Amigas de Quarto | Seulrene

By joobaechu

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→ Irene e Seulgi são amigas desde infância, possuem uma relação de puro afeto e companheirismo, além de se co... More

NOTA.
CAPÍTULO 1.
CAPÍTULO 2.
CAPÍTULO 3.
CAPÍTULO 4.
CAPÍTULO 5.
CAPÍTULO 6.
CAPÍTULO 7.
CAPÍTULO 8.
CAPÍTULO 9.
CAPÍTULO 10.
CAPÍTULO 11.
CAPÍTULO 12.
CAPÍTULO 14.
CAPÍTULO 15.
CAPÍTULO 16.
CAPÍTULO 17.
CAPÍTULO 18.
CAPÍTULO 19.
CAPÍTULO 20.
CAPÍTULO 21.
CAPÍTULO 22.
Bônus: O correio elegante.
Prólogo: sob o mesmo teto.
Capítulo 1 | 2ª temporada.

CAPÍTULO 13.

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By joobaechu

Virando de um lado para o outro, seu corpo se encontrava um tanto dolorido e já não havia vontade para dormir. De repente, Seulgi pulou de sua cama, tendo até a alma preguiçosa. Desenrolou-se daquele cobertor tão quente e levantou-se do aconchego. Alongou seus músculos, soltando um bocejo enorme.

Caminhou até a janela de seu quarto e viu que Seoul já havia acordado, porém seu despertador ainda não. Espantou-se por aquele momento tão raro, em que ela abria os olhos antes que o barulho irritante de seu aparelho irritasse seus ouvidos. Passou levemente as mãos pelos cabelos castanhos e escorou-se para sentir a gostosa brisa do amanhecer. Seis horas e nove minutos da manhã. O dia havia acabado de começar.

Dirigiu-se até o banheiro, onde escovou seus dentes e lavou seu rosto. Seus olhos estavam até inchados de sono, porém queria despertá-los. Assim, andejou em meio ao nada, isso porque sua amiga ainda não havia pulado da cama, o que era outro fato estranho, já que Irene sempre acorda primeiro.

Ao se lembrar de Joohyun, um certo aperto em seu coração ali pousou. Foi tão estranho o dia anterior, ela pensava.

Hoje seria diferente?

Resolveu fazer o café da manhã para poder variar um pouco. Todos as manhãs, era a mais velha quem se prestava a fazê-lo, não custava nada a garota poder fazer também. Então realizou tudo o que a Bae sabia desde muito tempo e, em questão de alguns minutos, o café já estava pronto e o cheiro invadia as narinas da Kang. Preparou a pequena mesa para a refeição da manhã, ajeitando as xícaras com café, pondo em cima um prato com várias fatias de pão integral e no outro um pote com manteiga e um pote de goiabada. Estava muito bonitinha aquela mesa, dava até para tirar uma foto.

Reparou em seu corpo e ainda estava de pijama. Em seu relógio de pulso marcavam seis horas e trinta minutos, então foi para seu quarto colocar uma roupa para ir à faculdade.

Enquanto isso, Irene ainda encontrava uma forma de não ser exposta ao forte brilho do Sol vindo da janela de seu quarto. Contorcia seus olhos e cobria seu rosto com o edredom, mas de nada adiantava. O jeito era acordar. Estava tão perdida quanto cego em tiroteio. Demorou alguns minutos para seu corpo voltar a órbita, até que seus delicados pés tocaram o chão a procura de seus chinelos. Passava a mão em sua face tão preguiçosa, de modo a mandar aquela má vontade de não acordar de uma vez toda para fora.

Foi de uma vez escovar seus dentes e logo voltou para seu guarda-roupa, pegando uma vestimenta para a universidade, resumindo numa calça jeans e uma camiseta colada branca que apresentava uma gola. Calçou uma sapatilha preta e arrumou seu cabelo, deixando-o solto.

De repente um cheiro de café invadiu suas narinas. Bem gostoso no caso. Sentia-se atraída por aquele cheiro tão bom. Abriu a porta de seu quarto e notou sua amiga Seulgi já sentada na mesa degustando de seu café e mexendo no celular. Fez uma expressão de estranhamento por aquela cena tão, mas tão rara!

