A Resistência | Coroa em Cham...

By cristi_sil

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Trilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o terceiro livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoiler... More

Avisos e sinopse
À Beira do Caos
Contra o Tempo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90

Capítulo 27

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By cristi_sil

Ouvir o Kyle e o Thomas no banheiro foi... estranho.

Ora eles riam, ora o Thomas gemia de dor ou chamava um palavrão para logo a seguir rir de novo. Em uma das vezes, até ponderei entrar no banheiro para ver se estava tudo bem, mas apenas bati e perguntei do lado de fora. O Thomas disse para eu não me preocupar. Já o Kyle falou que eu poderia entrar se quisesse ter certeza.

Óbvio que não entrei.

Continuo andando de um lado para o outro torcendo para que eles estejam evitando molhar os locais com pontos. Leio os rótulos dos remédios que estão na mesa ao lado da maca. Releio o prontuário e volto a andar de um lado para o outro.

Minha ansiedade só acaba quando ouço a porta do banheiro se abre.

Corro meus olhos pelo Thomas que agora está com uma camiseta de manga curta cinza e um short preto. Sinto um alívio quando consigo ver pela cor do curativo na perna que ele está seco. Ao contrário do Kyle, que está encharcado.

— Você não estava mentindo — Thomas diz, assim que o ajudamos a se sentar na maca — foi doloroso demais, mesmo que o meu enfermeiro tenha sido delicado — completa, e o Kyle pisca para o Thomas antes de dar uma risada.

— Eu descobri minha vocação, acho que você vai ter um colega de profissão, Em — fala.

— Que maravilha, porque agora eu vou precisar de ajuda. E Thomas, eu não falei que o banho seria doloroso. Na verdade, a parte dolorosa vem agora.

— O que?

— Retirar os curativos impermeáveis — respondo —, é isso que vai doer.

— Você está brincando, não é? — Apenas balanço a cabeça negativamente e vejo o Kyle se segurando para não rir. Thomas respira fundo, talvez para tentar aceitar a ideia e então continua: — Tudo bem, mesmo que eu tivesse entendido antes, eu teria tomado banho da mesma forma.

— O que a gente não faz pelo boy, não é? — Kyle provoca e tenho a sensação que ele já descobriu tudo sobre o Thomas e o Philip.

— Você não quer deitar? — pergunto, enquanto conecto o soro de novo ao cateter. — Talvez seja melhor para esse procedimento.

— Não, estou bem assim — fala seguro. — Já estou farto de ficar deitado.

— Tudo bem. Vou fazer o da perna primeiro e depois você deita e tiramos o do abdômen, combinado?

Ele concorda e peço ajuda do Kyle para colocar a perna ferida na maca.

Retiro a ponta do curativo e começo a puxar lentamente.

— Sabe por que a gente estava rindo no banheiro? — Kyle pergunta, e eu faço que não com a cabeça, tendo quase certeza que não vou gostar de saber. — Descobrimos que temos algo em comum com você. Na verdade, eu, ele e a Anna.

— O que? — pergunto tentando não demonstrar muito a curiosidade que ele me fez sentir agora.

— Nós já pegamos uma surra de você. — Sinto o meu rosto aquecer e não consigo conter uma risada, o que me faz tirar as mãos da perna do Thomas. — Me diz uma coisa, você já bateu no Lucas também?

— Para, Kyle, eu preciso me concentrar — digo tentando ficar séria para voltar a retirar o curativo.

— Agora eu estou curioso, quero saber.

— Não, nunca. Por que eu bateria no Lucas?

— Sei lá — ele ri. — E no Nathan?

Dou uma risada involuntária já entregando a minha resposta.

— Eu tentei — respondo rápido, sabendo que ele não me deixar em paz até saber, mas aproveito para dizer algumas verdades a seguir: — Nem o Nathan nem a Anna mereceram. Mas você mereceu, Kyle. Você também.

Olho para o Thomas e então me lembro porque bati nele. Não foi apenas um tapa, eu estava furiosa naquele dia.

— Eu não enganei seu pai, muito pelo contrário, eu estava decidido a ajudá-lo — ele diz sério agora.

— E todas as outras pessoas?

— Por que você se importa? — Não consigo controlar a raiva que volta com toda força e me desconcentro, puxando o curativo com um pouco mais de força do que deveria. — Ai! Devagar, Princesa — ele pede.

Respiro fundo e peço desculpa, tentando manter a calma.

Como se não bastasse de repente o clima ter ficado pesado, Nathan entra na enfermaria, o que faz a postura do Thomas mudar completamente.

— Vou me sentar ali para ver tudo melhor — Kyle diz, deixando-me ainda mais nervosa.

Thomas parece ficar tenso, mas Nathan não demonstra nenhuma emoção.

Eu sei que ele não gosta do Thomas, e talvez não estava esperando me ver tão próxima a ele, mas ele simplesmente não deixa a situação afetá-lo. Ele apenas ajeita o quepe na cabeça e mantém a postura perigosa naquele uniforme. As duas armas no coldre dão o toque final.

