PARTE 14

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- Até que você foi rápido. - Falou Cíntia quando abriu o portão pra mim entrar.
- O que você quer com isso tudo?
- Eu quero você. Quero que Ana sinta tudo que eu senti quando vi vocês dois na minha cama.
- Isso não vai levar a nada Cíntia. Você só vai se machucar e machucar os outros.
- Eu não meu importo. - Falou ela vindo até mim. - Contando que você ainda me queira.
Ela colocou as mãos sobre meu pescoço e me puxou pra um beijo, mais eu tirei suas mãos de mim e me afastei.
- Vamos conversar...

Estávamos na sala. Um de frente pro outro... Cintia estava diferente, e pelo seu cheiro ela havia bebido.
- Porque filmou aquilo?
- Pra ter algo contra você, pra te fazer ainda ser meu.
- Isso não vai impedir deu continuar onde estou Cíntia, a nossa história acabou a muitos anos e você sabe disso.
- Acabou pra você, mais pra mim nunca acabou. Você sabe que se dependesse de mim eu teria salvado o nosso casamento, mais você simplesmente se jogou nos braços de outra... Colocando tudo a perder.
- Eu não irei fazer nada com você novamente, e só estou aqui pra te pedir por favor que apague esse vídeo. Isso não vai te levar a nada.
- Pode não ser útil pra mim, mais tenho certeza de que Ana vai amar assistir esse vídeo.
- Podemos resolver isso com uma boa conversa Cíntia, você está agindo como uma criança.
- Seja meu por hoje, e juro que apago esse vídeo... - Ela foi até mim e tirou sua blusa, ficando apensa de sutiã.
- Veste sua roupa, não vamos fazer nada.
- Você não disse isso da última vez, você gostou, sentiu prazer e eu sei que ainda tem desejo em mim.

Me levantei do sofá e passei a mão na cabeça.
- Você passou dos limites, não tem condições.
- Eu amo você Fernando, e sempre vou te amar. Eu não quero outro homem na minha vida, eu quero você.
- Você não pode ter tudo que quer, veste essa roupa! - Me virei novamente ficando de costas pra ela.
- Você acha que estou brincando né? Acha que não tenho coragem de esfregar esse vídeo na cara de Ana.
- Sei do que você é capaz, e isso me dá medo, me dá nojo... De saber que estive tantos anos ao lado de uma maluca.
- Você está brincando com fogo Fernando. - Falou ela apontando o dedo pra minha cara.
No mesmo instante a campanha tocou.
- Quem é uma hora dessa? - Falou ela se afastando e indo até o interfone pra perguntar.

Me sentei no sofá e Cíntia voltou.
- É sério mesmo Fernando? Que chamou sua mãe pra te acompanhar igual um cachorrinho?
- Não será necessário, já estou de saída. - Falei me levantando.
- Você não vai a lugar algum, porque nós não resolvemos nada. E ainda quero você.
- Você está descontrolada, e nessa situação não dá pra resolver nada contigo! - Passei por ela e fui em direção ao portão, assim que abri minha mãe estava lá.
- Desculpa a demora filho, o que ela queria?
- Eu. Mais não vai ter, tô indo pra casa... Deixei Ana sozinha com as crianças.
- E o vídeo? Ela apagou?
- Não mãe, e pelo que vi não vai. Cintia quer fazer da minha vida um inferno. Terei que contar tudo pra Ana, antes que Cintia abra a boca.
- Fernando... Não vá. - Falou Cíntia chegando. - A gente pode conversar e se resolver sim, prometo que irei tentar.
- Minha querida, porque está fazendo isso com vocês? - Falou minha mãe pegando a mão de Cintia. - Você tem dois filhos que te ama muito, é jovem e tem uma vida toda pela frente. Não precisa se rebaixar a esse ponto...

Cíntia abaixou a cabeça e começou a chorar. Não pensei duas vezes e entrei no carro...
Eu sabia que minha mãe iria cuidar dela e conseguir ter uma conversa amigável sem brigas. Cíntia nunca ia se conformar com tudo, e jamais iria conseguir conversar tranquilamente comigo, não depois de tudo que ela fez.

