O Protetor - Série case-se co...

By eusarahbosco

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Ele: Daniel McCain, um empresário de sucesso que comanda uma corporação gigantesca fundada e construída com c... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Epílogo

Capítulo 29

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By eusarahbosco

A luz do sol tomou conta do quarto, despertando Bárbara do sono mais cedo do que ela gostaria. Queria muito voltar a dormir, mas um turbilhão de pensamentos começou a se formar em sua mente.

Pela primeira vez, ela experimentava o gosto amargo da frustração de um desejo físico e não gostou nada da sensação.

Seu marido estava ali deitado ao seu lado, dormindo profundamente, o que ela achou estranho já que ele não costumava estar na cama quando ela acordava.

Aquilo era totalmente ridículo, pensou. Ansiar por ele era completamente incoerente.

Desde quando seu algoz se tornou tão tentador?

Ok, ela era uma mulher franca, principalmente consigo mesmo e não ia se enganar: fazia muito tempo.

Logo que começou a trabalhar para McCain ela já percebera o tamanho do problema.

Ele sempre foi um homem lindo e apaixonante. O mais interessante é que conseguia encantar as pessoas naturalmente. Possuía um olhar enigmático, uma postura impecável e uma incrível capacidade de persuasão. Não era simpático, muito menos sorridente. Mas era absolutamente magnético. Sua beleza física só corroborava seu intelecto magistral.

Inteligente, rico e bonito – o pacote perfeito para qualquer mulher, mas não para Bárbara.

Ela tinha resistido bravamente ao encanto de Daniel, até começar a conviver mais intimamente com ele, pois foi só aí que percebeu o quanto ele podia ser gentil e agradável.

Em todo esse tempo desde o casamento ele a havia tratado como uma princesa. Seu comportamento não era forçado e  visivelmente sentia prazer e tratá-la bem.

Sua companhia não era monótona e ele sabia como ninguém preencher o vazio: sempre tinha uma bela história para contar, gostava de compartilhar experiências e tinha um excelente humor. Aquilo sim acertou Bárbara em cheio.

Foi uma questão de tempo para que os sorrisos dele começassem a bambear suas pernas e seu olhar lhe tirasse o fôlego. Charmoso demais, cativante demais, perfeito demais...apesar de suas gritantes imperfeições.

Ele era como águas azuis e hipnotizantes, das quais ninguém conhece a profundidade.

Bárbara sentia uma vontade imensa de mergulhar de cabeça, e um medo tão forte quanto.

Enquanto ainda pensava, sentiu seu marido se mexer. Antes que ele acordasse, levantou-se e foi tomar um banho. Deixou a água quente correr por suas costas enquanto tentava recuperar o equilíbrio emocional e mental.

Como seria agora que ela tinha cedido? Como Daniel encararia o poder que tem sobre ela, já que havia admitido seu desejo por ele?

Como se sentia patética! Havia abaixado totalmente a guarda, aberto totalmente suas defesas, para mais uma vez ouvi-lo dizer não.

Na noite de núpcias tinha achado totalmente cavalheiresco da parte dele não a forçar a aceitá-lo. E mais uma vez ele tinha se mostrado gentil em não querer se aproveitar de um momento de fragilidade dela.

Mas e se isso fosse uma estratégia apenas? E se ele a estivesse convencendo de sua "bondade", para depois atacar e vencê-la em seu jogo?

A cabeça de Bárbara começou a doer fortemente e ela achou melhor parar de pensar.

Deixar os dias passarem, era isso que deveria fazer. Um dia após o outro com uma noite no meio, sempre o melhor remédio, dizia seu pai.

Precisava voltar para o trabalho. Era isso. Tinha que entreter novamente sua mente com as coisas que amava fazer.

– Daniel, vou voltar ao trabalho. – Ela anunciou durante o café.

– Acho que ainda é cedo demais. – Ele respondeu.

– Não estou pedindo sua autorização. Estou apenas dizendo que vou voltar.

– Ok. Acalme-se. Estou apenas interessado em sua plena recuperação, nada mais.

– Certo. Desculpe. Acredito que o trabalho vai me ajudar na recuperação. Me sinto melhor com a mente em atividade.

– Está bem. Se é o que quer. Que tal amanhã? Tire o dia hoje para descansar, tenho um compromisso e terei que sair.

– Tudo bem. Aonde vai?

– Cuidar de alguns negócios.

– Fora da cidade?

– Sim.

– Então não vai para a empresa?

– Não, é em outro lugar. Passarei o dia todo fora. Chego para o jantar.

– O dia todo? Deve ser um compromisso importante...

– É sim.

Por mais que Bárbara sentisse uma vontade enorme de continuar perguntando, se conteve. Ele claramente não queria dizer aonde ia.

– Tenha um bom dia querida. Descanse bem. – Daniel disse beijando-a suavemente nos lábios.

– Sim, obrigada. Para você também.

Ao vê-lo sair, foi inevitável que ela sentisse um grande desconforto.

Se eram apenas negócios, por que não dizer que compromisso era aquele? O que ele estava escondendo?

Durante toda a manhã ela tentou distrair o pensamento. Leu um capítulo de um livro que há tempos queria terminar, mas se perdeu tantas vezes na leitura que acabou se irritando e desistindo. Foi para a piscina tomar sol, mas não conseguiu relaxar, seu corpo estava tenso. Por fim, decidiu tomar outro banho, sentar-se na varanda e pedir um suco gelado.

Ian veio servi-la com sua habitual gentileza.

– Bom dia senhora. Como está? – Ele disse enquanto servia o suco.

– Bem. Eu acho.

– Com todo o respeito, percebo que algo a incomoda. Posso ajudá-la de alguma forma?

– É muito amável de sua parte Ian, mas creio que não. Estou apenas...bom, apenas pensando.

– Entendo.

– Meu marido estava estranho essa manhã. – Bárbara disse em um desabafo repentino, que nem mesmo ela esperava fazer.

– Estranho senhora?

– Sim. Geralmente me diz onde vai, mas essa manhã não. Eu não quero parecer uma mulher patética e paranoica, mas o comportamento dele foi meio incomum.

– Se me permite, creio que não há nada de patético e paranoico em uma esposa se preocupar com seu marido. Mas pode ser que ele apenas tenha sido conciso, como de costume. Não quero parecer invasivo, mas o que exatamente a incomoda?

Bárbara refletiu por alguns segundos.

– Não sei. De verdade, não sei. Acho que tenho medo justamente do que não sei sobre ele. Daniel não costuma se abrir muito, nem mesmo para mim. Isso causa uma certa insegurança.

Ian encarou-a como se refletisse em uma questão de causa e efeito.

– Sempre fui leal ao Sr. McCain... – disse ele após alguns minutos que pareceram uma eternidade – ...sempre achei que era meu dever zelar por seu bem-estar, uma vez que ele me confiou sua casa e seus empregados e sempre me deu carta branca para agir.

– Sim, admiro muito isso.

– Acontece que, zelar pelo bem-estar de uma pessoa muitas vezes inclui ir de encontro com algumas de suas convicções.

– O que quer dizer?

– O senhor Daniel é muito discreto em suas ações e creio que muito do seu sucesso se deve exatamente a isso. Quando ele comunicou que iria se casar, confesso que senti um certo alívio diante da perspectiva de ele finalmente dividir com alguém a sua vida. Mas, foi mais que isso, pois ele realmente encontrou uma maravilhosa pessoa, que considero ser a pessoa certa para ele.

– Obrigada, Ian.

– Essa é a verdade senhora, não precisa agradecer. Ele mudou muito desde que iniciou o relacionamento de vocês, mudou para melhor. Está visivelmente mais tranquilo, com ar satisfeito, como se tivesse achado o que há muito procurava. Bem, fiz essa introdução longa para explicar o porquê de eu decidir dizer-lhe agora onde o Sr. McCain está.

– Você sabe?

– Sim, eu sei. Creio que o Sr. Daniel nunca lhe disse nada sobre seu avô, não é mesmo?

– Avô? Não. Nem sabia que ele tinha um.

– Sim, ele tem. O Sr. Josh McCain vive em uma casa de repouso que fica numa cidade há uns bons quilômetros daqui. Periodicamente, Sr. Daniel o visita e passa o dia todo com ele. Na verdade, faz muito tempo que tenta trazer o avô para viver aqui, mas ele se recusa a deixar a cidade onde nasceu.

– E por que ele não vive com os pais de Daniel?

– Aparentemente por incompatibilidade de gênio com o filho, pai do Sr. McCain.

– Entendo. Não sei o que me surpreende mais, o fato de Daniel ter um avô ou o fato de visitá-lo e propor-se a cuidar dele.

– Sei que o Sr. Daniel não aparenta ser uma pessoa empática, mas acredite, é só aparência. Muito antes de o avô ir para a casa de repouso, ele já era benfeitor da entidade. E essa é só uma das que ele apoia.

– Então ele usa seu dinheiro para fazer algo por outros. Impressionante.

– Não só o dinheiro, o tempo também. Vez por outra ele passa o dia em uma dessas entidades ajudando os idosos a se barbearem, se vestirem e se alimentarem.

Bárbara olhava para Ian estupefata.

– E eu que achei incrível ele fazer a própria barba sozinho.

– Como disse?

– Nada...estou surpresa e muito grata também Ian. Jamais imaginaria que Daniel fizesse isso. Honestamente, não combina em nada com seu jeito de ser.

– Sim, ele faz de tudo para que as pessoas não saibam disso. Sempre afirma que caridade em público é oportunismo e uma forma de inflar o próprio ego.

– Sinceramente não entendo por que ele esconde isso de mim...E algo me diz que não é apenas isso que ele esconde.

Ian pensou sobre aquelas palavras. Sabia que não deveria se intrometer ainda mais nos assuntos de seu patrão do que já havia feito, mas algo lhe dizia que aquela mulher seria um divisor de águas na vida de McCain. Ele também estava certo de que Daniel escondia algo. E também estava certo que seja lá o que fosse, estava intimamente ligado ao escritório que ele mantinha no subsolo da mansão, onde não permitia que ninguém entrasse e do qual somente ele tinha a chave.

– Senhora, talvez a resposta que procura esteja mais perto do que imagina.

– Como assim Ian?

– Muitas vezes, o que temos de fazer para alcançar nossos objetivos, é atravessar uma porta.

Bárbara ficou ainda mais confusa.

– Isso é um enigma?

– Não. Apenas uma pista.

– E eu por acaso estou participando de algum jogo?

– Talvez esteja. E sei que é exatamente isso o que quer descobrir. Minha discrição, porém, me impede de dar mais informações a respeito. A única coisa que posso dizer é que as respostas que procura, as quais lhe garanto que não tenho acesso para ajudá-la, podem estar aqui mesmo, nesta casa. O Sr. Daniel não deve saber que eu lhe disse essas coisas, por favor.

– Não direi nada a ele. Fique tranquilo. Agradeço por tentar me ajudar.

– Estou à disposição.

Apesar de ter ajudado a elucidar o mistério de onde estava seu marido, Ian a deixou ainda mais intrigada. Embora não tivesse afirmado, suas palavras davam a entender que ele sabia da existência de algum segredo envolvendo McCain. E que dentro daquela casa estaria a resposta.

"Atravessar uma porta" – Bárbara sinceramente esperava que aquilo tivesse um sentido figurativo, porque se fosse uma porta de verdade, ela estava perdida. Com inúmeros cômodos, aquela casa devia ter centenas de portas.

Como se não bastasse tudo o que tinha vivido até aqui, agora sua vida tinha tomado um rumo realmente bizarro, digno de histórias literárias fantasiosas. Seu marido tinha um segredo e ela teria que descobrir do que se tratava.

Ela não sabia se ria ou chorava. Achou melhor rir, enquanto olhava para o nada.

"Ok." – Pensou. – "Se é assim que tem de ser, é assim que vai ser".

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