Falo com ele e vou até o armário pegar soro fisiológico para facilitar a retirada do curativo.

— Thomas! — Nathan o cumprimenta. — Espero que você esteja se sentindo bem.

Apesar das palavras gentis, o tom de voz do Nathan deixa claro sua insatisfação com a presença dele aqui.

— Já tive dias melhores, mas estou me sentindo bem-vindo e sendo bem tratado — provoca, com um sorriso debochado.

Nathan sorri de volta e eu sinto como se estivesse na Matriz quando ele e o Kyle entravam nesse jogo de ataques civilizados.

— Fico satisfeito em ouvir isso — Nathan rebate. — Lamento por você estar nesta situação e agradeço por ter trazido as duas famílias em segurança. — Eu sei o esforço que ele está fazendo para agradecer a alguém como o Thomas, mas o Nathan é justo e consegue colocar o orgulho de lado para demonstrar gratidão, eu admiro isso nele. — Nós faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para restabelecer sua saúde e cuidar da sua segurança enquanto estiver conosco.

— E até quando vou ter o prazer da companhia de vocês? — Thomas pergunta.

— Podemos falar sobre isso em outra ocasião, não vou tomar mais o tempo de vocês neste momento. — O Nathan sabe o quanto retirar esses curativos dói, ele cometeu o mesmo erro que o Thomas quando levou o tiro, mas claro que não é só por isso que ele desconversou. — As melhoras!

Thomas sorri como se já soubesse que o Nathan iria adiar a conversa, mas apenas concorda.

Nathan se despede e eu o sigo. Quando a porta se fecha atrás de nós dois, ele me dá um abraço rápido.

— Eu só passei mesmo para ver você — confessa com um sorriso carinhoso e o verde dos olhos dele brilhando de forma intensa. — Ele se comportou?

— Sim, não se preocupe — apresso-me a dizer. — Ele sabe que não pode ir embora por todos os motivos, não deve nos causar problemas.

— Eu estava falando do Kyle — comenta, roubando-me uma risada. — O Philip está vindo ficar com vocês, eu e o Lucas ainda precisamos resolver uns problemas. Tudo bem?

— Sim, eu me viro aqui com eles.

Despedimo-nos e volto para a enfermaria onde continuo retirando devagar o curativo enquanto o Kyle cantarola uma música qualquer.

— Está incomodando você? — pergunto baixinho para o Thomas. — A música?

— Não, até me acalma — diz sorrindo, e me sinto estranha por não estar mais chateada com ele. Então ele solta um suspiro de alívio quando vê o curativo nas minhas mãos.

— Kyle, você poderia me ajudar a deitá-lo, por favor? — pergunto.

Kyle vem na nossa direção, mas a porta se abre e o Philip pede licença para entrar.

O rosto do Thomas involuntariamente se vira para porta ao ouvir a voz, e o Philip parece paralisar quando o vê acordado.

— Eu estou todo molhado, melhor você pedir ajuda para o Philip — Kyle diz e vai até o soldado que lhe entrega as armas. Ele estar molhado não foi problema antes, mas claro que o Kyle não deixaria passar a oportunidade de ver os dois juntos.

— Thomas — ele o cumprimenta inseguro. — Sinto muito por tudo isso ter acontecido — diz, aproximando-se da maca lentamente. — Eu nunca quis colocar você em perigo.

— Eu sei, Lip. — A voz dele é sincera. — Já está feito, e está tudo bem.

Philip me cumprimenta, posicionando-se do outro lado da maca.

— Como você se sente? — Ele volta a atenção para o Thomas, enquanto Kyle observa os dois sem nem ao menos tentar disfarçar o interesse.

— Eu vou ficar bem — responde. — Pelo menos foi o que me disseram.

— Ótimo — Philip responde cortando o contato visual com o Thomas e me encarando com aqueles grandes olhos castanhos. — O que é preciso fazer?

— Precisamos deitá-lo — digo.

Kyle está sorrindo, satisfeito por ter colaborado com esse momento.

Philip caminha para o meu lado e diz que consegue fazer isso sozinho. Ele coloca a outra perna do Thomas na maca e o ajuda a sentar um pouco mais no centro. Depois pede para ele colocar os braços no ombro dele e o deita devagar.

Desvio o olhar tentando dar espaço para os dois, mas o Philip rapidamente se afasta assim que garante que ele está deitado de forma confortável.

Peço licença para levantar a camisa do Thomas até o curativo ficar exposto e começo a retirá-lo devagar.

— Você pode trazer o Loki depois? — Thomas pede.

— Claro — Philip sorri pela primeira vez. — Ele está bem, mas está o tempo todo esperando você aparecer.

