Calmante da alma

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Tempo se passou desde que Raphael falou as suas primeiras palavras.
Agora Barbara tinha outro tipo de preocupação quando a criança fez 2 anos, era só piscar que ele desaparecia da sua vista.... Ele aprendeu a andar tão rápido.

Mark, lamentavelmente conseguiu perder uma aposta jogando Uno com Barbara, seu castigo era aceitar e adotar um cachorro para ter mais uma companhia.

Raphael estava aprendendo a falar mais fluente, mas foi um pequeno erro em sua pronuncia que gerou o nome do filhote de pastor alemão, "Nicchi", esse era o nome.

A adaptação do cachorro em casa foi muito boa, Raphael adorava brincar com o pequenino, era muito fofo. Mas apesar disso, eu estava preocupado com Barbara, que por uma semana ficou muito agitada.
Acordava de madrugada suando frio, andava de lá para cá, um frio percorria na espinha.

Depois que o pequeno concluiu seus 3 anos, começou a temporada de chuva.
O calmante da terra, que descia para regar seus frutos, acalmar o calor e abaixar a poeira. Esse era o mesmo calmante que Barbara mais amava.

Ela aproveitava quando Mark e Rapha tiravam seus cochilos da tarde para também tirar um cochilo deitada na rede que tinha na varanda da casa.

- Mamãe! - Gritou Raphael correndo para o colo de sua mãe, que não hesitou em pegá-lo. Ele se acomodou nos braços da pequena e perguntou olhando pela janela:
- Mamãe, a chuva é espechial para voche?
- ...hmm, talvez. - Disse dando um leve sorriso. - Você também não acha a chuva especial?
- Não... porque ela não deixa eu brincar lá fora. - Barbara riu. - Por que a mamãe acha a chuva espechial?
- Porque quando a chuva cai na terra, ela rega toda planta existente, e com a água que escorre ela leva a maldade e a "sujeira".

Antes mesmo que Raphael pudesse dar uma resposta, Mark entra em casa, tirando seus sapatos entrando todo ensopado.
- AHHH, foi refrescante! - Disse sacudindo seu cabelo perto dos dois espirrando água para todo os lados.
- ARF ARF! - Latiu Nicchi após ser acordado pelos respingos.
Nike correu para se pendurar em minhas costas com suas garras para fora e seu pelo arrepiado.
- MARK! - Gritou Barbara tacando uma almofada em seu amigo que só deu risada.

- Mamãe, aonde vai? - Perguntou vendo como sua mãe o deixava no chão e andava até a porta. Ela olhou para trás e deu um sorriso.
- Ih, lá vem.
- Ih, lá vem. - Disse Mark e eu ao mesmo tempo.

Raphael seguiu a pequena e observou como ela dançava em baixo da chuva, sem ritmo, sem música, sem coordenação.
Nicchi se sentou no degrau que logo Mark fez companhia se sentando do seu lado.

- Vai lá. - Disse Mark para seu "sobrinho".
- Mas...
- Sua mãe está se divertindo, não quer se divertir também? - Disse sorrindo convencido.
Raphael apertou seus lábios e correu até sua mãe, os dois começaram a correr e brincar na chuva dando altas gargalhadas.

- ...Parecem livres... Não acha, Nike?
- Miau... - Disse concordando.

Eu fiquei de pé, vendo aquela cena de mãe e filho. Eu mataria totalmente de propósito se aquilo significaria proteger essa pequena família, que se tornou a minha.
Barbara, Nike, Raphael, Mark e até Nicchi.
Essa família, que mesmo indiretamente me fez em todos os séculos de meu trabalho, feliz.

Não acho que seja necessário por mais palavras para descrever como amo tudo o que eu tenho agora... Eu queria que eu pudesse acompanhar a vida deles até o fim, e eu mesmo carrega-los para ter sua paz... mas..., Querer nem sempre é poder.

A vilã merece um final felizWhere stories live. Discover now