- Você demorou... - Falou Ana quando fui entrando em casa. Ela estava lavando os pratos e terminando de arrumar a cozinha.
- Desculpa amor... As crianças já dormiram?
- Nesse instante.
- Não precisa fazer isso. - Falei indo até ela. - Deixa que eu termino.
- Dessa vez vou ceder, meus pés tão muito inchados.
- Devia está descansando, esses trabalhos de casa não é mais seu.
- Eu sei amor, é só estranho ter alguém fazendo tudo que eu deveria fazer.
- Relaxa, não vai ser pra sempre. Já já você está de volta.
- Enquanto você termina a louça, vou tomar um banho.
- Tá bom.

Terminei de lavar tudo, enxuguei e guardei no armário. Deixei tudo limpo pro dia seguinte, não consegui jantar e tal fiz um lanche rápido.
Assim que fui pro quarto, Ana já havia saído do banho e estava deitada mexendo no celular. Passei pro banheiro pra também me banhar.
Enquanto tomava banho, fiquei lembrando de tudo que estava acontecendo e podia acontecer. Cíntia estava maluca, e eu tinha medo disso. Eu amava Ana como nunca amei alguém antes, e eu precisava fazer algo a respeito. Eu não podia deixar Cíntia estragar tudo.
Minha mãe havia ficado com ela, e eu não sabia o que as duas haviam conversado e se minha mãe tinha conseguido convencer ela a apagar aquele vídeo. Se isso acontecesse estaria tudo numa boa, mais se não acontecesse eu estava nas mãos de Cintia. De uma forma ou outra ela ia da um jeito de mandar esse vídeo pra Ana, mais eu ia contar primeiro.
Precisava ser sincera com ela, eu sei o quanto ela me amava e confiava em mim. Eu também tinha as provas do exame que fiz na noite que Cíntia me dopou. Então eu tinha esperança de que Ana me entendesse... Eu sabia que sua gravidez estava sendo difícil, e que uma notícia dessa podia deixá-la agoniada a ponto de fazer mal pros bebês. Mais eu preferia que ela ficasse sabendo por mim, e não por Cintia ou outra pessoa.
- Amor, precisamos conversar. - Falei enquanto saía do banho esfregando a toalha na cabeça..
- Amor, corre aqui. - Falou ela com a voz sorridente.
Acelerei o passo é fui até a cama. Ana estava sentada com as duas mãos na barriga.
- Eles estão se mexendo, estão brincando. - Falou ela rindo enquanto olhava pra sua barriga.
Fui em direção a ela sorrindo e me sentei ao seu lado, também colocando a mão na sua barriga.
Um chute bem embaixo da minha mão, me fez encher os olhos de lágrimas.
- É uma sensação estranha. - Falou ela sorrindo enquanto olhava pra mjm.
- É uma sensação linda. - Respondi sorrindo enquanto dei um beijo nela, depois esfreguei minha barba no seu pescoço e por fim dei um beijo.
- O que queria conversar? - Perguntou ela abaixando a sua blusa e cobrindo a barriga.
- Sobre os nomes dos bebês, ainda não escolhemos lembra? - Falei. Eu não podia contar pra Ana agora. Ela estava feliz demais e me abrir com ela sobre o que Cíntia havia feito, ia estragar aquele momento ou pior... Eu não gostava nem de imaginar.
- Eu gosto de Gabriela. Gabi... Era o nome da minha boneca preferida.
- É um nome lindo. Tem certeza que quer esse? - Perguntei.
- Pensei muito em vários nomes, mais isso não tá sendo tão importante agora. Eu só quero imaginar eles no meus braços, os dois.
- Mais temos que da nome a eles. - Respondi sorrindo. - E acho melhor a gente resolver logo, já já eles estão chegando aí.
- Você tem razão. - Respondeu ela também rindo. - Eu fico com Gabriela, já que são dois. É justo cada um escolher um nome, então você escolhe o outro.
- Nosso menino...
- Nosso casal. - Respondeu ela se aproximando de mim e me abraçando. - Como ele irá se chamar?
-... Que tal Leonardo? Podemos chamá-lo de Léo.
- Léo... Eu amei.
- Gabi e Léo. - Respondi enquanto enchia ela de beijos.

Eu não havia escolhido o nome de Amanda e nem o de Lucas. Cintia sempre exigente e arrogante, sempre que eu escolhia um nome ela não se agradava. E até nisso brigamos muito... Está com Ana naquele momento, por mais simples que fosse. Só me fazia se sentir vivo, feliz e satisfeito. Acho que satisfeito era a palavra que me descrevia... Mais pra tudo melhorar, eu ainda precisava resolver o problema com Cíntia.

Fernando ( Livro 2)Where stories live. Discover now