Agent Becker 2

By ThaQuake

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Elisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? ... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
livro 6

Capítulo 28

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By ThaQuake

-Ele vem com a gente. -sussurra. -Estamos sem tempo.

-Vai levar um guarda com a gente?! -sussurra, tomando cuidado pra não gritar.

-Vamos sair logo daqui. -manda.

       A agente foi a primeira a passar pelo buraco, já que com uma troca de olhares ela e Carnegie resolveram que uma precisava abrir o caminho, e a outra ficar na retaguarda e não deixar ninguém ficar para atrás. Eram mais pessoas do que Elisabeth esperava que fosse, inclusive tinha desistido de contar quando passou dos quinze, e só descidiu deixar nas mãos de Carnegie e torcer pra que Michael enviasse um "socorro" rápido e grande.
   Com armas em punho Julie liderou a saída daquela prisão, tendo consciência de que certamente ela e Rostova tinham derrubado metade dos guardas daquele lugar, o que significa que a outra metade deveria estar lá fora lutando contra Richard.
     Ela parou na bifurcação que as duas tinham usado como refugiu minutos atrás, olhou para os dois lados, e somente depois empurrou a porta para sair daquele lugar. Foi instantâneo, o som de tiros do lado de fora atingiu imediatamente os seus ouvidos e assuntou as pessoas que estavam sendo resgatadas. Becker retirou mais uma arma da cintura com habilidade e usou as duas mãos para atirar em dois guardas que surgiram perto da cerca.
    
-Protejam as cabeças! -escutou o grito em russo da criminosa.

     Os homens que apareciam no seu caminho mal tinham tempo de pensar antes de ser derrubados por um tiro certeiro da Francesa, que continuava andando em direção ao portão principal. Eram tiros limpos, um atrás do outro, e havia somente um pensamento insistindo na sua mente naquele momento:

-Onde merda está o Morgan?! -grita irritada.

    Olhou ao redor, tentando não desviar seu foco da troca de tiros que havia naquele pátio e se ferir no processo. Mordeu o lábio inferior por não conseguir encontrar nem a sombra do seu parceiro, e decretou que primeiro deveria tirar aquelas pessoas do fogo cruzado, e depois voltaria por ele.
   Atirou nas coxas de um grupo de guardas que saiu das torres, e ergueu o rosto para ver se não havia ninguém no alto que pudesse feri-los. Sorriu de lado. Richard tinha feito um bom trabalho.

-Becker!-grita Carnegie.

     Ela despertou do transe, virou e atirou contra mais dois inimigos. Não havia muito tempo para verificar se  a equipe toda tinha feito como ela mandara, precisava manter todos ali vivos, então voltou ao modo automático e mecânico de apertar o gatilho conforme seus reflexos indicavam, e aumentou as passadas. Estavam chegando ao portão, mas essa não era inteiramente uma notícia boa, porque logo adiante conseguiu avistar a barreira que os guardas faziam em frente a única saida viavel e ainda não tinha certeza de como passaria por eles.

-Algum plano - questiona, vendo Carnegie atingir dois homens.

-O meu papel é atirar, e o seu é pensar. Não misture as coisas. -responde ofegante.

-Obrigada pela ajuda. -ironiza.

-Sempre a disposição. - Responde no mesmo tom.

   A verdade foi que Elisabeth nem precisou pensar em alguma coisa, até porque quando voltou a se consentrar no problema que tinha em mãos, pode ver os corpos despencando como uma trilha de dominós contra o chão do local. Franziu a testa surpresa, e ergueu os rosto para entender o que exatamente estava acontecendo naquele, seus olhos nunca analisaram um cenario tão rapido na sua vida, e foi como se houvesse um imã a atraindo exatamente na direção certa. Richard estava literalmente em cima do muro, atirando contra os soldados enquanto se equilibrava pra não ser cortado pelos arames farpados. Elisabeth se perguntou o que aquele imbecil estaria fazendo ali, sabendo do risco de escorregar e se ferir gravemente. Mas não ficou muito tempo observado a falta de cuidado do parceiro, tinha que aproveitar a brecha e tirar as pessoas dali.
   Ergueu a arma em punho e eliminou os últimos que insistiam em permanecer em pé, tomando o cuidado de atirar somente em partes que garantiam a sobrevivência deles depois, pois não queria deixar nenhuma das criança que conhecera órfã.
   Os portões se abriram, e um suspiro de alivio saiu dos seus lábios quando viu um caminhão militar parado bem na porta, prontinho pra levar eles pra longe. Deixou que Carnegie assumisse a liderança e se pôs a ajudar o parceiro a descer daquele muro.

