Bebê.

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Se alguém falasse que Barbara estava grávida, não me surpreenderia e realmente não me surpreendi quando o médico deu a resposta definitiva.
Bárbara ESTÁ grávida.
Mas me surpreendi quando o mesmo avisou que o bebê estava bem.
Depois de ela ter rolado barranco a baixo, mancar e sangrar, sua semente ainda estava firme e forte...

Barbara não chorou de felicidade como fez ao sair da mansão, ao contrário, ela se lamentou por não poder dá-lo o que seria...uma vida "pacífica".

Com um olhar perdido, caminhando de volta para casa após a consulta, aproveitando a refrescante brisa no rosto, Barbara sussurrava "desculpa" acariciando sua barriga ainda plana.

- Me... perdoe. Por não poder te dar uma vida pacífica pelo resto de seus dias... Mas prometo, prometo mesmo, que te darei o amor que não recebi.
E no futuro, que espero que seja distante, se "ele" nos achar...farei o possível para você não passar pelo mesmo inferno. - Barbara sabia. Sabia que seu marido não iria desistir de procurá-la, muito menos se convencer de que ela estaria morta no tiroteio.

Vou lhe contar uma coisa. Barbara estava preparada para proteger seu filho a qualquer custo. Se lembre disso, porque não é mentira.

Nike pensou que eu ficaria triste ou chateado pela gravidez, mas... Qual a culpa dela? Além disso, Barbara não sabe o quanto a amo. Então nem peso dos meus sentimentos ela sentiria.
Barbara, com a criança ou não, continuaria sendo a minha Barbara.

Estava intrigado... Como seria a criança de uma moça fechada, misturado com um homem totalmente sociável..., irritante...e sem noção?

- Tails... - Disse Mark sentado em uma cadeira do lado da maca de Barbara.
Ela estava deitada com a blusa levantada vendo o ultrassom do seu menino de quatro meses. A barriguinha de Barbara a deixava tão fofa.

- ...Meu filho não tem cauda para ser chamado de "Tails".
- E quem liga pro significado? Acho mais importante como o nome soa. - Exclamou Mark fazendo Barbara ter um rosto pasmo, tirando uma risada do médico.

- Por que não dá "Sonic" logo de uma vez?! - Falou Barbara.
- Ah! Como você sabe que foi dele que tirei o Tails?
- Não é isso que você fica jogando?
- hehe...- Deu uma risada, coçando sua nuca.
- Vai ser... "Yuzu"...
- Beleza, é um...- Pera. Yuzu? Da onde tirou esse nome ruim?
- Yuzu não é ruim!
- Qual o significado?
- ... - Barbara não refutou quando usaram seu próprio argumento contra ela.

- ...Raphael... - Sussurrou alto o bastante para Mark escutar.
- ...Ahhhhh!
- Tartarugas ninja! - Disse os dois juntos.
O médico observava tudo com diversão, nunca viu dois amigos tão sincronizados como eles.

Desde de então, Barbara se sentava na rede da varanda e começava a cantar bem baixinho. As vezes ela conversava ou desabafava acariciando sua barriga.
Ficou gravada na minha cabeça a imagem dela cantando para seu bebê. Ela tinha um olhar mais vivo do que quando andou no barco.

Mark, sem pedir nada, sem restrições, ele fez a sua casa a morada de Barbara e do seu futuro "sobrinho". Os dois estavam animados pela chegada do pequeno, duas almas solitárias que estavam conectadas por uma linha invisível amarela, que significava "amizade".

Vi como a barriga dela cresceu com o tempo e como o bebê dava seus pequenos chutes dentro da mesma.
Era tão surreal. Assim como todas as coisas que vi com Barbara, ver uma criança crescendo desde da barriga era uma visão tão perfeita. Meu Senhor merecia muito mais do que simples aplausos por tamanha perfeição.

No hospital, Mark não poderia entrar se não fosse um parente ou o marido. Mas, por uma simples mentirinha, Mark entrou fingindo ser o pai da criança.
Como bom moço, dei o exemplo para o azulado, uma alma velha que parece criança, dando de maduro agora? Talvez. Fiquei fora da sala do parto, não assisti como fiz com o de Barbara. Mas de fora, pude escutar os gritos da pequena e como o bebê dela chorou.

Entrei junto com o azulado em meu ombro. Vimos a perfeita imagem da pequena segurando seu filho, enquanto Mark se segurava para não desmaiar, seus rosto estava tão branco quanto uma folha de papel.

O pequeno menino chorava, ao contrário de Barbara que tinha nascido sem derramar um lágrima no nascimento. Mentalmente ela agradecia por ter seu filho nos braços.
Observei a sua face, pequena, fofinho, cabelo preto como dos pais e o fascinante olho azul, que sua vó também tinha...

O bebê também me foi intrigante, diferente da mãe, o garoto chorou, mas é como se ele estivesse chorando por todos os sussuros de sua mãe, chorando pelo lamento dela...
Uma cena tão... magnífica.

Talvez...apenas esteja delirando, mas para mim, essa foi a grande visão que tive...

A vilã merece um final felizWhere stories live. Discover now