09. O chute perfeito

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Hoje o dia estava quente. O vento batia em minha pele e acariciava meu rosto.  Hoje seria um dia ideal para ir à praia, mas infelizmente tenho muito trabalho a cumprir e ainda mais quando estou competindo por um cargo.

Eu precisava pegar o número de Lorenzo para conversarmos sobre ele liberar as modelos dele para a campanha dos perfumes. Ainda nem acredito que ele me botou na capa da revista. Realmente, Lorenzo é um ótimo homem. Compreensivo, inteligente, estilo e com um charme perfeito.

Oposto de Henri, que é um babaca que se acha superior aos outros.

Durante o nosso beijo eu achei que poderíamos ser amigos, ou algo do tipo, porque de alguma forma a raiva que eu sinto por ele se dissipou, mas assim que ele me chamou de interesseira eu voltei a odiá-lo na mesma hora.

— O que acha desse design? — Ravena me pergunta. Ela me amostrou um rascunho digital do artigo sobre sapatos fechados.

— Está lindo! Amei esses sapatinhos aqui. — sorrio. — Você é realmente boa no que faz.

— Eu amo o que eu faço, aí fica fácil. — a ruiva me diz. — E você o que faz aí? — ela aponta para o bloco de notas na minha mesa.

— Pensando em maneiras de sabotar o Henri. Alguma dica já que você é ótima com a imaginação? — pergunto.

— Pera, você quer sabotar ele? Que menina má. — ela lança um sorriso. — Eu conheço esse seu olhar maligno. O que ele fez?

— É uma história complicada... — coço minha cabeça. — Eu meio que beijei o Henri.

— Você beijou ele? — Ravena grita, chamando a atenção de todos inclusive o do Henri que olhou para nós duas com uma cara avaliadora.

— Fala baixo, beterraba! — exclamo. Esse é um apelido muito antigo que dei a Ravena devido aos seus cabelos vermelho. — Agora ele está olhando para a gente, satisfeita?

— Desculpa, Ella. — ela diz cochichando. Em seguida ela lança um tchauzinho para o Henri que ainda nos encarava com uma cara de já estão fofocando sobre o beijo. — Se põe no meu lugar, você diz que beijou o cara que você mais odeia. Como queria que eu reagisse?

— Eu não queria beijar ele, foi por extrema necessidade. — digo. — O Chay está aqui na França.

— Aonde? — ela indaga.

— Aonde eu não sei, mas a gente se esbarrou na cafeteira aqui na frente. Eu e Henri tínhamos acabado de sair de uma entrevista, aí decidimos tomar um café, ai do nada o Chay aparece. Eu pensei que beijando o Henri eu me livraria dele, mas pelo contrário, ele nem se intimidou, agiu como se não tivesse visto o beijo...

— Ele beija bem? — Ravena me interrompeu enquanto olhava para o imbecil que estava conversando com alguns editores.

— Sério que você me interrompeu para me perguntar isso? — faço cara de indignada porque é assim que estou.

— Só estou curiosa! Vamos!

— Não, beija não. — minto. — ele baba muito. Satisfeita?

— Nossa! Que horror. — Ravena responde com uma cara engraçada.

— Continuando, como eu vi que só o beijo não ia tirar as esperanças do Chay de voltar comigo eu menti falando que eu e o Henri namorávamos.

— O que? — Ravena grita. — Você e o Henri namorando? — ela pergunta rindo igual uma hiena. 

— Ravena não grita! — digo sussurrando.

Ótimo, agora estou passando vergonha para todo o escritório.

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now