PARTE 13

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Era domingo a noite, as crianças já tinha ido embora. Minha mãe havia levado Amanda e Lucas  pra casa... Ana percebia que eu estava preocupado com algo, dizia que eu estava um pouco estranho. Eu tentava disfarçar e ela fingia acreditar...
Na segunda feira, fui colocar o lixo fora pela manhã. E assim que abri o portão, dei de cara com duas bonecas melada de tinta vermelha. Elas estavam vestidas com roupas de bebê, e havia tinta em toda a roupa e no rosto.
- Agora já chega! - Falei enquanto colocava elas dentro da sacola que eu estava segurando. Cintia tinha passado dos limites, e eu não ia mais ficar parado.

- Pra onde você vai? - Perguntou Ana enquanto me viu emboracando no quarto atrás de uma roupa.
- Ter uma conversa séria com Cintia.
- Porquê?
- Porque descobri que ela está por trás de tudo, aqueles bilhetes, aquele presente. Fui colocar o lixo agora e havia duas bonecas sujas de tinta vermelha, bem na frente do nosso portão. Eu não queria te dizer isso, mais eu as joguei e não vou ficar aqui parado.
- Amor, eu não quero que você vá assim conversar com ela. Você está com a cabeça quente e pode perder o controle. Como tem certeza de que é ela? Quando eu disse que suspeitava dela, você disse que não podia ser...
- Eu sei meu bem. - Falei indo até ela. - Mais ela está diferente em tudo... E eu sinto que esteja por trás disso. Fica tranquila que eu estou calmo, só vou falar com ela.
- Eu vou com você então. Não vou te deixar ir só.
- Acho melhor não, prefiro que você fique.
- Não vou ficar, se eu ficar vou me preocupar. Vou te acompanhar... Eu fico no carro te esperando.
- Tem certeza?
- Sim.

Seguimos pra casa de Cintia. Com Ana do meu lado, eu tentava manter a calma. Mais por dentro eu estava irado com Cintia, ela já havia passado do limite a muito tempo.
- Não vou demorar, e se caso demore. Me espere aqui tá bom?
Ana apenas concordou com a cabeça, e ficou no carro.

Apertei a campanhia e Cíntia abriu.
- Oi. O que está fazendo aqui a hoje?
- Precisamos ter uma conversa. - Falei já entrando.
- Sobre?
- Onde estão as crianças?
- Lucas ainda está dormindo, e Amanda está no quarto.
- Podemos conversar no meu antigo escritório?
- Claro.
Acompanhei ela até meu antigo escritório. Quando chegamos, ele estava cheio de caixas e sacolas espalhadas, Cintia havia transformado no quarto da bagunça.
- O que quer falar comigo? - Perguntou ela.
- Vim pedir pra que você pare de perturbar minha vida e a de Ana. Você já está passando dos limites e eu não vou aceitar mais isso.
- Não estou entendendo Fernando.
- Você está sim. Primeiro os bilhetes, depois aqueles presente. Como teve coragem de mandar uma cobra pra que Ana recebesse? E agora duas bonecas? O que quer com tudo isso?

Cintia olhou pra mim com a cara confusa, ela podia negar quanto fosse mais eu não ia mais acreditar.
- Não entendo porque acha que eu faria isso. Sou a mãe dos seus filhos, eu também sou mãe Fernando. Jamais eu faria algo do tipo.

Me virei rindo com as mãos na cintura, ela ia mesmo jogar esse jogo comigo?
- Você perdeu a cabeça depois da separação. Mais não vou deixar mexer com minha família. - Falei apontando o dedo pra ela.
- Você... Eu já disse que não fui eu. - Ela estava com os olhos cheio de lágrimas, mais tentava segurar.
- Você me dopou Cíntia. Você me forçou a fazer sexo com você... Eu estando inconsciente. Como pode fazer isso?
- Eu não sei do que está falando... - Ela virou as costas pra mim.
- PARA, PARA DE MENTIR. EU NÃO AGUENTO MAIS TANTA MENTIRA. - Falei gritando pra ela, meu sangue estava fervendo e eu não ia conseguir manter a calma.
- Desculpa... - Falou ela se virando. -... Eu ainda amo você Fernando.
- Isso não importa, não mais.
- Eu não...
- JÁ CHEGA!... Eu tenho exames daquele dia, tenho provas. E se não se afastar de mim por bem, você sabe do que eu sou capaz.
- Você não teria essa coragem. - Falou ela olhando pra mim.
- Então tenta pra vê.

