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De fefacarvalhox

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Maeve Walsh tinha a vida dos sonhos em Nashville. Era popular, capitã das líderes de torcida, namorava o cara... Mais

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agradecimentos

chapter twenty four

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De fefacarvalhox


     Acordo no meio da noite e percebo que Maeve não está na cama, apoio meu corpo nos cotovelos e rodo o quarto com os olhos.

     A porta do guarda-roupas de Mae está aberta, as roupas que ela usava ainda estão no chão e eu me lembro de ela dizer que iria sair e logo voltaria, eu não tenho ideia de que horas são e muito menos há quanto tempo a morena saiu.

     Resolvo me levantar e pegar meu celular no andar debaixo para poder ligar para Maeve. Visto minha calça de moletom e desço as escadas, o casaco e as chaves do carro dela não estão nos ganchos, vou até a cozinha, bebo um pouco de água e pego meu celular sobre a mesa de jantar, vejo que tem uma mensagem de Sarah perguntando se consegui me acertar com Maeve, quando comecei a digitar uma resposta recebi uma ligação, eu não conhecia o número mas resolvi atender já que era quase três da manhã e poderia ser algo importante.

— Alô?

Ethan? Aqui é o Joel, chefe da Maeve na revista e... – o interrompi

— O cara que arranja as corridas pra ela – falei com certo desdém – Olha, Joel, a Mae não está em casa e...

Eu sei – me interrompeu – É por isso que eu estou te ligando – pausou – Eu preciso que você venha até a emergência do Mercy Iowa City – pediu e eu travei no lugar

     Emergência.

     Essa palavra se repetia na minha cabeça.

— O que aconteceu? – falei um pouco alto

Eu explico tudo assim que você chegar, mas venha, por favor – pediu e eu logo tratei de desligar

     Subo as escadas de dois em dois degraus, entro em meu quarto, troco de roupa, coloco um tênis, visto meu casaco, pego as chaves do meu carro e me apresso em sair de casa. O trajeto até o hospital é de vinte minutos. Eu o faço em cinco.

     Paro o carro em uma das vagas no estacionamento e corro até a entrada da emergência, vejo Charlise e Joel em um dos bancos da recepção assim que eu entro no local, eu estava muito irritado, seja lá o que aconteceu, é culpa dele.

— O que você fez? – puxo Joel pela gola do casaco o fazendo levantar e ficar cara a cara comigo.

— Ethan – Charlise repreender e puxou minhas mãos para longe do homem

— O que você fez? – perguntei entredentes

— Ele não fez nada – a garota de cabelos encaracolados entrou na minha frente e colocou as mãos em meu peito para me segurar

— É culpa dele, Charlise, tem mais de um mês que ela não corre – a olhei e a vi engolir em seco

— Não, Ethan, não faz mais de um mês que ela não corre. A última vez que ela correu foi há dois dias – Joel esclareceu e eu travei

     Dois dias?

     Não pode ser.

— Ela levou café da manhã pra você, croissants de queijo e rosquinhas, não foi?! – ele quis saber

     Eu o encaro e busco na memória se há dois dias ela me levou café da manhã, e a confirmação é como um soco no estomago. Ela estava escondendo as corridas de mim.

— Ela não correu com o Camaro, ela disse que ele resolveu dormir hoje, a pista estava úmida e o Maverick não tem tanta estabilidade na pista quanto o Camaro. Ela controlou o carro muito bem e, depois que ela ganhou, ela ia fazer a volta até mim, como sempre, mas o carro derrapou, tinha um buraco na pista e o carro pegou no buraco e capotou. Ela girou duas vezes com o carro, mas ele parou certo, ela estava desacordada quando eu me aproximei. – explicou o que aconteceu e eu só queria sentar.

     Me segurei nos braços da cadeira da sala de espera e me sentei, eu sentia minhas mãos tremerem e eu só queria vê-la.

— Eu também estou preocupada, Ethan, mas nós temos que esperar os médicos virem falar com a gente – Char sentou-se ao meu lado e afagou minhas costas – Ela é forte, e só vai ter alguns arranhões – falou de forma otimista

     Eu senti uma bola se formar na minha garganta e meus olhos se encherem. Ela disse que me amava pela primeira vez hoje, eu disse a ela que a amava e agora isso?

     Eu só quero vê-la e saber que ela está bem e que eu vou poder ver o sorriso dela quando acordar, vou ganhar um beijo pela manhã e ouvir ela dizer que me ama, que ela não estava escondendo as corridas de mim e que ela só teve alguns arranhões.

