Em um Naufrágio com o Marquês...

By AnnieLeheron

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CONCLUÍDO Pode o amor surgir do resultado de uma grande tragédia? Cinco dias após o naufrágio, Simon e Louise... More

Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capitulo V
Capitulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Epílogo
📚♥️Agradecimentos ♥️📚

Capítulo XIII

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By AnnieLeheron

Olá leitores, cheguei com mais um capítulo. Não viam a hora não é mesmo? Espero que gostem. Por favor já deixem o seu voto, isso me ajuda bastante.

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Boa Leitura ❤📚


Simon estava sentado no balcão de Mandeville com uma caneca de chá com algumas gotas conhaque conversando com Carlton, ou melhor, sendo interrogado. Era impressionante ver a afeição que as pessoas sentiam por Louise e desenvolviam esse senso protetor. Ela estava do outro lado do salão, sentada em uma mesa conversando com Cameron e sua mãe. Tinha decidido que não havia pessoa melhor que Cameron para fazer companhia a Naomi, e como em poucos dias estaria casada merecia ter um emprego melhor e mais respeitável que servir mesas, mesmo que fosse na pensão da própria família.

- Me diga mais uma vez que irá cuidar da mocinha. - Carlton pediu secando alguns copos.

- Você tem a minha palavra. Não há ninguém que a queira bem mais do que eu. - Disse todas as palavras com sinceridade.

Por sorte Louise retornou com as duas mulheres o salvando de mais promessas repetitivas. Todas sorriam então parecia estar tudo certo.

- Então?

- O Sr. Fleming terá uma nova funcionária.

Louise tocava as mãos de Cameron que sorria timidamente.

- Ótimo. Tenho certeza de que William resolverá tudo sem dor de cabeça.

- Não vou mesmo precisar de nenhum treinamento? Eu não sei falar japonês...

Cameron perguntou e sua mãe refletiu sua dúvida.

- Você verá que aquela é uma casa pouco tradicional. Naomi é um tanto aleatória, mas é uma ótima pessoa. Ela gosta de conversar bastante e quer melhorar em nosso idioma, então só basta você falar normalmente com ela, ela irá te pedir que explique o significado de algo que não entender. Acredito que terão a companhia de uma babá também.

- Oh, isso é ótimo. Obrigada Louise.

Louise sorriu para amiga e aquilo deixou Simon ainda mais feliz. Faria questão de que as duas jamais perdessem o contato. Se faria Louise feliz, ele poria tudo a seus pés.

Enquanto voltavam para a residência dos Fleming de carruagem, Simon não podia conter seu sorriso de empolgação, estava mesmo acontecendo e era Louise ao seu lado e então para sempre. Isso não mudaria, não era um de seus sonhos que estivera tendo por anos. Quando ele acordava, ela ainda estava por ali.

- Não levará muito tempo para arrumar minhas coisas, não há muito.

Ele pegou a mão dela e levou a boca deixando um beijo.

- Em breve você terá baús e mais baús para que sejam carregados com pertences seus.

- Oh, que bom que não sou tão materialista, baús e mais baús me parece ser algo muito fútil.

Ele não se aguentaria, nunca conhecera uma mulher tão simples e encantadora como Louise e para ele estava ótimo.

- Faremos do seu jeito, é claro.

A carruagem parou e Simon desceu primeiro e estendeu a mão livre para ajudá-la a descer. Entraram pela porta da frente sendo aberta por Yasu que sorriu abertamente e acolhedora para os dois. Ela encaminhou os dois para a sala de estar onde a mãe de Naomi estava em pé com o bebê no colo de frente para a janela.

- Sra. Shimazo, bom dia.

- Ora, vocês... Bom dia. - Seu sorriso foi breve e ela falou na língua natural em seguida. - Naomi precisa de descanso, o marido está no escritório.

O casal assentiu e Louise o deixou na sala de estar enquanto ia com Yasu para seu quarto arrumar seus pertences. Simon ficou encarando o bebê no colo da senhora, acordado, ele não queria ir embora sem ter o pequeno em seu colo e assim pediu para a mulher ajudá-lo.

- Certeza que seu braço é firme?

- Plenamente.

Ela semicerrou os olhos encarando o braço engessado dele e caminhou lentamente até Simon lhe entregando o bebê. Ele se acomodou melhor no sofá e olhou para o afilhado impressionado.