-Não me olhe assim! É alto! -se explica.

-Não temos tempo pra medo, Morgan. Precisamos sair daqui antes que mais guardas cheguem.

-Não é medo! -se defende.

-Se joga logo! -revira os olhos.

        Rick fechou os olhos, obedeceu o comando, e Lizzie riu quando viu ele se contorcer no chão por conta da dor do impacto.

-Medo de altura, ta aí uma coisa nova sobre você. -cruzou os braços.

-Ei! Casalzinho lindo! -debocha Rostova, chamando a atenção dos dois com o grito. -Oh! Podem continuar a conversa! Temos todo o tempo do mundo!

(...)

-Espera, está mesmo tentando se explicar? -murmura Michael, depois de ouvir a história toda de Oliver.

-Você deixou ele lá! -exclama Campbell.

-Não fez a única coisa que era pra você fazer! -reprova Rick.

-Ele não estava na sela! Aquela prisão é enorme! Como exatamente poderia saber onde Benn foi parar?!

    Black Rose entrou em defesa dele:

-Ele está certo. Ninguém poderia prever que esse Benn foi mudado de sela.

-Mas e agora? -indaga Frank.

-Agora nós voltamos aos Estados Unidos. -suspira Michael.

-Quê?! Ta pensando em deixar ele aqui? -murmura Becker.

-Os guardas já devem ter alertado a polícia, é questão de tempo até eles terem uma pista de onde estamos. E se formos presos aqui não haverá resgate. -explica Michael. -Benn sabia dos riscos quando aceitou vir.

-Diria a mesma coisa se fosse o seu irmão?!-ataca Campbell.

-Não se enganem. Também não estou feliz em deixa-lo para atrás, mas como lider preciso pensar na minha equipe. Ficar aqui é um risco, porque quanto mais tempo isso acontecer, pior será para sair do país.

-Não podemos abandonar o Benn. -diz Lizzie, sem acreditar que estava realmente defendendo o sujeito mais idiota do grupo.

   John Benn e ela com certeza não eram amigos, mas Lizzie sabia o quanto um americano em território inimigo poderia ser maltratado, sofreu isso no Japão, e era questão de tempo até os soviéticos descobrirem as verdadeiras origens do agente. Ela não desejaria isso pra ninguém.

-De todas as pessoas, pensei que você fosse a última à reclamar. -diz Carnegie. -Eu mesma to feliz em deixar ele lá.

       Elisabeth se lembrou de Justine, e do problema que ela poderia estar envolvida nesse exato momento. A menina estava desprotegida, e resgatar Benn significava que ficaria mais tempo nessa situação. No entanto, mesmo odiando profundamente o agente, não conseguiria ficar em paz em deixa-lo ali e voltar aos Estados Unidos. Não só porque sabia o que ele sofreria ali, mas porquê pela primeira vez se pegou pensando que assim como ela, Benn também deveria ter alguém esperando por ele em casa. Bufou. Justine estava mesmo deixando ela mole.

-Não gosto dele. -afirma. -Mas se a gente sair daqui, provavelmente ele nunca mais vai conseguir voltar.

-Os guardas estão atentos, a policia está atenta. -diz Michael. -É impossível fazer alguma coisa.

-Não tanto. -Lizzie encarou Oliver. -Você disse que trouxe um prisioneiro, estou certa?

-Sim. -ele suspirou. -Pensei que poderiamos trocar esse guarda pelo Benn.