Um sorriso brotou em seu rosto já pela manhã. Nunca pensou em ver aquilo, mas para tudo tem seu primeira vez. A mais nova notou a presença da garota e deixou sua xícara na mesa para mirá-la melhor.

— Não acredito que foi você quem fez isso. — enunciou caminhando até a pequena cozinha.

— Sim. — respondeu simplista, lançando-lhe um sorriso ladino. — Sente-se aí e deguste do seu também. — e Irene fez isso, acomodando-se na cadeira em frente a sua grande amiga.

Ainda não tinha como crer de que a mais nova havia tido a boa vontade de acordar cedo e fazer tudo aquilo. Olhava em volta da mesa e se maravilhava com o gesto. Seulgi apenas observava as caras e bocas da menor, já sabendo o que se passava por sua cabeça.

— Gostou?

Irene passou a olhá-la com certa sinceridade, estando feliz com a mais alta.

— Claro que sim. — sorriu com toda sua vontade, ainda que estivesse com um pouco de preguiça. — É realmente um milagre você ter acordado de boa vontade. — ludibriou e as duas riram. — Mas é sério... o que te fez realizar isso aqui? — apontou para a mesa organizada.

— Bom... — levou a xícara com café quente à boca. — Nos últimos dias eu tenho estado tão distante... — dito aquilo, Irene pôs-se a refletir. — Isso é mais um pedido para podermos voltar ao normal. — começou a encarar as próprias mãos. — Talvez eu tenha dado motivos, ou sei lá... — de repente, as palavras foram se limitando. — É que eu odeio o fato de não passar tanto tempo contigo, Irene.

Joohyun observava os lábios da mais nova se movimentarem para proferir cada palavra dita, como se estivesse fissurada, mas não era algo que a outra notaria, e concordou com a cabeça. Degustou mais um gole de seu café e sentia o líquido quente descer por sua garganta. Suas unhas se contraíam com a porcelana branca, realizando um barulho um tanto irritante, significando seus pensamentos. Chegou a uma conclusão.

— Você tem razão, Bear. Temos estados distantes uma do outra. — arrumou-se numa posição ereta em sua cadeira. — E o que a gente poderia fazer? — indagou, a fim de receber uma resposta clara de sua amiga.

Seulgi movimentou seus olhos, colocando sua mente para funcionar. Trincou seus dentes e passou a língua pelos lábios finos.

— Tem uma maneira de recomeçarmos? — enunciou uma pergunta retórica à mais velha, que a encarou ainda mais.

— Recomeçar? — Irene não havia entendido sua questão. — Como assim recomeçar?

— Talvez apagar de nossas memórias aquela noite tão... — não conseguia completar sua frase. — Bom, você já entendeu. — fez seu ponto, com o objetivo de fazer com que Joohyun compreendesse onde queria chegar.

— Não, eu não entendi. — proferiu num tom mais sério. Parecia confusa. Seulgi sentiu ter falado algo errado, mas não conseguia consertar suas palavras de alguma forma diferente. — Você fala isso como se eu nunca tivesse tentado. — afirmou prontamente.

— Eu sei que você tenta, mas pelo visto não conseguiu. — cuspiu as palavras erradas, e Irene não conseguia acreditar no que ouvia.

— Ah, eu não consegui? — dizia num tom debochado, mirando o dedo para si mesma. — Você também não! — o apontou, em seguida, para a mais alta do outro lado da mesa. Aquilo mais parecia uma disposta a fim de saber quem sofria mais.

— Eu namoro e você não, por isso é mais fácil, para mim, esquecer isso! — Oh, meu Deus! Parece que a Kang havia perdido o controle de suas palavras. O que era pra ser um café calmo, tornou-se no início de uma briga. — Mas eu não quero brigar. — ao notar na agressividade usada, quis diminuir a tensão do momento. — O que eu quis dizer é que quero arranjar uma forma melhor de convivermos e apagar aquela noite de nossas vidas.

— Seulgi, você ouviu o que disse segundos atrás? Pelo visto não! — empurrou sua xícara para o lado. — Se você não tivesse me ignorado nos últimos dias, talvez fosse mais fácil nossa amizade continuar! — agora era ela quem estava jogando coisas na cara da Kang.

— Eu não te ignorei! — defendeu-se. — Eu tenho uma namorada, esqueceu?

— Não, mas pelo visto você se esqueceu que tem uma amiga! — gritou do outro lado da mesa e Seulgi se arrepiou, mas não se deixou abalar.