- Ele é lindo. - Sussurrou.

- Realmente.

Simon continuou babando pelo bebê até Louise voltar. Ele pediu para Emmett subir as malas na carruagem em seguida para pegarem sua própria bagagem e seguir para o navio deixando na cabine ao qual escolhera. Passaram o restante do dia na residência dos Fleming para se despedirem dos amigos e resolver qualquer pendência.

Somente na manhã seguinte ele viu Louise nervosa, o navio iria zarpar em poucos minutos e eles haviam acabado de se despedir dos amigos no porto. Tocando em sua lombar ele caminhou com ela para a cabine. Louise estava um pouco trêmula e ele queria fazer aquilo desaparecer, não só ele suspirou aliviado quando enfim chegaram a porta no fundo do corredor. Ele abriu a abriu e deixou que ela entrasse primeiro, acendeu um lampião para iluminar o ambiente enquanto Louise olhava ao redor com a mão descansando no peito. Seu olhar parou nas duas camas e ela sorriu corando, mas logo tratou de começar um assunto.

- Como você conseguiu?

- O quê? As camas? Eu simplesm...

- Não passar mal quando entra em um navio, ou sequer um barco. Aquilo não perturbou você? Eu ainda não compreendo.

- Lou... - Ele pegou na mão dela e juntos se sentaram na cama maior. - Fiquei péssimo por anos mas com o tempo aprendi a fingir bem, então segui meu próprio conselho. Enfrentei tudo isso aqui.

- Eu lembro de você ter comentado.

Ele deu uma risadinha e ele a acompanhou.

- Como fomos tolos em não ligar os pontos. Pensando bem, eram bem óbvios.

- Achei que tudo fez parte de um plano maior do destino. O que realmente importa é que estamos juntos agora.

- Sim - Ela sorriu para ele arrumando o óculos. - Somente o que importa.

Simon ergueu a mão devagar para acariciar o rosto dela, então foi se inclinando devagar até seus lábios estarem nos dela, com relutância se afastou e foi acender um outro lampião no fundo da cabine para iluminar melhor o ambiente e assim começar um assunto que estava pendente.

- Em algumas semanas chegaremos em Southampton e então partiremos para Winchester, não é uma viagem longa. Enviei um aviso para nossa chegada, assim tudo estará preparado para nós.

- Está muito preocupado com seu pai, não está?

Ele suspirou concordando.

- Odeio me sentir incapaz, e como não sabem a origem de sua doença, é ainda mais preocupante.

- Você se sentirá melhor estando por perto. - Ela disse. - E eu ajudarei no que puder.

Simon sorriu e sentou ao seu lado novamente pegando em sua mão.

- Não deixarei você de lado, eu prometo. Mas também não ficará sozinha, irei garantir isso.

- Eu fico feliz apenas com a companhia de um bom livro. - Aquilo fez Simon rir.

- Temos uma biblioteca excepcional, terá que se preocupar com visitas apenas quando estivermos em Londres.

Louise desviou o olhar se encolhendo, Simon rapidamente tocou seu queixo com a ponta dos dedos, querendo afastar suas preocupações.

- Não há o que temer. Você será respeitada como merece. Muitas pessoas estarão aos seus pés se você quiser.

- Saberão quem foi meu pai, e então quem é meu irmão.

- Até lá eu terei resolvido tudo, e o passado não fará nem sombra ao seu brilho quando nosso casamento for anunciado.

Pareceu ser a coisa certa a dizer, pois Louise sorriu e corou. Ele não via a hora de chegar em casa, ter o anel da mãe em mãos, pedir um novo modelo com a pedra da família e ter a peça no dedo de Louise, para que todos soubessem que ele havia encontrado e que vivia um amor. Não ligava para o quanto aquilo soasse pomposo, mas era um homem apaixonado e jamais negaria o fato.

