Fernando ( Livro 2)

PARTE 15

No dia seguinte minha mãe chegou cedo pra buscar as crianças. Ana já havia arrumado Lucas e Amanda, eles estavam brincando no jardim da entrada enquanto ela terminava de ajeitar as bolsas.
- Porque sua mãe vem pegar as crianças mais cedo hoje? Eles sempre vão embora mais tarde.
- Não sei. Talvez Cintia tinha pedido que ela pegasse eles mais cedo.
- Amor... Se importa deu me deitar um pouco? Tô com um pouco de dor de cabeça.
- Lógico que não, pode descansar. Eu entrego eles.
- Já arrumei tudo, tá tudo aqui na bolsa. Vou me despedir deles.

Ana saiu da sala e foi vê as crianças. Lucas não parava de correr de um lado pro outro e Amanda olhando as flores.
Fiquei olhando ela se despedindo deles, abraçando Amanda e pegando Lucas no braço pra lhe da um beijo. Eu tinha achado a sorte grande... Nem toda mulher gostaria de ficar com um cara que já tem filho, e nenhuma delas ia ter todo o amor que Ana tinha com eles. Ela cuidava dos dois como se fosse seus próprios filhos... Sem sombra de dúvidas
ela ia ser uma mãe incrível!
Ana passou por mim e me beijou, em seguida foi pro quarto.
Eu agradeci por ela ir deitar, assim eu conseguia conversar com minha mãe quando ela chegasse.

- Pai, Ana me disse o nome dos bebês. - Falou Amanda quando me viu se aproximando.
- E o que você achou? - Perguntei né sentando ao seu lado.
- Achei lindo. Você gostou?
- Amei filha.

Segundos depois minha mãe chegou. Peguei Lucas no braço e fui pegar as bolsas enquanto Amanda abria o portão.

- Ele tomou o leite agora mãe. Diz a Cintia que ele não vai sentir fome agora. - Falei enquanto colocava Lucas na cadeirinha do carro.
- Tchau pai, te amo.
- Te amo também meu amor, e cuida do seu irmão viu? Próximo final de semana vocês vem de novo.
- Tá certo. - Respondeu Amanda.
- Querida, fique de olho no seu irmão que vou conversar rapidinho com seu pai.
- Tá certo vó!
Minha mãe fechou a porta do carro e fomos pra calçada.
- E aí mãe? Deu certo? Ela apagou o vídeo?
- Eu não sei filho. Mais conversei muito com ela. Cíntia só quer vingança... Ela não aceita que você está construindo uma nova vida, nova família. Ela ainda tem ódio de Ana... Ela prometeu que ia deixar vocês em paz, que não ia mais insistir. Mais eu não confio nela sabe?
- Também não confio. Não depois de tudo que ela fez... Ela ameaçou Ana e os bebês mãe. Aqueles presentes que ela mandou, se Ana tivesse aberto teria se assustado e...
- Eu sei filho. Não se preocupe quanto a isso, em relação a isso ela não irá mais fazer. Só cuide de Ana, ela e os bebês requerem muita atenção no momento e já já eles estão aí com vocês. Fique atenta a Cintia, ela me disse que não ia enviar esse vídeo. Mais sabemos que ela pode mudar de ideia.
- Pensei em conversar com Ana, contar pra ela o que aconteceu. Se ela descobrir por outra pessoa, eu tenho certeza que não vai me perdoar.
- Concordo com você. Conte pra ela, e mostre os exames comprovando que Cintia lhe dopou. Ana é uma boa pessoa, e sei que vai compreender.
- Eu espero mãe.
- Agora vou levar as crianças. Qualquer coisa pode me ligar.
- Obrigado. - Falei enquanto abraçava ela.

Assim que voltei pra dentro de casa, fui vê como Ana estava. E ela havia pegado no sono...

