Código Binário | Vhope

Galing kay runbad

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Kim Taehyung é um androide norte-coreano construído para destruir inimigos capitalistas. Com uma inteligência... Higit pa

🤖Avisos + Cast🤖
Epígrafe
Prólogo
Prologo 2.0
Capítulo 1 - Hoseok
Capítulo 2 - Taehyung
Capítulo 3 - Hoseok
Capítulo 4 - Taehyung
Capítulo 5 - Hoseok
Capítulo 6 - Taehyung
Capítulo 7 - Hoseok
Capítulo 8 - Hoseok & Taehyung
Capítulo 9 - Taehyung
Capítulo 10 - Hoseok
Capítulo 11 - Taehyung
Capítulo 12 - Hoseok
Capítulo 13 - Jimin
Capítulo 14 - Taehyung
Capítulo 16 - NTJ
Capítulo 17 - Taehyung
• Aviso •
Capítulo 18 - Hoseok
Capítulo 19 - Taehyung
Capítulo 20 - Hoseok
Capítulo 21 - Taehyung
Capítulo 22 - Namjoon
Capítulo 23 - Taehyung
Capítulo 24 - Hoseok
Capítulo 25 - Taehyung
Capítulo 26 - Hoseok
Capítulo 27 - Jungkook
Capítulo 28 - Taehyung
Capítulo 29 - Hoseok
Capítulo 30 - Taehyung & Hoseok
Capítulo 31 - Taehyung
Capítulo 32 - Hoseok
Capítulo 33 - Minhyuk
Capítulo 34 - Hoseok
Uma explicação
Capítulo 35 - Taehyung
Capítulo 36 - Taehyung e Hoseok

Capítulo 15 - Hoseok

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Galing kay runbad

#CodigoBinarioVhope

Seguinte, esse é um dos capítulos mais importantes de CB até agora. É um capítulo cheio de revelações, e espero que vocês comentem muito durante a leitura. Estou louca para saber a reação de vocês a tudo!

Boa leitura.

A semana se passou lentamente, enquanto o frio voltava a consumir cantinho por cantinho daquele país, de forma que eles tivessem certeza de que o clima poderia sim piorar cada dia mais.

Depois da conversa que tiveram no quarto de Hoseok sobre homossexualidade, Taehyung não voltou a tocar no assunto, levando a sério o que disse sobre ser apenas um título, e que não mudaria nada entre eles. Era engraçado como o adolescente sempre esperava algo ruim quando contava algo ao amigo, mas ele sempre vinha para provar que, de fato, Hoseok não o conhecia.

Aquele sábado começou com um estudar do seu plano com Taehyung, para confirmar que nada de errado ocorreria enquanto bebia seu café, pensando nos trabalhos atrasados de escola por gastar seu tempo com coisas que considerava mais importante. Provavelmente tiraria uma nota baixa no próximo exame, mas Hoseok e seu pai sabiam que ele era inteligente o suficiente para recuperar a nota na prova seguinte, então não discutiam sobre.

— Qual você prefere? — quando seu pai entrou na cozinha dez minutos depois, enquanto enchia sua caneca com uma quantidade maior de café adoçado, a primeira coisa que ele notou foi os dois cabides que ele segurava em rente ao corpo, mostrando um traje completo.

O primeiro tratava-se de um blaser preto, em contraste com uma blusa branca de botões e a calça da mesma tonalidade do casaco. O que dava um ar descontraído à roupa pesada era a gravata, que tinha listras coloridas que lembravam-lhe um alcaçuz. Já o segundo era uma camiseta vermelha de botões com um casaco branco e a calça também branca, além de um cinto preto.

— Depende... onde você vai? — o adolescente perguntou antes de dar um gole grande do líquido preto, se perguntando se Taehyung já tinha comido, ou pelo menos acordado, uma vez que era recém oito horas.

— Eu e sua mãe decidimos comemorar juntos o Natal em um restaurante, já que você irá naquela festa do seu colega — Hoseok assentiu, compreendendo. — Você sabe que não comemoramos eventos como esse, mas... Não sei, eu só queria fazer algo especial para ela.

— Eu entendo, appa. Mesmo em um relacionamento longo, é importante esse tipo de prova de amor... Acho que fortalece a relação.

— Mas e você? — o homem apoiou os cabides no balcão limpo da cozinha antes de sentar-se na cadeira de frente para o filho caçula, observando a confusão se alastrar no rosto bondoso do menino.

— O que tem eu? — perguntou confuso, desviando o olhar para as anotações que fizera em conjunto de Taehyung. Era legal como a letra de ambos constrastavam entre si: enquanto a de Hoseok era garranchada, a de Taehyung era perfeitinha, como se o hangul fosse desenhado ao invés de escrito.

— Você gosta de alguém? — o patriarca dos Kim riu ao notar as bochechas do filho ficarem avermelhadas, enquanto bebia mais do café para não responder a pergunta. — Você sabe que não precisa esconder de nós, não é? Eu e sua mãe sempre apoiamos todas suas decisões, assim como as de seu irmão, e...