— Irene, você está exagerando. — enunciou num tom normal, ignorando a raiva da mais velha. — Eu fiz esse café para podermos conversar melhor e não para brigarmos. Você me perguntou o que fazer e eu sugeri isso.

— Você fez isso para jogar na minha cara que eu não posso seguir, já você pode! — proferiu certa do que dizia e Seulgi a encarava com uma expressão contrária. — Ah, quer saber? Isso foi um erro! — jogou o guardanapo sobre a mesa e saiu de lá, deixando a garota sozinha.

— Irene, espera! — Seulgi quis impedi-la, mas não conseguiu seu objetivo. Passou a mão pelos cabelos, notando o erro que cometeu ao dizer aquilo. Logo, viu a garota saindo de seu quarto com a bolsa nos ombros, querendo passar reto, porém ela se pôs em sua frente. — Me desculpe. Eu não queria dizer aquilo.

— Mas disse.

— Hyun, eu fui rude. Perdão por me expressar de modo errado... — pousou as mãos nos ombros da mais velha, levando seu rosto ao chão. Irene encarava suas mãos, procurando uma forma de respondê-la.— Olha, esquece o que disse, ok? Podemos tentar uma forma diferente.

— Como, Bear? — questionava impaciente e desacreditada. — Tudo o que temos feito é brigar e nos ignorar. — segurava o antebraço da mais nova. — Estou cansada disso... — murmurou.

— Eu sei, eu também estou. — a puxou para um abraço, onde afundou todas suas tristezas. Naquele momento duas pessoas confusas dividindo a mesma dúvida. Ambas fecharam seus olhos e se puseram a refletir sobre o que fizeram ultimamente. Estariam certas sobre o que queriam? — Vamos superar isso, ok? — as mãos da Kang passaram a segurar o rosto delicado de Irene.

O horário para ir já havia batido. As duas saíram daquele momento tão estranho, triste, um pouco frio e sincero para poderem encarar mais um dia cansativo de matérias envolvidas nos cursos. O caminho do prédio ao ônibus, do ônibus à faculdade foi um certo silêncio. Resolveram evitar as palavras para não se cometer o mesmo erro, o que acabou tornando-se num momento constrangedor. Felizmente, conseguiram chegar sem nenhum olho marejado ao local.

[...]

Bae Taehyung aguardava no local onde sua irmã mais nova havia marcado. Deixou seu carro estacionado em frente ao grande bosque e resolveu sentar-se num banco qualquer, onde sentia o vento refrescante vindo do norte e ouvia o barulho das árvores e arbustos se mexerem. Enquanto visava seu celular, o tempo passava. Já eram dezessete horas e trinta minutos. Logo o anoitecer chegaria. Olhava de um lado para o outro, com medo de sua irmão dar-lhe um belo de um bolo.

Bem, a passada do Bae mais velho era algo rápido, logo ele teria de voltar para sua cidade. Queria visitá-los um lugar que não fosse aquele apartamento tão apertado, pensava. Todavia, pelo visto, a mais nova cultivava a síndrome dos atrasos, que deve ter sido transmitida pela amiga Seulgi. Bufava e movimentava suas pernas, impaciente.

— Quer ir ao banheiro? Tem um ali na praça. — até que uma voz feminina soou em seus ouvidos, notando ser a Joohyun. Glorificou por dentro a chegada da jovem e se levantou para lhe dar um abraço.

— Finalmente, maninha! Pensei que não viria mais... — proferiu já cansado e Irene riu. Sentaram-se no banco em seguida. — E Seulgi, por que não pode vir? — questionou notando a presença solitária da mais nova.

Ao ouvir o nome da garota, Irene esboçou um sorriso um pouco mais fraco e triste. — Ah, ela teve de fazer um trabalho na casa da amiga... — suspirou e Taehyung percebeu algo errado.

— O que aconteceu? — indagou já interessado em saber o que se passava com sua irmã mais nova.

— Não há nada, não. — tentou negar, porém, o mais velho sabia que estava mentindo.

— Irene, sou seu irmão mais velho. Conheço você. — enunciou como se aquilo fosse óbvio. — Por que não me conta o que houve entre você e Seulgi?

— Por que insiste que aconteceu algo entre a gente? — Irene, na verdade, admirava o fato de seu irmão sempre conhecer seus sentimentos.