     Eu quero acreditar nisso.

— Eu preciso ver como está o carro e se dá para recuperá-lo na delegacia – disse Joel depois de um tempo de silencio – Charlise, não é? – se direcionou para a garota ao meu lado, que assentiu – Ela ganhou a corrida – o homem tinha um semblante triste ao entregar um pacote pardo, contendo provavelmente o prêmio da corrida – Me mantenha informado, por favor. Você pode me achar um cuzão, mas eu me importo com ela – se direcionou a mim, eu o olho e balanço a cabeça.

     Nem percebo o momento em que ele vai embora. Eu me sinto tão absorto com a situação que eu nem ao menos reparo que lágrimas escorriam pelo meu rosto desenfreadamente, só notei que estava chorando quando um soluço escapou dos meus lábios, Char logo me abraçou e eu continuei chorando sem qualquer controle.

— Ela disse que me amava – disse em meio as lágrimas – Ela disse que me amava, Charlise. – repeti para minha amiga – E agora? – eu a olho e a vejo espremer os lábios

— Ela ama você e vai voltar pra gente – afirmou a garota depois de alguns minutos em silencio

     Eu não a respondo, porque, a essa altura, eu não tenho certeza de mais nada.

     É quase cinco da manhã quando uma médica vem falar comigo, Charlise, Amanda, Robert e Peter, que chegaram um pouco depois que Charlise os ligou.

— Vocês são os acompanhantes de Maeve Walsh? – perguntou a mulher baixinha

— Sim – falamos ao mesmo tempo

— Certo. Eu sou a doutora Stevens – apresentou-se – A senhorita Walsh chegou na emergência desacordada, com algumas escoriações no rosto e corpo. Nós fizemos alguns exames e, de danos físicos, ela teve apenas uma fratura no braço esquerdo e uma luxação no tornozelo direito. Nenhum ligamento foi rompido e em semanas ela poderá tirar o gesso e a tala. – informou e houve um suspiro coletivo.

— Nós podemos vê-la? – Amanda antecipou minha pergunta

— Sobre isso... – a vi hesitar. Tem algo errado.

— O que houve? – perguntei apreensivo

— Nós fizemos uma tomografia encefálica da senhorita Walsh, não há nenhuma hemorragia e nenhuma lesão encefálica à vista. Nós só poderemos ter noção se houve ou não alguma perda cognitiva quando ela acordar.

— E quando ela vai acordar? – Charlise perguntou

— Como eu disse, a tomografia não acusou nenhuma lesão no cérebro, o que não explica porque ela não acordou ainda. Os sinais vitais estão bons, ela não respondeu a todos os estímulos e não acordou desde que chegou aqui. – informou a médica

— O que isso quer dizer? – Robert quis saber

— A senhorita Walsh está em coma. – foi direta e isso foi como um soco no estomago – Ela está sendo monitorada e só vai depender dela querer acordar – finalizou

     Houve um momento de silencio, todos nós estávamos processando o fato de que Maeve estava em coma, e que só dependeria dela acordar.

— Quanto tempo ela vai ficar assim? – Robert perguntou

— Em coma? – certificou a médica, meu amigo concordou com a cabeça – Pode levar dois dias ou dois anos, tudo vai depender da Maeve.

— Nós podemos vê-la? – Char perguntou quando a médica nos deu as costas

— Apenas um de vocês, ela está na UTI mas será direcionada a um quarto especifico, os demais podem vê-la durante o horário de visitas. – disse e esperou que nós decidíssemos quem iria

— Pode ir, Char – eu disse, finalmente

— Não – a garota se aproximou de mim – Você vai – me olhou – Ela precisa saber que o cara que ela ama está aqui – afirmou e, com a mão no meu ombro, me deu um empurrãozinho.

     Dei alguns passos até a médica baixinha, mas, antes de passar pelas portas que me levariam até Maeve, eu voltei meus olhos até meus amigos. Robert estava próximo a Charlise, a garota de cabelos encaracolados tinha um brilho nos olhos, eram lágrimas, ela estava se segurando para não desabar, muito provavelmente por minha causa. Eu quis correr até lá e manda-la entrar, mas Robert a abraçou no mesmo momento em que a médica me perguntou se eu iria. Então eu fui.

     Caminhamos até um elevador que nos levou até o quinto andar. Assim que as portas do elevador se abriram, um corredor extenso e silencioso foi o que eu vi. Haviam médicos e enfermeiros transitando entre os quartos e, enquanto caminhava até onde Maeve estava eu vi algumas pessoas enfaixadas, outras entubadas e algumas das duas formas.