— Eu não gosto de ninguém, pai — murmurou, sem saber o que dizer sobre aquelas palavras. Era estranho ouvir seu pai dizer tudo aquilo, sendo que fazia quase dois anos que viviam em uma corda bamba. — Eu nunca mais gostei de alguém desde... Você sabe, desde que tudo aconteceu.

— Eu sei — ele assentiu —, mas já faz quase dois anos, Hobi. Você se machucou, SeokJin se machucou... e tudo por causa daquele garoto.

— SeokJin me machucou mais do que foi machucado, é injusto citá-lo agora — grunhiu, não evitando quando seus lábios se juntaram em um bico mal humorado. — Ele escolheu fazer o que fez... ele era o adulto da situação.

— Tudo bem, tudo bem... não vamos brigar, okay? As coisas já estão ruins demais para isso.

— Desculpe — sussurrou, voltando a beber enquanto folheava as anotações do amigo. — É só que eu odeio esse assunto.

— Está tudo bem — o homem sorriu. — Mas se te consola, SeokJin decidiu que ficará em casa hoje.

— Sozinho? Por que? — Hoseok franziu o cenho, estranhando a atitude do irmão. Desde que era adolescente, Jin odiava ficar sozinho. Ele era aquele tipo de pessoa que sempre precisava ter algum companhia, em uma tentativa falha de preencher algum vazio dentro de si.

Acontece que SeokJin nunca aprendeu que solidão era um sentimento que você era incapaz de controlar; mesmo entre trinta amigos, você continuaria se sentindo sozinho, porquê era quase como um estado de espírito. Talvez fosse por isso que atualmente, quase com vinte e seis anos, SeokJin só tinha um amigo, que o acompanhava desde que eram crianças solitárias e tímidas. JinYoung e SeokJin eram, de alguma maneira, parecidos entre si, então a relação funcionava bem no fim de tudo.

— Ele disse que quer tirar um tempo para si, pensar em algumas coisas... Ele até comprou um vinho e ingredientes para fazer fondue naquela máquina que compramos e nunca usamos — ele riu. — Eu sei que você não acredita nisso, mas seu irmão é uma boa pessoa, Hobi. Ele só é... inconsequente, e imaturo por ter arrumado briga com um garoto de dezesseis anos.

— Eu sei, appa. É só que eu não quero perdoar ele, para depois ter uma briga onde acabaremos jogando isso na cara um do outro. Não é certo, sabe? Eu quero aceitar suas desculpas quando eu tiver certeza de que o perdoei cem por cento, quando eu tiver certeza de que o rancor sumiu — explicou. — Eu sequer consigo manter amigos próximos dele, porquê tenho medo dele fazer o que fez novamente... Como posso o perdoar pensando assim? Não... é certo — repetiu.

— Só... faz o que você acha que é melhor para si, tudo bem? — Hoseok o olhou, erguendo uma sobrancelha em surpresa. — Eu sei que você se esforça todo dia para mostrar que é importante, que é inteligente... Mas você não precisa, Hobi. Você não precisa se provar; quem te conhece sabe quão importante você é, consegue ver como você é inteligente... Se não consegue enxergar isso, então o problema está na pessoa, e não em você. Hoseok, não se diminua para caber no mundo de alguém.

— Obrigado — sussurrou, pressionando seus lábios com força ao sentir finas lágrimas começarem a escorrer por seu rosto. — Obrigado por não desistir de mim, mesmo quando pensei que o faria...

— Eu nunca faria isso contigo, Hobi — ele respondeu, esticando o polegar para escorrer uma lágrima que deslizava pelos lábios do filho. Eram idênticos aos dela. — Eu sou seu pai.

— Sim. Você é — concordou, como uma tentativa de confirmar para si mesmo. Às vezes ele esquecia que o homem era seu pai, e se odiou um pouquinho ao confirmar isso.

— Agora termine seu café, e... Pare de estudar um pouco, descanse sua mente. É véspera de Natal, você deveria estar aproveitando, e não lendo todos esses papéis.

— São importantes, appa — o adolescente sorriu. — Um amigo precisa que eu termine eles hoje.

— Namjoon? — Hoseok negou. — De qualquer forma, chame-o para almoçar aqui amanhã. Estou com saudades de o ouvir falar sem parar sobre ciência, ou qualquer outra bobagem inteligente que eu não entendo.

Hoseok riu, lembrando dos eventos que Namjoon comparecia. Assim como a sua família, a de seu melhor amigo também não comemorava eventos familiares desde que seu pai tinha falecido, então não era difícil dele aceitar participar dos almoços familiares dos Kim-Jung, uma vez que sempre procurava uma forma de se manter perto de sua paixãozinha juvenil. Toda a família Kim sabia que Namjoon era apaixonado por SeokJin desde crianças, exceto o citado – ou talvez ele soubesse, e ignorava justamente pelo garoto ser novo demais para si.

— Eu o avisarei. Tenho certeza que Nam não negará um convite tão gentil — sorriu, confortável. Ele poderia aproveitar a presença de Namjoon para contar o que aconteceria na festa, enquanto tomavam chocolate quente em frente à lareira a gás assim como faziam todo ano.

— Ótimo. Aproveitarei e farei o prato preferido dele — ele pegou as canecas sujas na mesa, levando para a pia antes que sua esposa reclamasse. — Continua sendo Kal-Guksu*?

— Sim, mas acho que Kal-Guksu só é bom de comer no verão.

— Bobagem, Hoseok... Se uma comida é boa, ela é perfeita em qualquer época do ano.

— Faz sentido — murmurou, se lembrando de uma coisa. — Pai, sabe aqueles sapatos azuis que você comprou a dois anos, mas nunca usou?

— Os mocassins? — ele assentiu. — Vai usá-los hoje?

— Acho que eles vão combinar com a roupa que planejei, e tem uma regra idiota no convite de usar pelo menos uma peça de roupa azul.

— Tudo bem — o sorriso de Hoseok aumentou, pensando em como ficaria bonito com os sapatos que seu pai tinha comprado em dez parcelas de trezentos e trinta reais. Uh... Será que Taehyung o acharia bonito também? Ele estava usando mocassins no dia que se encontraram no parque pela primeira vez... — Vai ficar melhor em você do que em mim.

— Eu tenho certeza que eles ficaram ótimos no senhor, appa — o homem sorriu, assentindo antes de começar a lavar a louça. — Onde estão os sapatos?

— No armário na entrada. Você pode colocar logo na hora de sair, sem precisar caçá-los pela casa.

— Melhor ainda — ele se levantou, juntando os papéis em um monte, prendendo-os com um clips de papel. — Vou levar isso para o meu quarto. Conversamos depois, appa.

]~[

Depois de uma semana inteira em um clima relativamente quente após uma tempestade de neve, Hoseok não se surpreendeu ao notar que as geadas voltaram, enchendo as calçadas limpas com uma nova camada da chuva congelada que só atrapalharia sua vida, porquê era aquela a função da invernia.

O relógio do seu celular entre as cobertas marcavam sete horas da noite, e Taehyung deveria chegar em meia hora para irem à festa que poderia mudar tudo – ou não – na vida deles. Hoseok ainda desconhecia o motivo para o Kim ter sido convidado para aquele evento, mas uma coisa que ele aprendera em dois anos de convívio com Park Jimin era: nunca se devia confiar em burguês. Hoseok não confiava nele, e muito menos em seus amigos, por isso aceitara tão rapidamente o convite de Taehyung. Ele não queria que o garoto fosse sozinho, para acabar em uma situação ruim; não era certo com ele, e mesmo que o garoto fosse visivelmente mais forte, Hoseok sabia que poderia protegê-lo.

— Já está pronto? — o Senhor Kim perguntou ao parar no batente da porta do quarto do filho caçula, observando a maneira que ele abotoara os botões da camisa social branca antes de retirar do armário seu blaser de mesmo tonalidade, cobrindo seu tórax e braços com ele.

— Quase — murmurou, procurando nas gavetas algo que o homem desconhecia. — Você sabe onde está aquele broche que a halmeoni me deu?

— O prateado que parece fitas junto? — o adolescente assentiu, e aquela foi a afirmação para o homem entrar no quarto bagunçado e ir até a mesa de cabeceira do garoto, retirando da primeira gaveta uma caixinha preta que parecia invisível entre milhares de post-its que o filho colecionava por algum motivo que desconhecia. — Por que decidiu usar ele hoje?

— Porquê não quero que a halmeoni pense, lá do céu, que não valorizo a única coisa que ela deixou de herança para mim. Não é justo, não quero que tenha sido em vão — murmurou, sentindo-se repentinamente triste.

— Você sabe por que ela deixou esse broche para você? — ele negou. — Porquê esse foi o broche que ela estava usando... no dia que você nasceu.

— Como? — Hoseok o olhou, em uma mescla perfeita de surpresa e confusão.

— Sim — o homem riu. — Sua mãe, a... Jung Dahye — ele engoliu em seco, sentindo algo ruim é bom descer por sua garganta, antes de retomar a fala. — Tinha dado esse broche para ela no Natal, pouco tempo antes de seu nascimento. Sua halmeoni amava muito sua mãe, e por isso decidiu colocá-lo no dia que a bolsa dela estourou, e você decidiu vir ao mundo.

— Appa — chamou, permitindo que o homem prendesse o broche no bolso de seu blaser enquanto sentia o olhar dele em si, como um pedido que continuasse a falar. — Você a amou? Minha... Omma; você amou ela?

— Não tenha um dia que eu não a ame, Hobi — ele sorriu, e o adolescente notou seus olhos marejando, antes que tossisse em uma falha tentativa de nada deixar as lágrimas escorressem. — Eu serei eternamente grato por tê-la conhecido, por todo o tempo que ficamos juntos, por... Ela ter me dado você, um dos meus bens mais valiosos.

— Como ela era? — perguntou, tentando se lembrar de qualquer coisa que remetesse ao rosto da sua mãe, mas era impossível. Sua última fonte de recordação tinha sido destruída a quase dois anos.

— Sua mãe era como você, para falar a verdade — riu, se lembrando de todos os momentos que passaram juntos. — Ela era muito rancorosa, e sentimental... Uma Drama Queen, mas ela também era um raio de sol. Ninguém conseguia ficar infeliz próximo dela... Era quase impossível. Sua mãe era estonteante, em seu significado mais puro. Dahye poderia te amar e te odiar de todas as formas possíveis, porquê era uma pessoa de extremos... mas se ela te amava, ela te amava com todo seu coração, e nunca te abandonava. Acho que foi por isso que nunca consegui me desvencilhar de suas lembranças... Sua mãe, assim como você... É inesquecível. Quem passou por sua vida, sempre terá uma marca que nunca sumirá. Ninguém esquece um Jung, não é?

— Ninguém esquece um Jung — repetiu, gostando de como aquela frase soava.

— Pronto — o homem se afastou, notando como aquele broche combinava com a roupa, e com o filho.

— Como estou? — ele se virou para o espelho, se encarando no vidro reflexível.

— Lindo. Você está perfeito, Hobi — sorriu, porquê de fato seu filho era um garoto muito bonito. Os dois, na verdade. SeokJin e Hoseok eram os garotos mais lindos do mundo. — Será a pessoa mais bonita dessa festa.

— Não — o garoto negou, notando quando o homem o olhou confuso. — Taehyung que será.

— Certo — riu, achando engraçada a maneira que o filho dizia aquilo, como um bobo apaixonado. — Então, os dois serão as pessoas mais bonitas dessa festa.

— Obrigado.

Uma batida na porta de entrada fez o corpo enrijecer, enquanto o senhor Kim só ria do pânico visível nos olhos bonitos do filho. Eles sabiam quem era, por isso que o homem segurou o pulso do garoto e o arrastou para fora do quarto bagunçado, sabendo que de nada adiantaria discutir sobre. Hoseok não tinha o dom para limpeza proveniente no sangue Kim, então ninguém discutia mais, desde que a bagunça ficasse no limite de seu quarto.

— Relaxa, tudo bem? É só uma festa — ele sussurrou no ouvido do filho ao pararem na parede próxima do armário de sapatos, que o homem abriu para retirar os mocassins bonitos. Quando viu que o filho não se moveria, o homem ajudou-o a colocar pé por pé, antes de se levantar e dar uma última ajeitada nos cabelos escuros do garoto, que ele sabia que Hoseok odiava. Hoseok odiava seguir padrões impostos pela sociedade, mas também sabia que era uma regra que precisava seguir para continuar tendo uma educação boa que ninguém na família teve. — Você está ótimo. Pode dizer algo agora?

— Eu... sinto que... — sua voz falhou. — Eu não sei o que sinto.

— E está tudo bem, só... não deixe Taehyung esperando — o menino assentiu, e aquele foi o sinal para que o homem destrancasse a porta, notando a presença do outro adolescente. — Boa noite.

— Boa noite, Senhor Kim — sorriu, curvando-se levemente antes de mover seu olhar para Hoseok, que agora observava o rosto perfeito do amigo. — Você está pronto?

— Sim, vamos — ele pegou as chaves que seu pai entregara, acenando rapidamente anta de seguir Taehyung para fora dos limites da residência dos Kim. — Está nevando hoje.

— Está — Taehyung concordou, passando a mão levemente no casaco longo azul bebê que usava. Foi então que Hoseok reparou na roupa que o garoto utilizava: junto do casaco longo azul, que batia em seus joelhos, Taehyung também usava um conjunto de camisa e calça branca com finos quadriculados pretos, além de sapatos da mesma cor. Não era uma roupa apropriada para o inverno sul-coreano – assim como as suas –, mas ele não parecia se importar, demonstrando bastante conforto com a forma que se vestia. — Você...

— O que tem eu? — Hoseok sorriu, guardando as mãos dentro do casaco do blaser.

— Está bonito — admitiu, sem encará-lo. — Essa roupa ficou bem em você.

— Eu digo o mesmo sobre a sua, Tae — suas bochechas coraram, aproveitando do início da escuridão para esconder seu rubor. — Você está lindo, de verdade.

— Obrigado — sussurrou, ajeitando os cachos que caíam desproporcionalmente em sua testa. — A festa é a vinte minutos daqui... Tudo bem para você ir andando, ou...?

— Tudo bem andar. Não tem problema para mim — respondeu, sentindo suas mãos começarem a suar. Se fossem de metrô, eles chegariam mais rápido a aquela festa, e Hoseok queria evitar o máximo possível uma aproximação com Park Jimin. — E você? Tudo bem ir andando?

— Tudo bem — concordou.

— Ótimo...

— Ótimo.

]~[

Eles levaram cerca de meia hora para chegarem no endereço marcado no convite, que dava de frente para uma casa enorme coberta por muros revestidos por diversos tipos de planta, além da cerca elétrica. Mesmo do lado de fora, parados na calçada de cimento, Hoseok conseguia ouvir a música que tocava do outro lado da cerca, que se tratava de um pop coreano genérico que ele desconhecia, enquanto Taehyung cruzava os braços, à espera do próximo passo. Já Hoseok, mesmo que conseguisse raciocinar o que acontecia, tinha um sentimento ruim dentro do peito, como se não fosse uma boa ideia estar ali... Aquela situação não parecia certa, estava fácil demais.

— Tem um interfone ali — o garoto avisou, notando a forma que o humano parecia estático, como se tivesse levado um choque. — Você quer que eu toque agora, ou...?

— Vamos embora — pediu com um sussurro, sentindo seus ombros decaírem a medida que seus olhos se enchiam de água. — Vamos embora, por favor.

— O que? Por que? — seus braços se soltaram um outro, enquanto fixava seu olhar no adolescente, que parecia a beira de uma crise de choro. — Hoseok? O que aconteceu? Por que você está assim?

— Taehyung — ele se aproximou, apoiando suas duas mãos nos ombros do garoto um pouco mais alto que si, estando visivelmente confuso. — Por favor, confie em mim...

— Eu confio — sussurrou, em resposta. — Eu confio em você, Hoseok.

— Eu estou com um pressentimento ruim sobre essa festa, Tae. Eu sinto que... algo ruim pode acontecer, com um de nós — explicou. — Esse convite veio fácil demais, rápido demais... Por que Jimin nos convidaria? Não faz sentido, entende? Ele nos odeia! Ele te odeia! Por que ele convidaria para uma festa o garoto que retirou uma chance de entrevista dele, o garoto mais egocêntrico do mundo?

— Hoseok... — murmurou sem saber exatamente o que dizer, sabendo que ele estava certo. Por que Park Jimin o convidaria para uma festa de Natal? — O que você quer fazer, então?

— Vamos embora — implorou, seus olhos entregando todo o medo contido em seu corpo, em sua alma. Taehyung sentiu medo por ele, também. — Podemos aproveitar nossa noite de outra forma, não sei...

— Onde você quer ir? — perguntou, apertando os braços cobertos pelo blaser branco com carinho. — Fale o primeiro lugar que você pensar.

— Para o parque — disse, fazendo Taehyung abrir um mínimo sorriso. — O parque onde nos encontramos... no dia que eu fui passear com Namjoon.

— Então vamos — aceitou, sabendo que não tinham muitas opções de lugares para ir. Won-Shik tinha saído com amigos do serviço, para comemorarem o evento em uma churrascaria coreana, e Taehyung não sabia como era a relação de Hoseok com sua família para sugerir que voltassem a casa dele. O parque era a melhor opção, de fato.

O Dosan Park era um parque localizado próximo ao colégio Huimang, uma região inteiramente metropolitana. Taehyung não entendia como poderia ter um parque em uma área comercial, mas ele também não entendia muitas coisas sobre a mãe natureza, então se mantinha calado.

Durante todo o caminhar da mansão para o parque, Hoseok se manteve quieto, abraçando o próprio corpo enquanto Taehyung lhe olhava de soslaio, se perguntando se o garoto começaria a chorar a qualquer momento. Bom, ele realmente esperava que não; Taehyung não era o melhor exemplo de sentimentalismo, então não sabia se conseguiria o acalmar, da mesma forma que um amigo faria. Ele sequer compreendia os sentimentos que começaram a surgir dentro de si desde que tivera a ligação com Song, imagina lidar com os sentimentos de outra pessoa? Era estranho.

Quando chegaram ao parque, cerca de dez minutos depois, a primeira coisa que Hoseok notou foram as árvores: embora as folhas tivessem caído, inúmeros pisca-piscas estavam enrolados nos troncos, iluminando o caminho inteiro até a área do lago com luzes coloridas que constrastavam com o branco da neve e a escuridão da noite. Aquela não era uma visão desconhecida para Hoseok, uma vez que já estivera muitas vezes naquele ambiente durante a época natalina dos anos anteriores, mas não foi uma surpresa para si ao ver a expressão confusa de Taehyung devido ao brilho, além do estranhamento por não estar daquela forma na última vez que visitara o lugar.

— É bonito, não? — o humano questionou ao notar o mínimo sorriso que apareceu nos lábios carnudos do garoto ao seu lado. — Eu não sou uma pessoa que comemora o Natal, mas... eu gosto das luzes.

— Eu nunca comemorei — ele sussurrou, chamando a atenção do amigo. — Mas acho que agora entendo o porquê de o fazerem... É bonito, sim.

— Fico feliz que gostou — sorriu, tendo uma retribuição antes de Taehyung voltar a andar, dessa vez com menos lentidão. — Onde você quer sentar?

— Próximo ao lago, acho. As luzes iluminam o gelo, e... Fica bonito — sugeriu. Hoseok assentiu, seguindo-o até o melhor banco próximo ao lago, que estava tomado pelos tons azul, vermelho e verde provenientes dos pisca-piscas. De fato, era uma paisagem bonita, que valia a pena observar enquanto sentavam nos bancos gelados. A neve continuava caindo, manchando seus sapatos com o líquido enquanto Taehyung cobria a cabeça com o próprio casaco em uma tentativa de proteger o cabelo. Hoseok não entendeu aquilo, mas não discutiu. — Por que você decidiu vir aqui?

— Porquê eu acho que foi aqui onde nossa amizade começou, de uma maneira estranha e confusa — explicou, sentindo o olhar do mais alto em seu rosto, mas decidiu não devolver o olhar, preferindo observar as luzes e a neve enquanto pensava em muitas coisas ao mesmo tempo. — Quando eu te conheci... Minha vida inteira mudou, sabe? Eu estava preso em uma rotina que me destruía pouco a pouco... Agora eu consigo ver o quanto eu me perdi, em todos esses anos; eu não era mais Jung Hoseok, ou Hobi, ou Kim Hoseok... Eu não era... nada.

— Por que está me dizendo isso, Hobi? — questionou, sem entender.

— Porquê eu conversei hoje com meu pai sobre o SeokJin, e sobre minha mãe — sussurrou, sentindo um bolo subir por sua garganta. — Eu pensei em tudo que aconteceu em minha vida até agora, e pensei em como eu quero aproveitar o fim da minha adolescência. Estou sendo feliz da maneira certa? Estou fazendo o que gosto? O que eu gosto, afinal? De quem eu gosto? — ele se questionou, deixando uma linha de expressão surgir na própria testa. — E eu notei que eu perdi as respostas para essas perguntas quando fiz dezesseis anos... foi quando eu me perdi, completamente.

— O que aconteceu quando você tinha dezesseis anos, Jung?

— Eu perdi minha amizade com SeokJin hyung — admitiu.

— Se me permite perguntar... como?

Hoseok o olhou, observando as feições bonitas do amigo enquanto se perguntava se era o momento certo para tirar aquilo de dentro de si. Ele não falava sobre o que aconteceu desde àquele dia, mas poderia confiar em Taehyung, não é? Ele era seu amigo, e... não o julgaria, não é?

Então decidiu que falaria. Quando teria outra oportunidade? Provavelmente nunca, porquê nunca mais a coragem voltaria. Aquela era sua chance de desabafar com outra pessoa sem ser Namjoon, mas alguém tão importante quanto ele.

— Começou quando eu tinha quinze anos — murmurou. — Eu estudava no colégio Palan Haneul, junto do Namjoon. Diferente da Huimang, a Palan era dividida entre quatro anos escolares, e eu estava no primeiro, que para a Huimang é o último ano do Ensino Fundamental — o garoto assentiu, compreendendo. — Teve uma festa de primavera, onde eu conheci um menino. O nome dele era Vernon e ele estava no terceiro ano, e tinha dezoito anos. Ele era lindo, Tae... Se eu não conhecesse SeokJin, eu diria que, naquela época, ele era o menino mais bonito que tinha visto na vida — riu, se recordando de quem ocupava esse título atualmente. — Por algum motivo, ele se interessou por mim, e naquele dia acabamos ficando. Namjoon disse que seria um caso de só uma noite porque ele era bem mais velho, mas ele estava errado. Vernon voltou a me procurar e voltamos a ficar, se tornando algo corriqueiro. Ficamos assim por meses, até que... — ele travou, sentindo pequenas lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Hobi, você não precisa... — Taehyung se arrastou pelo banco, ficando próximo o suficiente para limpar as lágrimas do garoto, mas Hoseok não deixou. Segurando a mão grande entre as suas, o humano o olhou, respirando fundo antes de retomar a fala, impedindo o amigo de atrapalhá-lo.

— Eu me apaixonei por ele — continuou, ainda segurando a mão do garoto entre as suas. Taehyung não fez sinal de que afastaria, e Hoseok o agradeceu por isso. — Eu e Jin ainda éramos próximos nessa época, então não demorei para contar o que sentia. Jin era assumidamente bissexual, então eu sabia que nem ele e nem meus pais me julgariam, foi fácil... — assentiu, sentindo o gosto salgado das lágrimas em seus lábios, mas não as limpou. — Foi então que eu pedi ajuda de Jin para pedir Vernon em namoro. Eu gostava dele, e sabia que ele gostava de mim, mas eu queria algo... Especial. Queria que fosse especial, marcante.

— Hobi...

— Eu e Jin começamos a planejar na mesma época que eu comecei a ter problemas de comportamento na escola — murmurou. — Eu sei que não faço parte do padrão de beleza sul-coreano, então não me surpreendi quando começaram a julgar meu físico... Eu estava acostumado, Tae.

— Você não deveria se acostumar com algo assim — ele sussurrou, tocado pela forma que o menino falava de si mesmo.

— Eu sei — riu, sem humor. — Começou a me afetar quando as comparações começaram. SeokJin estava trabalhando em um dos jornais mais importantes da Coreia após se formar em jornalismo pela Yonsei... Ele era bonito, inteligente e estava criando uma fortuna com seu cargo tão importante, enquanto eu... Era eu. Eu não era ninguém, entende? Ninguém — ele suspirou, se lembrando de como aquilo lhe afetara, e ainda afetava. — De alguma forma, isso começou a destruir minha relação com o Jin; eu colocava sobre ele tudo que meus colegas me faziam sentir, mesmo que não o tratasse mal... eu só me afastei, me retraí.

— Onde o Vernon entra nisso?