— Como eu disse, eu te conheço muito bem. — afirmou propriamente. — Consigo decifrar as expressões do seu rosto, irmãzinha.

— É, você está certo. — se deu por vencida, resolvendo confessar de uma vez, visto que o mais velho não desistiria tão fácil. — Realmente tem algo. — dizia cabisbaixa.

— O quê? — aproximou mais seus ouvidos para poder compreender melhor.

— Sei lá... — um certo desconforto invadiu seu corpo. — É como se estivéssemos distantes nos últimos dias.

— Como assim? Seulgi tem dado mais atenção à namorada dele, é? — sugeria.

— Quem dera fosse. — expressou distante, sem pensar e Taehyung ficou ainda mais confuso.

— Não estou entendendo, Joohyun-ssi... — tentava cogitar as palavras, mas nada fazia sentido em sua cabeça. — O que está acontecendo de fato?

— Temos brigado, muito mais do que conversarmos, sabe? — começou a contar sobre os momentos tensos entre as duas. — Muitas dessas brigas é devido à Jisoo, mas acredito que não é por causa disso que ela tem estado distante.

— E qual seria o motivo então?

— Bom... — mais uma vez abaixou sua cabeça. Na verdade, Irene sabia bem o motivo, porém não queria revelar ao seu irmão pelo fato daquilo ser um segredo um tanto forte.

— Irene? — Taehyung notava a demora pela réplica da mais nova, que parecia não querer encará-lo. O mais velho sentia que a garota tinha algo importante a ser dito.

— É que não sei se devo contar... — fez uma expressão envergonhada. Seu rosto ficou um vermelho.

— Se isso é segredo e você não quer contar, tudo bem. — queria fazer sua irmão se sentir mais confortável. — Mas se quiser me contar, estarei ouvindo.

Irene respirou ainda mais fundo. Suas mãos suavam um tanto. — O problema é que eu não consigo esconder nada de você. — entrelaçou os dedos de suas mãos. — Além do mais isso, tem sido um enorme peso em minhas costas.

— Se quiser desabafar. — pousou sua mão no ombro da mais nova, a fim de confortá-la. — Afinal, isso deve ser algo bem importante, não é mesmo?

— Na verdade, é, sim. — proferiu atordoada.

— Bom, então me diga, bem melhor do que ficar com essa culpa entalada na garganta. — aconselhava.

— É que... — de repente, sentiu sua garganta travar. O nervosismo tomou conta de si. Tinha medo e, ao mesmo tempo, vergonha de confessar aquilo. — E-eu...nós... — não sabia por onde começar.

— Vocês? — tentava encorajar a garota a soltar de vez o que tanto escondia. Taehyung estava ainda mais curioso com o 'suspense' sendo feito.

— E-eu e Seulgi passamos uma noite juntas... — enunciou praticamente murmurando.

— Como assim? — Taehyung se assustou nas palavras da mais nova. Tentava espantar de sua cabeça o que havia entendido.

— Eu e Seulgi... — enquanto Irene tentava explicar melhor para seu irmão o que quis dizer. — Nós tran... — não precisou nem terminar sua frase para que Taehyung entendesse o ponto de Joohyun. O mais velho tampou sua boca, fazendo uma expressão incrédula.

— NÃO! — proferia não conseguindo acreditar. — Vocês t-tran... — o rapaz não conseguia dizer o resto de tão confuso que estava. — Mas por quê? Como? Onde? — várias questões invadiram.

— Estávamos bêbadas, não sabíamos o que se passava. Apenas aconteceu... — dizia cabisbaixa, ainda envergonhada do que aconteceu dias atrás.

— Bêbadas?

— Sim, oppa! — respondia como se fosse óbvio. — Se eu estivesse sã, jamais faria aquilo com o minha melhor amiga. — pôs enfases nas últimas palavras.

— Tá, mas como vocês ficaram bêbadas? — queria entender cada pedaço da história.

— Nós fomos para uma balada. Isso porque estávamos um pouco distantes uma do outra, então resolvemos sair juntos. Nisso, acabamos exagerando na bebida e... — implicitou a parte quente da história. — Bom, você já sabe o que aconteceu.

— Sim, mas a namorada dela, sabe?

