15. Namorados, negócios à parte

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— Aí meu Deus! Não acredito que você e o Henri estão namorando! Ele é um gato, Stella. Ganhou na loteria. — Ravena grita estericamente assim que chego na La Couture. 

— Pelo visto as fofocas voam por aqui, nem tive a oportunidade de te contar. — falo a ruiva enquanto boto minha bolsa em cima da minha mesa.

— Quando eu soube dei um pulo de alegria.

— Se controla, Ravena, não é pra tanto. — Falo tentando acalmar essa cabeça de fogo.

Eu não contei a verdade sobre o namoro a Ravena porque a conheço bem e sei que ela não aguentaria guardar esse meu segredo. Isso poderia acabar com o meu plano e tudo que eu não quero no momento é ser descoberta.

— Olha quem tá vindo ali! — Ravena exclama dando pulinhos. Sim, quando está muito alegre Ravena age como uma criança que acabou de comer muitos doces. Parecia até que ela quem estava namorando com o Henri. — Seu namorado. Aí meu Deus, nunca vou me acostumar com isso.

— Nem eu. — murmuro vendo Henri vir em nossa direção. Ele estava vestindo um terno bem cortado da cor vinho. Não é só da bebida que ele gosta, da cor também.

— Bom dia, meninas. — Ele nos saúda com um sorriso no rosto. Quem sorri às oito da manhã? Eu só lanço um sorriso depois de meio dia  porque nesse horário minha barriga já está cheia e logo meu humor está uma maravilha.

Antes que eu pudesse responde-lo Henri me toma ao beijo. Fiquei surpresa de início, mas depois me deixei levar, a final namoramos não é mesmo?

Henri passou suas mãos pela minhas costas, e dessa vez ele a apertava de maneira intensa enquanto me beijava lentamente. Como eu não tinha onde por minhas mãos, acabei as botando em cima do peito de Henri e mais uma surpresa veio a tona. Mesmo com seu paletó eu conseguia sentir seu peito bem definido. Esse cara é muito músculo, deve ser um rato de academia mesmo. Aqueles do tipo que passam quase o dia todo levantando pesos, extremamente pesados, e paquerando com as meninas na academia enquanto soa de um jeito muito sexy.

Isso me desestabilizou um pouco, não estou acostumada com o corpo de Henri.

— Henri! Estamos no trabalho. — Repreendo como se eu não quisesse aquilo.

— Tive que dar um beijo de bom dia, mon amour. — Henri fala apertando meu queijo com um sorriso de lado no rosto. Pelo visto o safado gostou do beijo.

— Vocês são tão fofos. — Ravena diz com os olhos brilhando em nos ver juntos. Coitada, mal sabe que esse namoro é mais falso que minha bolsa da Gucci.

— É melhor irmos trabalhar. — ordeno virando meu corpo em direção a minha mesa decidida à voltar às atividades, mas sou impedida por Henri que segura me punho e me puxa para outro beijo.

Esse cara tá romântico demais. Estranho! Parece que ele viu um monte de filmes clichês antes de vir trabalhar e está tentando imitar os gatos dos personagens. Nenhum homem trata uma mulher igual nos filmes, porque se tratasse o amor existiria de verdade. Vamos a um exemplo claro que confirma a minha tese. Como se fosse a primeira vez, o personagem do Adam Sandler era um babaca que encontrou a formosa e linda Lucy - Drew Barrymore - e se apaixonou perdidamente por ela, o tornando uma pessoa melhor. Ele estava decidido a fazê-la se apaixonar por ele todos os dias da sua vida! Nunca na vida que um cara iria fazer uma mulher se apaixonar por ele todos os dias! Homem nenhum iria dizer eu te amo, querida todos os dias! Por isso, não sejam igual a mim, não se apaixonem por personagens fictícios para não se frutarem na vida real.

— Eu não me canso de ver isso. Podem repetir o quanto quiser. — beterraba fala a nós dois.

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Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now