— Então chegou meu aniversário de dezesseis anos, quando eu pretendia pedi-lo em namoro — explicou. — A festa era relativamente grande, meus pais tinham saído para que fosse um momento meu com meus "amigos", SeokJin e o Vernon... Estava tudo perfeito, até que eu notei que Jin tinha sumido. Eu procurei ele pela casa inteira, até acha-lo no meu quarto — fungou, sentindo as lágrimas aumentarem. — Ele estava sentado na minha cama, e eu notei que ele segurava um álbum de fotografia... Um álbum de fotografia que meu pai me deu no meu aniversário de dez anos, onde tinham muitas fotos que minha mãe tirou de mim até ela... falecer — Taehyung franziu o cenho, confuso. — Era um álbum só com fotos minhas, que meu pai explicou que ela decidiu criar para acompanhar todo meu crescimento... Exceto por uma foto. A única foto que não era minha no álbum, era dela, no casamento dos meus pais — Taehyung se desesperou ao notar que Hoseok soluçava, enquanto a gola da sua camisa começava a molhar devido as lágrimas ainda mais extensas. Ele também notou que o aperto se intensificava, como se Hoseok estivesse o impedindo de fugir. — Ela estava linda, Tae... Ela estava tão linda com o vestido de noiva de princesa, enquanto era visível a barriga dela... grávida de mim. Era como se eu também estivesse naquela fotografia... Eu e minha mãe.

— Hoseok, por favor... — ele se soltou, esfregando seus dedos pela pele do garoto, tentando limpar as lágrimas. Hoseok sorriu, e Taehyung sabia que não tinha felicidade naquele ato. Ele estava destruído.

— Ela estava rasgada, Taehyung — concluiu, chamando a atenção do amigo para si. — SeokJin surtou e a rasgou, junto com outras fotos minhas... Ele destruiu lembranças minhas, e aquilo foi meu estopim — as lágrimas diminuíam, enquanto Taehyung o observava na procura de uma nova para secar. — Eu surtei com ele, eu disse tudo que mantive guardado por aqueles anos... Jin não me ouviu calado, e então começamos a discutir... Era como uma briga para descobrir quem tinha fodido mais com a vida um do outro. SeokJin me acusava de destruir o casamento dos pais dele, porquê foi meu nascimento que os manteve separados por três anos, enquanto eu o acusava de ter destruído meu bem mais precioso: minha autoestima.

— Jung... — ele negou, fazendo Hoseok sorrir.

— Foi quando Namjoon entrou no quarto, avisando que Vernon tinha chegado — riu, fazendo Taehyung temer a continuação daquela história. — SeokJin saiu do quarto e Nam me perguntou o porquê de eu estar tão mal, e eu contei o que tinha acontecido. Eu sabia que ele nunca me julgaria, por isso eu contava tudo que sentia para ele — Taehyung se afastou, apoiando as mãos grandes na coxa enquanto o ouvia, em silêncio. — Eu me acalmei e decidimos sair para encontrar Vernon, e foi quando eu visualizei o xeque-mate de SeokJin.

— O que ele fez? — perguntou, com medo.

— Ele estava beijando Vernon — admitiu, se lembrando do ponto final desastroso em sua noite que já tinha sido horrível —, e Vernon estava o beijando de volta.

— Hoseok, eu...

— Aquela foi minha confirmação, Tae.

— Confirmação do que?

— De que não importava o que eu fizesse, quem eu fosse... — ele suspirou profundamente, cansado demais para pensar em qualquer outra coisa. — Todos iriam preferir SeokJin, porquê ele era melhor que eu.

— Isso não é verdade, Hobi.

— Você não precisa mentir para...

— Eu não estou mentindo! — o cortou, sabendo que agora era a hora dele falar. — Quando eu te conheci, eu te achei um grande fofoqueiro e impertinente, porquê de fato você era aquilo para mim — ele sorriu, e Hoseok notou quão bonito ele ficava fazendo aquilo, no meio daquela situação. — Mas então você me ensinou tantas coisas que... Eu mudei. De alguma forma estranha e rápida, que eu mudei. Você me ajudou a ver como funcionava a mente das pessoas, me ajudou a entender sentimentos... Tudo bem que eu não entendo muito ainda, mas você me ajudou a dar um grande passo. Aquele encontro no parque me ajudou muito.

— Por que está dizendo isso?

— Para você ver quão incrível você é — seu sorriso aumentou, e Hoseok notou um brilho estranho nos olhos de corça do garoto. — Você diz que eu sou a pessoa mais bonita que você já viu na vida, mas você está errado. Você é a pessoa mais bonita do mundo; tanto por dentro, quanto por fora. Você é lindo, seguindo todas as definições possíveis para essa palavra.

— Tae... — ele riu baixinho, sem saber o que dizer.

— Você tem essa luz que... É impossível não seguir, Hobi. Você ilumina tudo ao seu redor, e torna tudo mais fácil de lidar — Taehyung riu, se sentindo um pouco patético por dizer tudo isso. — Você me ajudou sem entender o que acontecia, sem querer nada em troca... Nenhuma pessoa comum faria isso, mas você fez. Você fez porquê é bom, mesmo que não consiga enxergar isso.

— Você pode... — Taehyung o cortou.