O jantar daquela noite no navio foi como na viagem anterior, em meio aos passageiros e tripulantes. Simon estava numa mesa com Louise e não pode deixar de lembrar de quando estava naquela mesma posição e fez aquela proposta indecente. Para disfarçar ele tomou um gole do vinho e voltou a comer. Antes de dormir, deixou Louise a sós na cabine para que pudesse se aprontar para dormir. Com a mão na grade do navio ele observava a água sendo iluminada pela luz da lua, a brisa bagunçando seu cabelo agora já solto do rabo de cavalo. Ele tocou sua cicatriz sorridente e voltou para a cabine batendo na porta para se certificar de que ela já estaria pronta. Após a sinalização de Louise ele entrou na cabine, não pôde evitar o olhar em sua direção, mas ela estava com as cobertas até o queixo e só o que podia ver era seus longos cabelos castanhos espalhados na cama.

- Está tudo bem?

- O silêncio me fez perceber o movimento do mar e me deixou um pouco enjoada.

- Posso pedir que façam algo para melhorar. - Ele continuou em pé preocupado.

- Não será preciso. - Ele não se moveu. - Estou bem, sério.

Ela olhou por cima do ombro e sorriu para que ele ficasse calmo. Simon foi até sua cama e sentou para tirar as botas, tiraria as roupas pesadas e então se enfiaria debaixo das cobertas, já estava acostumado e não queria envergonhar Louise.

A primeira semana de viagem seguiu normalmente com a mesma rotina da primeira noite. Na segunda semana Simon ajudou o capitão e seus homens com a nova rota que seguiam e na parada que fizeram, precisava pensar em negócios e não no corpo de Louise muito bem delineado pelas cobertas na cama. No início da terceira semana ele havia parado de contar quantas vezes havia ficado conversando com ela até tarde e então observado ela dormir na cama ao lado, sua respiração suave, ou como numa outra noite, parte de sua perna que ficou para fora da coberta quando ela se mexeu. A pele clara era tão delicada. Ele estava ficando louco, tendo fantasias com uma perna descoberta. Era por isso que levantava cedo demais, para que Louise não presenciasse o que estaria evidente no meio de suas pernas.

Era o meio da semana, após o jantar, estavam conversando sobre o livro que ela leu durante a viagem, Simon já havia lido aquele e estava amando ouvir Louise encantada pela história.

- Preciso escrever para Cameron, esse livro pode ajudar muito Naomi.

- Tem papel na escrivaninha e o tinteiro está na gaveta.

Louise foi animada até a escrivaninha e sentou pegando o material para o que precisava, Simon observou por um tempo e então se levantou e ficou atrás dela lendo suas palavras e acariciando o espaço entre ombro e pescoço de Louise. Não aguentava mais o braço engessado, assim que chegasse em casa iria tirar aquilo, já deveria estar completamente recuperado quando estivesse em casa.

- Diga que esperaremos pela visita deles quando tudo estiver acertado.

- Oh, claro. - Ela sorriu e acrescentou mais um P.S na carta. - Amanhã farão um parada, certo? Pode postar a carta?

- É claro.

Ele sorriu com o entusiasmo dela ao selar a carta e guardar tudo. Continuou no mesmo lugar quando se levantou, então passou o braço livre por sua cintura a puxando para mais perto, seus rostos bem próximos também, ele sorriu olhando em seus olhos.

- Preciso beija-la. - Sussurrou e Louise e suspirou.

- Me beije, Simon.

Ela não precisaria falar duas vezes. Simon encontrou seus lábios com carinho, mas não sabia se seria capaz de manter assim por muito mais tempo. As mãos de Louise lhe tocavam nos braços, ombro e pescoço e o cheiro doce dela o inebriava como sempre fazia, antes que perdesse o equilíbrio ele sentou-se na cadeira e puxou Louise para seu colo. Ficaram se encarando por um instante, a respiração ofegante.

- Você é tão linda, e estou em apuros aqui.

- Simon...

Ela sorriu timidamente o que fez com que Simon a beijasse novamente. Então seus beijos foram deslizando para seu pescoço e ele sabia que estava fazendo um ótimo trabalho pela forma como ela se inclinava e dava espaço para ele. Com a mão livre ele acariciou sua coxa por sobre o vestido, e só queria saber de se livrar de toda aquela camada de tecido e ter o corpo de Louise contra o seu, nu. Com o mesmo pensamento ele desceu os beijos cada vez mais para baixo, onde os seios pequenos e inchados de Louise iniciavam, apertados pelo corpete, eram maravilhosos, assim como seus gemidos a cada beijo de Simon e cada vez mais que sua mão se livrava dos tecidos e enfim encontrara aquela perna que ele tanto cobiçava tantas noites passadas.

O braço estava incomodando, era algo inconveniente para aquele momento, sendo não só as roupas separando seu corpo do de Louise, e céus, estava tão calor. Louise se mover em seu colo não ajudava muito, ainda mais se esfregando em sua ereção mais que evidente. Ele já não conseguia mais se controlar e não estavam fazendo nada demais... Ainda.

— Lou.... Lou precisamos... Parar.

— Precisamos?

Ela perguntou em uma lufada de ar no mesmo instante que deu um beijo molhado em Simon. Ele estava perdido e agora estava mais que disposto a fazê-la se perder também, inclinando o quadril contra ela, Simon deixou claro como se encontrava e Louise nada fez além de rir com provocação apertando seu corpo no de Simon. Ah, ela sabia o que estavam fazendo, onde poderiam chegar. Simon deixaria para ser racional e pensar nas consequências depois, agora só o que queria era sentir o gosto de Louise.

Não foi preciso muito esforço para erguer seu corpo sobre a escrivaninha e puxar a cadeira para ficar entre suas pernas. Louise riu baixinho mordendo o lábio e Simon somente passou o polegar para libertar e torná-lo prisioneiro de sua própria boca. O beijo foi breve, ele tinha outras intenções e por isso seus beijos desceram cada vez mais, sua mão puxando o corpete para baixo deixando um seio exposto.

— Oh, céus. — Louise disse surpresa mas risonha

— Shh...

Simon sorriu e então beijou o pequeno mamilo, fechou os olhos para apreciar o pequeno monte em sua língua, mas mal se conteve ao libertar o outro seio e tomá-lo na boca como havia feito com o outro. Louise, apertava sem ombro e se inclinava cada vez mais contra ele, no mesmo momento que a saia de seu vestido estado sobre seu colo deixando suas belas pernas. Simon sentou-se na cadeira e a observou ofegante, sua mão acariciava a perna dela deliciosamente.

Foi olhando em seus olhos que ele subiu ainda mais a mão livre e encontrou a abertura de sua peça íntima e seus dedos pararam quando sentiram os pelos macios. Ambos respiraram profundamente. Ela estava quente e molhada e Simon aproveitou para acaricia-la. Ainda olhando em seus olhos, como se pedisse permissão para prosseguir cada vez que fazia um movimento diferente, e a cada suspiro, a cada gemido ele estava lá para conseguir mais um e outro.

Quando ela estava molhada o bastante, ele encontrou seu ponto mais sensível e acariciou ainda mais ali, logo tinha um de seus dedos acariciando sua abertura. Seus rostos estavam bem próximos e trocaram um beijo ardente antes dele se abaixar e ela erguer suas pernas na altura dos ombros de Simon. Foi com grande ansiedade que sua boca encontrou sua intimidade e sua língua se encarregou de dar prazer a Louise que agora gemia um pouco mais alto e chamava por Simon.

Era mesmo assim que ele queria que ela se perdesse. Sentia como se fosse explodir dentro das calças, mas nada valera tanto a pena quanto estar ali, sentindo o gosto de Louise, sentindo sua pele quente e macia como veludo. Tocar com a língua o pequeno botão tentando que a faria se desmanchar em sua boca, mas ainda não. Ainda não. 

- Simon, por favor...

Ele sabia que ela não fazia ideia de pelo que estava pedindo, mas lhe daria, lhe daria tudo. Simon continuou a lamber e chupar a intimidade de Louise, sentindo ela aos poucos sugar seu dedo cada vez mais enquanto seus músculos iam se contraindo, ela estava bem perto e como ele não queria quer fosse uma tortura tão grande para quanto para ele, não esperou mais. Pressionou os lábios no pequeno monte de Louise enquanto a chupava e sentia o gosto de Louise agora mais forte, ouvia os soluços e podia sentir o corpo dela trêmulo, mas só tirou sua boca dali quando seu corpo se acalmou. Devagar ele sentou na cadeira e passou a língua nos lábios observando Louise acalmar a respiração com as mãos no peito.

Ela corou olhando para ele e desviou o olhar, mas ele queria que ela continuasse o olhando e com isso levantou-se e tocou o rosto dela. Não falou nada antes de beija-la com todo o amor que sentia, mau se incomodou com a ereção tomando espaço entre eles, mas ela percebeu e o tocou timidamente ali, lhe causando tremores. 