— Não se assuste – a médica comentou enquanto andávamos – Uma parte das pessoas aqui estão no pós-operatório. – pausou – Ela é sua amiga? – quis saber

— Namorada

— Eu sinto muito – me olhou ao parar em frente a uma das portas

— Eu também – meu tom teve um certo pesar

— Você pode ficar por vinte minutos, no máximo – informou antes de abrir a porta, eu assinto e adentro o quarto de paredes brancas e pouco iluminado.

     Um arrepio sobe pela minha espinha quando coloco meus olhos na minha namorada. Ela tem os olhos fechados, como se estivesse dormindo, mas há um tubo no canto de sua boca, tem alguns curativos e pontos no seu rosto, o braço está engessado e o pé está enfaixado, eu suspiro e sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

     O barulho das máquinas marcando seus batimentos e oxigenação é o único som presente no quarto. Me aproximo de Maeve e toco seu braço, seu corpo está frio e, por instinto, trato de subir a colcha que estava sobre suas pernas até seus ombros.

— Por que você fez isso? – perguntei olhando seu rosto — Você não precisava mentir pra mim, bae. Eu não gostava muito da ideia das corridas exatamente por esse momento, pelo acidente, por medo de acontecer algo com você, mas você achava que era preocupação desnecessária porque você é uma ótima motorista. – pauso – Você é mesmo uma ótima motorista, mas tinha medo de você sofrer um acidente e o pior acontecer. – acaricio seu rosto por um momento – Eu agradeço aos céus por não ter acontecido o pior, mas olha onde você está, entubada, fraturada... Como eu vou contar para os seus pais? – é obvio que ela não me responde, mas eu queria tanto ouvir sua voz que chega a doer.

— Senhor Quinn? – alguém me chamou na porta, era a doutora Stevens – Você tem que se despedir agora, o tempo acabou – informou e eu concordei com a cabeça.

     Voltei meus olhos a Maeve, seguro sua mão e acaricio, aproximo minha boca do seu ouvido e digo:

— Eu amo você – sussurro – E eu preciso que você volte pra mim – encosto minha testa em seus cabelos e suspiro.

     Beijo sua testa e me afasto.

     Dou uma última olhada na mulher que eu amo e então deixo o quarto.

     Quando volto a recepção, meus amigos estão sentados nas cadeiras e se levantam ao me ver.

— Ela está muito machucada? – pergunta Amanda

— Ela está estável? – Peter pergunta

— Você falou com ela? – Robert quis saber

— Não, ela não está muito machucada, o braço e o tornozelo estão mobilizados porque ela quebrou o braço, luxou o tornozelo e tem alguns machucados no rosto, apenas. – respondi Amanda – Sim, ela está estável, mas está entubada. – respondi Peter – E eu falei pra ela, não com ela. Ela está desacordada. – respondi Robert

     Notei que Charlise abraçava o próprio corpo e então me aproximei e chamando em um canto afastado dos outros.

— Eu estou com tanto medo – assumiu ao me abraçar

— Eu também – admiti, a afastei um pouco para olhá-la

— Ela vai ficar bem, não vai? – havia receio em sua fala

— Vai, ela é forte e não vai nos abandonar – afirmei para ela e para mim mesmo

— Se ela morrer, eu juro que eu mato ela – falou sério dessa vez, eu sorri e vi lágrimas descerem pelo rosto dela

— Ei, vai ficar tudo bem – tentei consolá-la.

     Levou alguns minutos até que Char se acalmasse e pudéssemos voltar a conversar sobre como iriamos contar para os pais de Maeve.

— Eu acho melhor falar com o Lucian – sugeriu

— Acho que seria mais fácil falar com ele – ponderei

— Eu vou ligar – a garota pega seu celular e busca entre os contatos o nome de Lucian, após iniciar a ligação, Char deixou no viva voz e levou dois toques até que ele atendesse:

Charlise – seu tom era surpreso

— Oi, Lu – pausou – Como está o seu humor hoje? – foi direta, o homem riu de leve

Estranhamente bom

— Ah – pigarreou

O que houve? – o homem percebeu que havia algo errado

— A Mae – começou depois de alguns segundos – Ela sofreu um acidente

Ela o que? – exclamou.

     Charlise me olhou e eu engoli em seco.

     Parece que não vai ser tão tranquilo.

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