— Você é bonito, é muito inteligente, e isso é visível porquê você ficou em terceiro lugar no simulado, você é prestativo, você é um raio de sol que...

A fala de Taehyung foi cortada ao sentir os lábios do garoto sobre os seus, em uma tentativa exasperada de Hoseok para calá-lo. O adolescente se afastou, observando a maneira como o Kim fechara os olhos e seus lábios se entreabriram, em choque. Demorou poucos segundos para que Taehyung voltasse a olhá-lo, sem entender o que aconteceu.

— Tae, eu sinto mui...

Taehyung o beijou novamente, deixando que seus lábios se juntassem em um selar demorado, antes que Hoseok segurasse seu cabelo, em uma tentativa de aumentar o ato. Taehyung apoiou as mãos grandes sobre os ombros do amigo, não negando quando Hoseok pediu passagem com sua língua, deixando que os dois músculos se juntassem, em um beijo lento. Era visível para o humano que o Kim não tinha experiência naquilo, o que o deixou mais nervoso para lhe dar pelo menos um primeiro beijo decente.

A mão esquerda do mais novo foi de encontro ao cabelo cacheado do mais alto, enrolando-o entre seus dedos enquanto dava pequenas mordidas nos lábios carnudos do outro, ainda sentindo o contato entre suas línguas. Era engraçado como o ritmo dos dois eram diferentes: enquanto Hoseok tentava beijá-lo lentamente, em uma forma de se conhecerem, Taehyung tentava intensificá-lo, como se a falta de ar não lhe fosse um problema. Por alguma razão, o garoto gostou daquilo, aproximando ainda mais seus corpos enquanto o contato aumentava ainda mais, podendo sentir os braços do amigo enrolarem em sua cintura, antes de Hoseok arfar pela falta de ar que começara.

— Calma... — ele se afastou, respirando fundo enquanto Taehyung encarava os lábios do mais novo: inchados e avermelhados, além da respiração do mesmo estar descompensada. Aquilo era normal? O andróide se perguntou, antes de se questionar se era comum amigos fazerem o que eles fizerem. — Eu preciso te perguntar uma coisa.

— Diga — pediu, embora temesse o que viria a seguir.

— Foi... seu primeiro beijo? — perguntou, em uma forma de confirmar sua suspeita.

— Sim — assentiu. — Por que? Eu beijo mal?

— Não, Tae — ele riu, negando. — Acho que é impossível você fazer qualquer coisa mal.

— Hobi... — chamou, sentindo o olhar do humano em si. — Somos amigos...

— Sim — concordou, sem entender.

— Amigos podem se beijar, como nos beijamos? — questionou, verdadeiramente curioso.

— Eu... não sei — admitiu, se lembrando de todas suas experiências amorosas. Ele não tinha beijado Taehyung por estar apaixonado ou qualquer coisa do tipo... Ele só queria calá-lo, mas quando Taehyung o beijou novamente, simplesmente não conseguiu se controlar. Aquilo não era certo, pensou. Taehyung era seu único amigo junto de Namjoon, não era certo destruir tudo daquela forma... E Hoseok também não se sentia preparado para ficar com outras pessoas, ele sabia que ainda não tinha superado a traição de SeokJin. Não era justo envolver Taehyung naquilo, principalmente sendo a primeira experiência dele.

— Hobi? Você está bem? Você parece...

— Eu acho que não devemos fazer isso novamente, Tae — Taehyung se calou, o olhando sem entender nada. — Somos amigos, e... Amigos não se beijam.

— Você acha? — perguntou, estranhando o uso daquela palavra.

— Eu tenho certeza — corrigiu, fugindo do olhar do garoto. — Não quero que... Somos amigos! Apenas amigos.

— Tudo bem — ele concordou, sabendo que não adiantaria discutir. — Se você tem certeza, então eu aceito. Sinto muito por ter te beijado.

— Eu... te beijei primeiro, então também peço desculpas.

— Eu acho que vou... — o som do badalar dos sinos, avisando que já era meia noite, o assustou, fazendo com que Taehyung encolhesse o próprio corpo enquanto Hoseok olhava ao redor à procura de onde vinha aquele som – até lembrar que tinha uma igreja a duas quadras do parque. — Eu vou para casa — ele se levantou, limpando a neve grudada em sua calça. Ajeitando o casaco em seu corpo, Taehyung fugia do olhar triste que Hoseok lhe dava.

— Tae, eu..

— Feliz Natal, Hobi. Conversamos quando as aulas voltarem — sem esperar por uma resposta, Taehyung se afastou, caminhando em passos apressados para fora do parque.

Ainda sentado no banco e observando a figura sumir entre as árvores, Hoseok teve uma certeza: ele era um idiota.

* É um prato de macarrão coreano que consiste em macarrão de farinha de trigo feito à mão e cortado em faca, servido em uma tigela grande com caldo e outros ingredientes. É tradicionalmente considerado um alimento sazonal, consumido com mais frequência no verão.

OUTFIT VHOPE - FESTA DE NATAL:

Tae (nosso príncipe andróide que se ferrou nesse rolê)


Hobi (o mais azarado)

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