguntei com raiva e pavor ao mesmo tempo.

Mas ele ficou imóvel sem um pingo de remorso pelo o que havia feito, com os punhos cerrados, pronto para o caso de Jason revidar, mas o mesmo mal conseguia se mexer sem está consumido de dor.

Voltei os olhos para Jason, e notei que  ferimento em sua perna, sangrava muito, e ele chorava alto de dor. Então decidi leva-lo ao hospital, antes que a coisa começasse a piorar.

____  Alan, cuida da Maria pra mim, que eu vou ligar para a emergência _ Pedi indiferente, colocando o telefone no ouvido, ao mesmo tempo que eu tentava manter Jason calmo.

____ O que? Alan resmungou indignado com a minha atitude.

____ Só faz o que eu estou te pedindo, por favor.

Alan soltou o ar com força, depois subiu as escadas, pisando fundo.

No hospital, Jason não parava de gritar de dor, em cima da maca, e aquilo me causava uma imensa agonia.

Vê lo sofrer, me fazia sofrer.

Fiquei aterrorizada, com medo de que
aquela simples ferida se agravasse, resultando em uma possível amputação.

Mas ocorreu tudo bem, Jason foi
internado, medicado e melhor, já estava fora de perigo para o meu total alívio.

Desejo Where stories live. Discover now