Irene riu da pergunta do mais velho. — É óbvio que não, Tae. Esse é um dos motivos pelos quais nos distanciamos.

— E vocês não chegaram a conversar sobre essa noite?

— Não, a gente não toca mais nesse assunto desde aquela noite, que foi há uma semana. Tudo tem passado batido. A única coisa que concordamos era esquecer do que aconteceu. — respondia sem encarar os olhos do mais velho.

— E você esqueceu? — Taehyung perguntou retoricamente e a Bae se pôs a refletir sobre seus últimos pensamentos e chegou a uma conclusão.

— Não. — respondeu firme. É a primeira vez que ela admite isso para si mesma e para alguém, embora tenha tentado bastante dizer o contrário. — Isso mora em meus pensamentos. A onde quer que eu vá, novamente isso retorna em minha mente. Não foi minha primeira vez, você sabe. — o Bae suspirou ao se lembrar de quando a mais nova contou sobre a perda de sua virgindade. — Mas é como se aquele momento fosse único. Eu sinto meu corpo se esquentar quando estou ao lado da Seulgi, assim como meu coração bate forte. É como se seu cheiro ainda estivesse em mim e sua imagem me perseguisse a todo momento. — Irene desabafava abertamente com seu irmão, que decifrava tudo o que ouvia.

— Irene... — pôs a mão sobre a dela. — Isso é tão óbvio. — sorriu aleatoriamente e Joohyun não entendeu.

— Por que está falando isso?

— Porque realmente é óbvio. — riu outra vez.

— Ainda não entendi, oppa. O que quer dizer?

— Irene, você está apaixonada pela Seulgi. — dito aquilo, Irene engasgou com a própria saliva, começando a tossir com a declaração do irmão. Já não queria acreditar no que ouvia.

— CLARO QUE NÃO, VOCÊ SÓ PODE ESTAR VIAJANDO! — tentava convencer o mais velho do contrário, mas Taehyung sabia que era exatamente aquilo.

— Não precisa se assustar, Irene: o amor não é nem um bicho de sete cabeças. — proferia num tom simplista, empenhado em tranquilizar a mais nova. — Além do mais, se o problema é o fato de você ser lésbica, por favor, tira isso da cabeça, até porque você sabe que eu também carrego a bandeira.

— Taehyung, você não entende? A Seulgi namora! Eu nunca poderia me apaixonar por ela! E mesmo que eu pudesse, não é isso que estou sentindo, há outra explicação...

— Ah, sim! Então como você explica o fato de pensar nela toda hora e sentir seu coração pulsar quando a vê? — Taehyung estava convencido de que aquela era a resposta, mas Irene não queira aceitar.

— Sei lá, talvez seja a culpa por eu ser o pivô da traição? — deu a justificativa mais blefe, nem mesmo ela acreditava naquilo. — E essa coisa de lesbianismo não tem nada a ver também, eu já sei das minhas preferências...

— Irene, olha para mim. — Taehyung segurou o rosto de sua irmã, fazendo com que ela o encarasse. — Não é errado se apaixonar por alguém do mesmo gênero, ok?

Joohyun tirou suas mãos de seu rosto. — É errado se apaixonar pela sua melhor amiga, que ainda por cima é compromissada. — negava as palavras do mais velho e o mesmo balançava sua cabeça em negação.

— Está pondo coisa demais em sua cabeça! Não vai poder negar por muito tempo, Irene, ainda mais morando no mesmo apartamento que ela. — afirmava para a garota refletir.

— Obrigada por jogar isso na minha cara. — disse debochada.

— Mas é a verdade. — enunciou como se fosse óbvio. — Irene, o primeiro passo para tirar esse peso das costas é admitir que está apaixonada pela Seulgi.

Joohyun suspirou ainda mais profundo. No fundo, sabia que seu irmão estava certo, mas não queria ter de admitir, porem teria de fazer tal coisa. — É, talvez seja verdade.

— Viu só? Não é difícil admitir. — segurou outra a vez a mão da mais nova.

— Mas o que eu faço agora, Taehyung? — indagava em tom de desespero.

— Calma, Hyun. — a abraçou, a fim de confortá-la. — Uma coisa que você pode fazer é contar para ela.

— Não, é claro que não! — interrompeu o abraço e passou a encarar outra vez seu irmão. — Eu não posso fazer isso. Ela jamais pode saber.