Ficamos um momento em silêncio e então falei:
- Só te peço que fique longe da gente. Não irei mais pisar os pés aqui e espero que você não aparece mais lá com esses seis presentes inesperado.

Cintia chorava enquanto limpava o rosto.
- Posso sim ter feito sexo com você. Mais juro que não estou por trás disso que esta falando, eu não teria essa coragem...
- Final de semana minha mãe passa aqui pra levar as crianças pra ficar comigo. - Falei me virando e saindo. Fui direto em direção a porta, e entrei no carro.
- Você está bem? - Perguntou Ana.
- Vou ficar.

Eu tinha certeza de que Cintia estava por trás de tudo, mais ainda passava pela minha cabeça de que ela era inocente... Mais eu não podia cair nessa, não depois do que ela fez comigo.

- Tem certeza?
- Tenho... - Falei entrando em casa. - Algo me diz que é Cintia sim. E se acontecer de novo, essa confusão vai acabar atrás das grades.

Ana me olhou um pouco assustada, mais não falou mais nada. Ela sabia que eu estava com cabeça cheia, com muita raiva de tudo.

Havia passado cinco meses da gravidez de Ana. Sua barriga já estava enorme com dois bebês dentro. E já sabíamos o sexo, seria um casal... Sim, um menino é uma menino.
O quartinho já estava todo pronto. Pela gravidez ser de risco, o parto teria que ser Cesário. Mais eu e Ana estava confiantes, ela não sentia mais dores e as contrações havia diminuído bastante...
Desde a minha última conversa com Cintia, que não recebemos mais aqueles presentes estranhos, e isso só nos deu a certeza de que era ela mesmo que estava por trás.
Ana não sabia o que Cintia havia feito comigo naquele tempo, e eu não pretendia contar. Eu não saberia como ela ia reagir e já que as coisas estavam indo bem, achei melhor deixar tudo como tava.

Era sábado a noite. As crianças estavam com a gente, Ana tinha preparado pipoca e Amanda escolhia o filme, lucas estava no sofá brincando com alguns carrinhos. Eu tinha acabado de sair do banho quando meu celular vibrou. Era uma mensagem de Cintia;

( Quero te ver agora. Preciso de você aqui comigo, só por um momento...)

Fiquei confuso, nós não havíamos falado a um bom tempo, e de repente ela manda uma mensagem assim do nada. Será que havia confundido meu número com o de outro?

Eu ainda estava olhando pra mensagem confuso, e então chegou outra... Mais dessa vez não foi uma mensagem de texto, e sim uma mensagem de vídeo.
Assim que carregou eu abri, e meu coração acelerou quando vi aquilo.
Cintia havia mandado o vídeo do dia que ela me dopou, nós dois transando no sofá da sua sala. Apaguei no mesmo instante e então chegou outra mensagem dela;

( Quero outro momento desse com você, só mais um. E então te deixarei em paz! Caso não venha aqui em quinze minutos, eu enviarei o vídeo pra Ana, e não estou brincando. )

Fiquei parado por um momento até cair a fixa do que Cintia estava aprontando, ela ia estragar tudo que eu havia construído com Ana, ela queria vingança e estava disposta a tudo.

Saí do quarto e peguei a chave do carro. Ainda era 19:35 da noite, eu precisava resolver isso logo.
- Amor, vou precisar resolver um probleminha com um dos meus clientes. É urgente!
- Ah não... Trabalho uma hora dessa? Já preparei a pipoca e íamos assistir o filme.
Ana já estava sentada no sofá com Amanda e Lucas correu pra ela quando viu a pipoca.
- Sinto muito meu bem, mais terei que ir. Prometo não demorar e falo com você quando estiver vindo.
- Pai, você podia trazer sorvete. - Falou Amanda.
- Sim, eu trago.
Fui até ela da um beijo, e outro em Lucas. Em seguida dei um beijo em Ana e no seu barrigão.
- Volto logo, prometo! E eu te amo viu?
- Te amo também. - Respondeu ela sorrindo.

Liguei pra minha mãe assim que entrei no carro, disse a ela que precisava de ajuda pra conversar com Cintia, pois ela tinha perdido total controle.
- Vou me ajeitar e subo pra lá filho, mantenha a calma. Cintia vai me ouvir, só não caia na conversa dela.
- Ok mãe, já estou a caminho.

Fernando ( Livro 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora