40. Adega

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O corredor no qual eu e Henri entramos dava para a adega, então só precisamos caminhar até o seu final. É como Henri tinha me dito, a adega fica próxima, dentro, do restaurante. A porta estava somente encostada, Henri e a empurrou delicadamente a fazendo rangir alto. Acho que essa porta de madeira desgastada está aqui há anos.

— Bem vinda ao meu parque de diversões. — Henri diz me puxando pela cintura para que eu entrasse no local. O moreno só tirou suas mãos de minha cintura para bater as palmas duas vezes para que as luzes — se é que posso chamar de luzes, já que mesmo com elas ligadas a adega ainda fica escura, mas o suficiente iluminada para enxergarmos tudo — ligassem.

— Está sentindo esse cheiro, meu amor? — Henri me pergunta puxando ar consideveravelmemte de suas narinas.

Puxo ar também tentando sentir algum cheiro diferente.

— Álcool? — pergunto confusa.

— Isso, Petit monstre. É álcool, mas eu gosto de chamar de o libertador de almas. — o moreno faz uma pausa para me lançar um sorriso enorme. 
— Venha! Vou te amostrar os vinhos.

Ele me conduz para uma parte mais escura da adega, na qual só há uma luz fraca. Forço minha vista e vejo 3 barris de madeira deitados no chão ao lado de uma estante enorme, que vai até o teto cheio de garrafas de vinhos.

— Meu Deus! — ponho minhas mãos na boca. — Isso é vinho pra cacete!

— Meu pai sempre foi humilde na sua coleção. — olho para Henri como se eu dissesse: humilde? Tem vinho para uma cidade inteira aqui. Mesmo estando escuro consigo ver o sorriso de lado do meu namorado. — Vai dizer que não é lindo? — seus olhos brilham. Esse cara realmente vinhos.

— São lindos mesmo. — respondo.

— Uma vez, quando eu tinha uns 7 anos eu escalei essa estante, cheguei mais ou menos naquela altura. — Henri aponta para uma altura de 1,70 acima do chão. — Minha mãe gritava tanto desesperada. Queria até chamar os bombeiros. Já meu pai gritava de agonia, mas não por mim e sim porque estava com medo de perder seus vinhos.

— O que você tinha na cabeça, Henri? Achava que era o homem aranha? — indago rindo.

— Pior que sim. — ele bufa, talvez lembrando de quantas coisas viveu aqui.

Sinto as mãos de Henri apertarem a minha cintura. Olho pra ele e seus olhos já estão estacionados em mim.

— Vamos ao que interessa. O que você sabe sobre vinhos?

— Que são feitas de uva. — mordo os lábios me segurando para não rir.

O rosto dele esboçava indignação. Pendri que ele iria rir junto comigo.

— Desde que te conheci sabia você era uma pessoa leiga.

— Ei! Cala a boca. — dou um empurrão em seu ombro o fazendo tombar um pouco para o lado. — Nunca fui muito de beber.

— Por que?

— Sei lá.

— Tem medo de ficar bêbada e se revelar, né? Você pode engarnar todos com essa sua carinha de fofa santa menos a mim.

— Ah é! — o encaro. — E o que faz você pensar isso de mim?

Henri lança uma risada provocante.

— Tudo. — ele passa a mão em minha bochecha, a acarissiando com o polegar. — O jeito que você olha para mim como se quisesse me devorar. O jeito que você me beija. O jeito que toca em mim... uma santa não faz essas coisas. E, meu amor... — ele sorri. — como eu queria conhecer esse seu lado.

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now