— E porque não?

— Porque ela namora, Taehyung. Se tem uma coisa que eu não quero fazer é estragar o namoro dela. Eu não seria uma boa amiga fazendo isso. — justificou-se sendo direta e objetiva.

— Você diz sobre ser boa amiga, mas ela é uma boa amiga? — fez outra pergunta retórica.

— Seulgi está com a Jisoo e eu não quero atrapalhar. — fugiu da questão de seu irmão.

— Irene, não pode sofrer sozinha, deve contar para Seulgi sobre seus sentimentos.

— E estragar seu relacionamento com Jisoo?

— Bom, se ela tiver que abandonar Jisoo por causa disso, significa que ela também sente o mesmo. — afirmou outra vez, estando certo que pensa.

— Seulgi não gosta de mim como mais que uma amiga. — proferiu encarando seus pés.

— Como sabe? Leu os pensamentos dela? — ludibriou. — A única forma de saber isso é conversando com ela, Irene.

— Nós nos conhecemos como amigas, crescemos como amigas, nunca mudamos isso e não será agora que isso irá mudar. — enunciou direta.

— E por que você pensa assim, Hyun? É pelo fato de não aceitar sua sexualidade?

— Não, Taehyung! Pouco importa minha sexualidade! É porque é assim que tem que ser! Melhores amigas não podem se apaixonar. — dizia como se aquilo fosse uma lei decretada e que não pudesse ser quebrada.

— Vocês jovens dizem cada coisa. — riu da declaração da mais nova. — E como pretende enfrentar isso então?

— Já estou dando meu jeito. Acredito que estou gostando de outro rapaz.

— Se você pensa que isso funcionará... mas quem é esse rapaz?

— Minho. — e então os dois passaram o resto da tarde conversando sobre Minho. Irene lhe contava as características que lhe chamava a atenção no rapaz e também falavam sobre outras coisas. Ficaram papeando até bater o horário do mais velho ir embora e o anoitecer chegar.

Irene finalmente havia admitido os sentimentos dentro de seu coração. Estar apaixonada por Seulgi era algo que nunca esperou que acontecesse, não antes daquela noite tão longa e cheia de toques quentes. Mas no início começou a suspeitar, porém, era tão difícil aceitar, ainda mais pela mais nova estar namorando.

Embora não fosse com a cara de Jisoo, não queria estragar seu relacionamento, já que Seulgi gostava daquela garota. Então decidiu de que se Minho desse um passo para frente, também daria. Passaria seu tempo solitário com ele e se esforçaria até o máximo para conhecê-lo melhor e poder, enfim, se apaixonar pelo jovem.

Está confiante que conseguiria, mas se, em último caso, não conseguir, fará o que Taehyung sugeriu: revelará para Seulgi o que sente.

[...]

Um lugar não agitado, muito menos movimentado. Um pouco distante da cidade, com poucas casas e urbanização. Era mais utilizado para motel, isso antigamente, até ter falido e logo sendo abandonado pelos donos. Apesar de não apresentar movimentação, estaria presente ali duas pessoas, aliás, já estão.

A morena alta, magra, cabelos lisos que batem, mais ou menos, no ombro, dos olhos negros, desce de seu carro um tanto sofisticado. Caminha totalmente confiante sobre seu salto enorme e adentra naquele local vazio, um pouco velho e completo de poeira. Acomoda-se numa mesa e deixa sua bolsa na cadeira ao lado. Parecia estar esperando por alguém que estaria atrasada. Em seu rosto havia um óculos escuro. Não queria que ninguém a visse. Pôs os óculos sobre a testa e passou mexer em seu celular. Sua impaciência era devido ao atraso da tal pessoa.

Até que a outra pessoa havia chegado, no caso, era uma garota também magra e esbelta, dos cabelos castanhos escuros que batiam na matade de suas costas, seus olhos são castanhos claros, seu perfume exagerado invade o local. A moça aparentemente mais nova se senta na frente da outra, que a encara um pouco brava pela demora.

— Sabe qual o meu pensamento sobre atrasos, não sabe?

— Sei. Tive um contratempo. — justificava-se, pondo sua bolsa também em outro cadeira. — Minha namorada não parava de falar. — revirou os olhos ao se lembrar.

— Vejo que está levando sério essa aposta. — debochou a mais velha.