O dia foi passando, e eu tentava descobrir uma forma de como contar pra Ana sobre o que Cintia havia feito comigo. No fundo eu estava com medo da sua reação, mais não podia guardar esse segredo dela. Precisava contar o mais rápido possível... Passei o dia no escritório tentando trabalhar mais não consegui me concentrar, e ao mesmo tempo não conseguia ficar perto de Ana sem pensar no que eu tinha que falar pra ela.
Já era mais de oito horas da noite, quando Ana veio me chamar pra jantar.
- Amor, você vai passar a noite toda aqui também? - Perguntou ela entrando e indo até minha mesa.
- Não meu bem. Já tô terminando...
- Você está bem? - Perguntou ela colocando as mãos no meu ombro e me fazendo massagem.
- Parece tenso...
- É só o trabalho. Vou finalizar algumas coisas aqui e termino.
- O jantar já está na mesa. E eu tô com muita fome...
- Pode ir comendo, já já eu vou.
- Tem certeza? - Perguntou ela.
- Tenho sim.
- Então eu vou.

Ana saiu me deixando sozinho. Esperei por cerca de uns vinte minutos e então desliguei o pc.
FUI até a sala de jantar e a mesa estava pronta, apenas com meu prato. Ana já havia jantado e eu não estava com tanta fome assim.
Fui até o quarto pra vê ela, e escutei o barulho do chuveiro... Ana estava no banho, então fui tentar comer um pouco.
Coloquei a comida no prato mais não comi quase nada. Eu estava com um nó na garganta só em pensar em como contaria tudo pra Ana... Talvez eu esperasse até o dia seguinte, ou não. Eu não sabia mais o que fazer.
Terminei de comer e fui arrumar a cozinha. Deixei tudo limpo e fui atrás de alguma coisa doce na geladeira achei um pedaço de pudim que Ana havia feito no dia anterior.
Coloquei em cima da mesa e peguei um prato de sobremesa.
Quando me virei, vi Ana se aproximando com o celular na mão e a toalha ainda enrolada na sua cabeça. Não tinha condição, ela era linda de todo jeito.
- Oi amor. Quer um pouco de pudim? - Perguntei.
- O que significa isso? - Perguntou ela apontando o celular pra mim, e lá estava o vídeo... Cintia em cima de mim, eu agarrando ela. Os beijos o sexo, tudo bem na cara de Ana.
Eu senti que ia ter um troço ali mesmo, a única vontade que surgiu em mim foi de pegar o carro e ir até em Cintia, quebrar a cara dela. Todo meu ódio toda minha ira, estava me fazendo ter pensamentos que eu nunca havia tido antes.
- Eu vou te explicar tudo. - Falei indo até ela e tirando o celular da sua mão. Ana estava com os olhos cheio de lágrimas, seu rosto estava vermelho sem ainda ter chorava e eu sentia sua ira.
Estiquei o braço pra tocar nela, mais ela se afastou.
- Não toca em mim. - Respondeu ela se afastando.
- Não é o que você está pensando. Quero me escute por favor.
- Meu Deus... Você acha que eu sou burra? Como não é o que estou pensando. Olha pra isso Fernando... Tudo nos meus olhos e você ainda diz que não é o que estou pensando???
- Foi tudo armação... Eu ia te contar.
- Que engraçado. Você ia me contar... - Respondeu ela rindo, com uma risada forçada.
- A quanto tempo? - Perguntou ela cruzando os braços.
- Não é isso que está pensando Ana. Só me escuta. - Falei tentando mais uma vez segurar sua mão, mais ela puxou e deu um passo pra trás novamente.
- Não chega perto de mim... Por favor.
- Meu bem...
- Não me chama assim. Estou com nojo de você.

Ela começou a chorar mais forte e eu não sabia o que fazer. Meus olhos também estava cheios de lágrimas mais eu precisava esclarecer tudo. Precisava que ela me ouvisse.
- Você vai ter que me ouvir, Cintia aprontou tudo pra que chegasse a esse ponto, não é como você está pensando e eu vou te explicar.
- PARA PARA PARA DE MENTIR. - Ela se virou e foi em direção ao nosso quarto. Fui andando atrás e quando chegou na porta ela se virou pra mim.
- Me deixa sozinha... Não quero ouvir mais nada. - E então ela fechou a porta com toda força...