Capítulo 13

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   Elisabeth subiu pelas escadas de saida de incêndio ao lado de uns dos prédios mais próximos da praça, e quebrou a janela de vidro a sua direita, para o caso de precisar usa-la como uma via de escape das balas. Ainda sob o ferro enferrujado, retirou umas das armas que a equipe do Distrito tinha escondido por ali e usou o binóculos para enxergar o que acontecia. Como tinha pensado: dois grupos lutando um contra o outro pelo direito de liderar.
      Escutou sons de passos dentro do apartamento, e por ouvir a pessoa se pronunciar antes que pudesse virar, não saiu da posição em que estava:

-Algum plano? -indaga Richard.

-Você deveria ter mantido eles controlados.

-Era impossível, e você sabe muito bem disso. O problema foi a demora de vocês em falar com os policiais. -diz. -Então me diga: algum plano?

-Os policiais estão à caminho.

-E eles provavelmente vão demorar.

-É...eu sei...-bufou. -Precisamos conter isso antes que tome proporções piores...você não deveria está lá em baixo?

-O que poderia fazer lá? Levar um tiro?

       Ela maneou a cabeça, concordando com o rapaz.

-Ameaça-los não vai ser tão fácil...-raciocina.

-Então vamos dar a solução. -propõe  Richard.

-Encontraram alguma saída?

-Não...mas podemos inventar uma!

-É, e então quando todo mundo descobrir, estamos mortos.

-Entendi...péssima idéia...-bufa.-Tem um plano melhor?

      Ela franziu a testa pensativa, e sentou  nas placas de ferro que sustentavam as escadas.

-Vamos deixar o circo pegar fogo. -deu de ombros.

    Richard riu, sem a acreditar.

-Está falando sério?

-Pareço estar brincando?

      Retirou um pacote pequeno de biscoito que tinha guardado no bolso da jaqueta e ergueu uma sobrancelha na direção do agente.

-Os policiais vão demorar demais pra chegar. Eles são dois grupos e nós estamos em menor número...é questão de lógica! Não vamos conseguir parar essa briga...-levou um biscoito até a boca e mastigou. -Quando sobrar um grupo, será mais fácil evitar a tomada de poder.

-E como pretende fazer isso?

-Ainda não sei...-suspirou, relaxada. -Quer me ajudar à pensar?

      Richard saiu do prédio pelo espaço onde antes havia uma janela, e se juntou à Elisabeth naquele chão metálico. Os dois encararam a cena grotesca da troca de tiros entre os criminosos, e começaram a disfrutar do pacote. Naquele lugar já estava dificil achar o básico da alimentação humana, quem dirá um biscoito?

-Nós deveriamos evitar essa guerra. -murmura, preocupado.

-Não existe uma forma de fazer isso...mas estamos aqui para pensar...

    O coração dele estava apertado.

-Existem coisas que não estão ao nosso alcançe. -continua Lizzie.

-Como deixar todo mundo morrer?

-É uma guerra que eles mesmos decidiram travar.

-E nós deveríamos evitar.

-Volto à repetir: algum plano? Por que se tiver, não duvide que tentarei coloca-lo em prática!

-Você queria usar os policiais como distração, não é? -questionou, como se tivesse acabado de ter uma brilhante ideia.

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