-Péssimo plano. -intervém Rick. -Benn está la, mas por enquanto ninguém sabe o envolvimento dele com a gente. Assim que a troca for proposta, eles vão achar mais valioso ter um agente americano nas mãos do que um guarda descartável.

-Ele tem razão. -diz Frank.

-Nada disso está em discussão. -interrompe Michael. -A minha decisão está tomada: voltamos pra casa. Todo mundo aqui tem familia, e os riscos de ficar aqui são enormes. Jerry conseguiu uma única chance da gente sair daqui, e já falou com o dono do navio.

-Não posso deixar um companheiro aqui! -branda Campbell, indignado. -Vocês não fariam isso se fosse alguém da equipe de vocês! Pensei que estivessemos todos juntos!

-Campbell tem razão. E eu não pretendo sair daqui. -descidi Elisabeth.

-É uma ordem Becker. -murmura Michael, sério.

    Lizzie até entendia o lado dele, pois sabia o quanto ser responsável por outras vidas poderia ser pesado. Principalmente porque se algo acontecesse à equipe era ele quem pagaria o preço. Mas ela não pretendia voltar atrás na sua decisão.

-Tudo bem Collins...você está oficialmente fora do comando. 

     Todo mundo franziu a testa.

-Você não pode... -ele estava confuso.

     Julie olhou para Carnegie durante breves segundos, mas suficiente para que a russa entendesse exatamente o que ela estava pedindo. Black Rose cruzou os braços, ergue uma das sobrancelhas de forma curiosa, mas não impediu Elisabeth.
    Sem receber nenhuma negativa da chefe, Rostova suspirou pesadamente, retirou a arma do coldre e quando engueu o bico da arma contra a equipe do Distrito, o resto dos soldados que ali estavam repetiram a ação de forma automática.
    Michael franziu a testa, tão confuso quanto o resto das pessoas ali. Seu irmão era o único que parecia entender exatamente o que estava acontecendo ali.

-Becker o que...

-Estou tomanto o comando. -ela sorriu de lado. -Se você não pode tomar essa decisão, eu posso.

      Foi só então que Collins entendeu. Ela estava fazendo tudo isso na frente de todo mundo, assumindo a carga sobre os seus ombros, pois se algo acontecesse ele teria a prova e testemunhos que necessitava para alegar que não tinha controle da situação, porque ela tinha acabado de toma-lo sob o olhar de todos. Todavia, ainda havia muitas perguntas à serem respondidas, como por exemplo: por que derrepente os soviéticos estavam obedecendo os comandos dela? Quando claramente a vida de Benn não valeria nada pra eles? De qualquer forma, Michael não estava satisfeito com a atitude da agente.

-Continuo sendo o lider aqui Becker. Essa sua atitude não muda nada.

-Bom...quem tem a arma tem o poder.-deu de ombros, e olhou ao redor. -E aqui tem muitas armas...

-Black Rose, por favor, peça aos seus homens para abaixar as armas. -diz Mike, com voz controlada.

-Não. -responde a criminosa, ainda de braços cruzados.

-Oficialmente você pode até ser o lider Collins, mas aqui é eu que estou no comando.

-Irmãozinho...-intervém Richard. -Não lute uma batalha perdida.

    O outro bufou.

-Qual é o plano? -indaga Campbell, interessado.

-Vamos libertar o prisioneiro. -sorriu de lado.

-Esse é o plano? -resmunga Frank.

-Uma negociação não vai ser possível. Pelo menos não sem colocar a vida do Benn em risco...então vamos permitir que o guarda fuja e chegue até a prisão. Lá ele vai dizer a nossa localização, Trevec provavelmente vai enviar um grupo de guardas atrás da gente, e essa será a minha abertura pra entrar naquela prisão e tirar Benn de lá. O número de homens será menor e consequentemente vão estar desprotegidos.

-Primeiro: acha mesmo que o guarda não vai achar suspeito o fato de conseguir fugir? Assim? Tão fácil? -indaga Michael.

-É aí que Rostova entra.

