PARTE 9

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Eu não sabia mais o que fazer ou quem procurar. Esse bilhete com certeza eu não iria mostrar a Ana, não mesmo.
Falei com o pessoal da recepção d o prédio, e apenas disseram que a carta estava junto com todas as outras na caixa do correio. Sem pistas e sem provas.

Perdi o resto do dia de trabalho e saí da empresa. Liguei pro pai de Ana, pedi pra ele me encontrar em um café próximo e conversei com ele, contei tudo que havia acontecido e voltou a acontecer. Mostrei a carta a ele, e assim como eu ele ficou nervoso.
- Ana me disse que tinha certeza que a mãe dela não faria isso, mais eu quero que o senhor me ajude muito, porque quero conversar com ela.
- Faz muito tempo que estou separado da mãe de Ana, mesmo com nossos atritos do passado, também penso que ela não faria isso... Ela pode está com raiva da filha, mais não odiaria esses bebês.
- Então o senhor já sabe? - Perguntei.
- Como?
- Dos bebês, que são dois...
- Ah sim. - Respondeu ele sorrindo. - Ana me ligou ontem contando a novidade, parabéns pra você também meu caro. Espero que cuide muito bem da minha filha e dos meus dois netos que vão chegar.
- Pode ficar tranquilo quanto a isso... O senhor vai me ajudar?
- Vou sim. No seu lugar eu faria a mesma coisa, iria procurar qualquer pessoa que estivesse contra vocês e iria fundo investigar... Vou passar o endereço dela.
- Muito obrigado.

Assim que o pai de Ana me passou o endereço. Me despedi dele e fui correndo até a casa da mãe de Ana... Eu não sabia mais o que fazer, eu sentia que a mãe de Ana não era esse tipo de pessoa. Mais eu precisava falar com ela.

- Você deveria ter avisado antes de chegar na minha casa. O que quer? - Perguntou ela.
- Me desculpa mais preciso falar com a senhora, é importante.
Ela me olhou com a cara feia mais me deixou entrar.
- Não tenho muito tempo, então seja breve.

Contei tudo mais uma vez, e perguntei se ela estava por trás disso.
- Eu não faria uma coisa dessa com Julia, e você não tem o direito de chegar na minha casa dizendo que eu posso está por trás disso.
- Sinto muito, mais a senhora humilhou sua filha,várias vezes... É de pensar.
- Se tem alguém mais furiosa do que eu, certamente é a sua ex mulher. Qualquer mulher traída é capaz de tudo.
- Cintia não faria isso, eu a conheço muito bem.
- Então boa sorte com sua busca.

Ela praticamente me expulsou. E eu segui em frente... Liguei pra Roger enquanto entrava no carro e mais uma vez ele me aconselhou a contar a Ana, e em seguida ir até a delegacia prestar um boletim.
E eu concordei.

Assim que cheguei em casa, a mulher que havíamos contratado para ajudar Ana nos serviços de casa, estava colocando água nas flores do jardim.
Ela já era uma pessoa de idade, muito simpática e atenciosa com nós dois.
Assim que desci do carro vi que ela olhava com uma cara assustada pra mim.
Enquanto eu caminhava até a entrada da casa, ela veio mais rápido em minha direção.
- Preciso falar com você Fernando.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei.
- Sim...
- Ana está bem? - Falei sem esperar uma resposta e entrando de pressa na casa.
Ana não estava na sala, não estava na cozinha, então corri pro quarto e lá estava ela dormindo como um anjo.
Fui até ela e dei um beijo na sua cabeça enquanto acaricie seus cabelos.
Saí de fininho sem fazer barulho pra ela não acordar, e fui até a sala.
- O que aconteceu? - Perguntei olhando pra dona Lucinda que vinha entrando com o jato de água.
- Mais cedo, havia chegado uma encomenda. Fui no mercado comprar algumas coisas pro almoço, e quando voltei havia uma caixa em frente ao portão.
Eu não quis abrir e trouxe pra dentro...
- Você pode ir direto ao ponto? Não me diz que Ana abriu essa caixa por favor.
- Não. Assim que entrei Ana me viu com a caixa e perguntou onde eu tinha achado... Ela me aconselhou a abrir no chão e bem de longe... E virou de costas pra não vê quando eu abrisse.
- O que tinha na caixa???
-... Uma cobra.
- Oi?
- Sim. Uma cobra, e um pouco grande...
- O que a senhora fez? - Perguntei enquanto andava em círculos pela sala com a mão na cintura.
- Eu a peguei e fui soltar longe daqui. Eu cresci em sítio senhor Fernando... Conheço bem esses bichos, e aquela cobra não era ofensiva. Quem quer que tenha feito isso, fez para assustar Ana.
- Obrigado por esta aqui, por ter ajudado nisso. Não gosto nem de pensar o que poderia acontecer se Ana tivesse pegado isso.
- Fique tranquilo que vou está atenta a tudo.
- Eu vou precisar sair agora, mais voltarei logo... Se Ana acordar, diga a ela que eu passei aqui e daqui a pouco chego.
- Tá certo, eu direi.

Fernando ( Livro 2)Where stories live. Discover now