— Achei que ao seu lado ele não sentiria a minha falta — diz, sorrindo, e então muda de assunto: — Você precisa falar com a Violet. — Ouvir o nome dela faz a imagem aparecer vívida na minha memória. Foi ela que nos levou até o Thomas naquele dia na Fronteira, não tem como esquecer dar cor roxa do cabelo contrastando com a pele branca e a expressão agressiva dela. — Eles já devem estar sentindo minha falta, eu avisei que estava indo para a Fronteira e disse que iria deixar o Loki com ela assim que chegasse — ele faz algumas pausas e vejo a dor estampada no rosto dele, mesmo que esteja sendo o mais delicada que consigo.

— Já estou acabando — digo para tranquilizá-lo.

— Obrigado, Emily. — Responde sério, nem parece o Thomas de alguns minutos atrás. — Passe a descrição da Anna, e diga para a Violet que quero que a encontrem e descubram quem fez isso comigo.

Termino de retirar o curativo, e Philip e Thomas chegam a conclusão de que é melhor fazer a chamada imediatamente. Por isso, decidimos que o Kyle ficaria com o Thomas e eu iria com o Philip até a Sala de Controle.

— Ei, Lip — Thomas o chama quando eu me afasto para jogar os curativos no lixo. — Senti tua falta. — Ele pega na mão do Philip que não diz nada de volta.

— Até depois, Thomas — diz depois de alguns segundos, tirando a mão dele e me seguindo em direção à porta.

Mandamos avisar o Nathan e o Lucas que precisávamos falar com eles, e pouco depois eles chegaram.

— O que vocês acham? — Philip pergunta aos dois depois de explicar o que o Thomas pediu e eles analisam a situação. — Avisar que o Thomas está conosco é obrigatório, mas procurar a Anna é uma decisão de vocês.

É mais um favor que ele vai nos fazer, mas, como da outra vez, parece que não temos escolha a não ser aceitar. E o Nathan e o Lucas não pensam muito e permitem que o Philip faça o que o Thomas sugeriu, indo embora logo a seguir. Apenas eu fico para fazermos a chamada, mesmo que já tenhamos certeza que podemos confiar no Philip.

Assim que o telefone toca, alguém rapidamente atende do outro lado, como se estivesse esperando a ligação.

Violet parece confusa no primeiro momento, mas depois se acalma e apenas ouve o Philip falar dos tiros, que o Thomas está fora de perigo, que o Loki está bem e que precisa de um favor.

Você sabe que ele é tudo que eu tenho, não sabe? — ela pergunta do outro lado da linha, com um tom de voz agora bem mais aliviado.

— Eu sei, Violet.

— E você? Você ainda o ama? — Philip fica em silêncio e anda um pouco para frente. Minha vontade é sair da sala e deixá-los conversar à vontade, odeio essa sensação de estar invadindo a privacidade dele mais uma vez. — Lip, me responde.

Vou até a janela e olho para as ruínas totalmente banhadas pelo sol, tentando fazer o Philip não notar minha presença.

— Eu nunca deixaria nada acontecer ao Thomas — faz uma pequena pausa —, mesmo se já não o amasse.

— Sim ou não, Lip?

— Droga, Violet. Sim, eu ainda amo o Thomas.

— Então eu acho muito bem tudo isso ter acontecido. Talvez seja o momento de vocês dois se entenderem estando presos um com um outro. É um sinal — Ela ri no final. Diz que você vai tentar...

— Eu não vou tentar, mas prometo a você mantê-lo em segurança.

— Meu deus, por que tudo tem que ser tão complicado entre vocês dois?

— Você sabe e tem tanta culpa quanto ele.

— E não me arrependo, Lip — ela rebate. — Ele é muito mais do que apenas um mercenário, um traficante ou sei lá a forma como vocês o chamam, e você sabe disso — Philip fica calado e Violet suspira alto do outro lado. — Olha, desisto. Um dia você vai olhar para trás e ver o tempo que perdeu. Nós vivemos só uma vez, e você e o Thomas não têm as profissões mais seguras do mundo. Pensa nisso.

— Eu agradeço a preocupação, mas nada vai mudar — Philip rebate.

Tudo bem, eu não vou mais insistir, pelo menos hoje — ela diz e o Philip ri, quebrando toda a tensão da conversa deles. O que ele quer que eu faça? Eu já coloquei todo mundo à procura dele e soube que houve algo com um grupo nos arredores da Fronteira.

— Era o Thomas.

— O que ele estava fazendo com essas pessoas?

— Eu não posso dizer. — Violet resmunga do outro lado da linha. — Eles sequestraram uma das mulheres e o Thomas quer saber onde ela está.

Philip passa a descrição da Anna, afirmando que volta a ligar em breve.

Eu vou encontrá-la — fala segura. — Mas quero falar com o Thomas da próxima vez que você ligar.

Feelings are hard
I feel 'em in my chest, the tiny war within
But when I pull you closer
Girl, I can't explain

Os sentimentos são difíceis
Eu os sinto no meu peito, a pequena guerra interior
Mas quando eu te puxo para mais perto
Garoto, eu não sei explicar
(Feelings | Lauv)

E o Lip confessando que ainda ama o Thomas?

Até o próximo!

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