-Quem? Eu? -se assusta, ela estava distraida demais cutucando as unhas.

       Lizzie revirou os olhos.

-Você vai fazer o papel de moça boa e inocente que não concorda com a prisão de um homem inocente. -satiriza.

-Vou soltar ele? Só? -franziu a testa.

-Não, você vai dar à ele a oportunidade de te manipular para sair daqui. -explica Rick, entendendo onde Lizzie queria chegar. -Se finja de boba e deixe que ele faça o resto.

-Não vai ser muito difícil pra você. -provoca Julie, com um tom brincalhão.

     Carnegie semicerrou os olhos, mas sorriu de lado.

-E quanto ao Trevec? -intervém Black Rose, curiosa. -Como tem certeza de que ele vai enviar os guardas, quando poderia chamar a policia?

-Ah, isso é senso comum. -deu de ombros. -Nos Estados Unidos guardas odeiam policiais, pensei que aqui fosse a mesma coisa. É quase um problema universal...Trevec vai ter a informação e os meios, não acho que perderia a oportunidade de fazer uma prisão como essa.

-Bem pensado. -elogia.

     Carnegie franziu discretamente a testa na direção da chefe, porque era raro ouvir ela elogiando alguém. Black Rose não estava impressionada com o plano, porque parecia simples, mas sim com a rapidez que Elisabeth desenvolveu tudo aquilo. A mente dela parecia estranhamente igual a sua.

-Como vai entrar naquela prisão? -indaga Oliver.

-Do mesmo jeito que saimos.

-Acha mesmo que não vão atirar assim que se aproximar daquelas grades? -murmura Rick.

-Provavelmente...-concorda. -Mas não pra matar.

-Elisabeth, seja mais clara. -resmunga Mike.

-É novamente uma questão universal. Chutei a bunda de muitos lá dentro, e já lidei com isso o suficiente pra saber que homens com o ego ferido adoram intimidar. Provavelmente eles vão querer me torturar um pouco.

-E ela fala isso na maior tranquilidade. -suspira Frank.

-Não esqueça que também temos assuntos importantes pra resolver. -avisa Carnegie.

-Que assunto? -indaga Oliver.

-Temos um guarda disfarçado no meio dos reféns que resgatamos. -explica ela.

-Trouxeram mais um guarda?! -branda Frank. -No que estavam pensando?!

-Não tinhamos tempo. -se defende Lizzie.

-É perigoso ele estar no meio dos civis.-diz Rick.

-Se bem quê não foi uma decisão ruim...-Oliver deu de ombros. -Podemos soltar o outro, e usar esse guarda para garantir a entrada da Lizzie. Basicamente deixar ela ser sequestrada.

-Isso pode dar errado. -reprova Reyza.

-Bom, a porcentagem de perigo é igual ao plano maluco dela. A diferença é que esse vai evitar ferimentos à bala.-argumenta Oliver.

-O que acha? -indaga Michael, querendo ter a opinião dela.

-É uma opção melhor. -murmura.

     Ele concordou com a cabeça, mesmo não gostando nada daquela história.

-E agora a parte mais importante: caso a gente consiga resgatar Benn e dê tudo certo. Mesmo assim vamos ter perdido o navio. Tem um plano B pra sair do país?

-Não. -admite. -Mas tenho certeza que uma pessoa aqui sabe...-encarou Black Rose.

-E por que faria isso? Já pensou numa forma de me pagar? Uma saída é cara, e você mal tem dinheiro pra cubrir o custo dos meus homens. Não pense que tudo isso vai sair grátis...

-Ah...e eu pensando no desconto familiar! -ironiza.

   Agora assim a equipe não estava entendendo mais nada. Mike foi o primeiro a falar:

-"Familiar"?

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Oieee sei que demorou demais e dessa vez não veio dois caps, ainda estou escrevendo o outro, mas explicando: atrasou pq aqui na minha casa deu problema e a gente ficou sem luz durante dois dias hehehe
Masss quero tentar escrever bastante amanhã viu! Espero que tenham gostado desse cap!
  
      

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