— Senhorita Cooper? — Ouvi alguém me chamar, colocando gentilmente a mão no meu ombro — Senhorita Cooper? — Eu despertei. Me endireitei na cadeira do hospital. Tinha pegado no sono, estava com a cabeça apoiada no colo dele.
Era uma enfermeira.
— Você não dorme e nem come direto á semanas... Precisa ir pra casa. — Ela disse.
— Não eu... — Fiz uma pausa, esfregando os olhos para tentar mantê-los abertos. Tinha um livro no meu colo, o preferido dele. — Eu não posso sair daqui. Prometi a ele. — Ela me lançou um olhar de repreensão. Peguei o livro — Estou na parte preferida dele.
Sua expressão era de pena misturada com preocupação. Ela saiu.
Olhei para Jughead. Ele estava suando.
O clima tinha esquentado bastante e não chovia.
Liguei o ar condicionado que até então eu realmente não sabia da existência, e ajustei o aparelho respiratório no rosto de Jughead.
— Eu menti pra ela. Sabe disso. — Fechei o livro e o coloquei na mesinha. — Sabe que eu perdi o ponto em que paramos faz tempo... Não vai ficar bravo comigo por isso, né? — Sorri um pouco quando não recebi resposta, apesar de saber que ela não viria. — Foi o que eu pensei.
Eu o encarei em silêncio por alguns segundos, passando os dedos pelo seu cabelo. Ele sabia que eu estava ali, ele podia me ouvir, disso eu tinha certeza, apesar de não poder me ver...
Parecia cada vez mais pálido.
Brownie veio correndo, pulou no meu colo e espalhou lambidas pelo meu rosto, (eu preferia considerar beijos), depois foi a vez de Jughead. Apesar dele não ter uma reação, Brownie continuava. Ele sabia que Jughead estava, em algum lugar ali dentro, rindo de suas palhaçadas. Quando o cãozinho acabou, deitou sobre o peito de Jughead, bem na parte que fica o coração. Ele não fechou os olhos, ouvia atentamente a cada batida que seu cansado coração dava, e me olhava como se estivesse preocupado ou incomodado com alguma coisa ali.
Eu sorri com os olhos cheios de lágrimas.
— Está tudo bem Brownie. O coração do papai sabe que estamos aqui.
Número 6: Poder escutar seus batimentos cardíacos.