— Tenho que atuar bem, não é mesmo?

— Sim, sim. — disse sem dar muita importância, logo deixando seu celular de lado. — É por isso que lhe chamei aqui: para lhe dar parabéns. Está sendo um sucesso a sua atuação.

— Era de se esperar. — gabava-se a mais nova. — Não vejo a hora desse mês acabar para que eu possa ficar livre de novo.

— E, vem cá, já pensou em como terminará com ela? — questionou curiosa.

— Pensei em algo assim: Sorry, querida, mas você não faz meu tipo. — disse como se estivesse atuando e as duas começaram a rir.

— A coitada depois disso vai se suicidar. — entre risos, as duas debochavam da situação, como se já estivessem nela.

— O pior é que a menina é bonita. — pensou.

— Mas a aposta era essa: fazer com que ela se apaixone por você e depois meter o pé na bunda dela. Acha mesmo que ela vai querer se apaixonar depois de um coração partido?

— É, você tem razão. — concordou. — Já estou até pensando o que farei com esse dinheiro.

Explicando melhor, há mais de um mês, tudo começou quando uma das garotas conheceu uma jovem bonita no ônibus:

"— Ei. — cutucou a estudante dorminhoca. Então, a Kang acordou e visou o rosto da estudante. — Você deixou esses papéis caírem.

Os olhos de Seulgi encantaram-se diante daquela moça tão bonita para ela. Sorriu levemente para a mesma, jogando seu famoso charme: o sorriso fofo.

— O-obrigada. — pegou-os de sua mão, fazendo questão de tocar seu tato no dela. — Como sou desastrada. — puxou assunto. — É... como é seu nome? — questionou curiosa.

— Prazer, Sunmi. — estendeu sua mão para cumprimentá-la.

— Sunmi... — falou toda abobada. — É-é, meu nome é Seulgi

— Ok. — riu.

— Você é caloura na SNU?

— Estudo lá há mais ou menos dois anos. — respondeu simplista.

— Qual curso você faz?

— Ciências humanas.

— Que máximo! — tentava a todo modo agradar a garota. — Desculpa. Acabamos de nos conhecer e já estou fazendo indicações. — riu sem jeito. — Mas permita-me dizer, Sunmi, que você é muito bonita.

— O-obrigada... — corou. — Você também é muito charmosa, Seulgi.

— Sério? Agradeço. — quando menos percebeu, já haviam chegado no destino. Antes de saírem do ônibus, fez um pedido à garota. — É, me dê seu telefone para, sei lá, podermos conversar ou nos conhecer melhor... — falava encantada.

— Claro. — rapidamente passou seu número a garota.

— Foi muito ótimo te conhecer, Sunmi... — jogou novamente seu charme, fazendo a garota se maravilhar com sua beleza.

— Me liga. — piscou para a Kang e desceu do ônibus."

O plano estava armado. A garota mais nova conheceria a jovem bonita. Enquanto ela a convidaria para uma balada; fingiria ficar bêbada; seus amigos agiriam e a garota mais nova surgiria como a salvadora da pátria:

"— Ei, Seulgi! — olhou para trás tentando a avistar a tal pessoa. Novamente, era Jisoo. Suspirou de alívio ao avistá-la. — Você já vai embora?

— Eu vou... minha acompanhante passou mal e precisou ser levada ao hospital. — respondeu desanimada.

— A pé?

— Sim. Eu não sei dirigir... — olhou cabisbaixa.

— Sendo assim, eu te levo. — enunciou, fazendo-a olhá-la assustada.

— Você já dirige? — questionou incrédula.

— Sim, faz pouco tempo, mas sim. — respondeu sorrindo. — Quer carona, sim ou não?

— Sendo assim, vamos. — sorriu também com a proposta da garota, logo lhe oferecendo o braço para ela segurar."

Feito tudo isso, era só por o plano em prática. Logo a Kang estaria apaixonada. O prazo era um mês. A garota mais nova praticamente já havia conseguido.

— Sabe, Jisoo, acho que você deveria investir mais em apostas. — sugeria a mais velha.

— Acha mesmo, Sun?

...

Advinha quem está mortinha de paixão pela nossa ursinha???? Isso mesmo, A IRENEEEEEE

Advinha quem vai matar a Jisoo?? Isso mesmo, A IRENE TAMBÉM

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