- Você ainda não...

- Shh, estou bem, Lou.

Ela  afastou o rosto olhando-o, um meio sorriso se formando.

- Você tem certeza?

- Bem, eu certamente tenho que ficar. Aqui não é lugar para isso, não vou apressá-la em nada.

- Acha que está me apressando? Eu acho que posso gostar da pressa.

Ele inclinou a cabeça levemente para trás e gargalhou. Ainda ria baixinho quando a ajudou a descer e se recompor com suas saias, mas o sorriso era doce quando mais uma vez tocou o rosto dela a olhando um pouco mais sério. 

- Você me terá por inteiro, mas em nossa cama, e eu terei você também. O que fizemos hoje não chegará nem perto do prazer que sentirá quando eu a fizer minha, Louise.

Ela o observou por um tempo antes de sorrir e arrumar seu cabelo que havia bagunçado.

- Então mau posso esperar. - Um sorriso ainda maior surgiu. - Mas será que você aguentará tanto assim?

- Temos uma semana para estar em casa. - Ele iniciava um sorriso de vencedor.

-Sim, mas até o casamento chegar. Oh e são tantos preparativos. 

Simon se afastou semicerrando os olhos, sabendo da provocação dela. Sentou em sua cama ainda a olhando e então riu.

- Parece que será divertido para você. Me fazer esperar.

- Me parece que será imensamente divertido. - Ela disse arrumando o corpete.

Naquela noite Simon foi acordado por um corpo pequeno se aninhando ao seu, cabelos castanhos se estendiam por seu braço estendido e pequenas pernas pequenas se entrelaçavam com a sua. 

- Você está bem? - Perguntou num sussurro.

- Senti saudade de quando você me abraçava para dormimos.

Ela não precisou dizer mais nada, também sentiu saudade das noites em que tinha Louise em seus braços a protegendo do frio e sendo sua companhia naquela ilha deserta. Agora seria tudo diferente e ele a teria para sempre em seus braços.

***

Após se certificar de que tudo estava sendo com a chegada do navio e suas mercadorias no porto, Simon se juntou a Louise, a carruagem da família estava um tanto atrasado, o que deixou Simon com um pouco de mal humor, mas só bastou um sorriso de Louise para que tudo estivesse normal. Eles não tiveram um momento íntimo como aquele novamente, ele não queria assustá-la e temia não se controlar tanto, então manteve uma certa distância para conter certo desejo, mas estava  lá a cada sorriso e a cada nova conversa, jantar, ou jogos.

- Achei que Emmett e a Sra. Dahoe só trabalhavam com você durante as viagens.

Simon balançou a cabeça concordando enquanto ajeitava o lenço no pescoço. Haviam se vestido mais formalmente agora que estavam indo para a propriedade da família. 

- Decidi contratá-los integralmente, Emmett está tão acostumado a ser meu valete, quanto eu com ele e seu trabalho é muito bom. Quanto a Sra. Dahoe, ela tem experiência com damas e como vocês já se conhecem, acredito que será bom para você ter algum conhecido para ajudá-la no que precisar. 

- Oh Simon, isso foi incrível. Obrigada. 

Ele retribuiu com um sorriso e pegando a mão dela par um beijo. Não demorou muito mais para que a carruagem chegasse. Simon a ajudou a subir enquanto os criados guardavam toda a bagagem. Ele sentou-se de frente para ela, quando a carruagem tomou partida, Louise olhava para a janela, observando todo o caminho ele a observou o tempo pensando em como estavam próximo de descobrir toda a verdade. Simon ficava imaginando qual seria a reação do pai quando ele enfim contasse quem era Louise e como a reencontrou, e então qual seria sua história para seu afastamento. 

Sua atenção foi chamada pelo movimento de Louise que se aproximou ainda mais da janela. Havia um campo ali, metros e metros, e então logo estaria vista. Todo o jardim da propriedade em Winchester. 

- Simon, nós chegamos?

Ele olhou pela janela e respirou fundo, já estavam tomando o caminhos das sebes e davam a volta para para na entrada da propriedade.

- Nós chegamos.

Tudo estava em silêncio quando Simon desceu da carruagem e estendeu a mão para ajudar Louise. A porta então fora aberta por Alfie o mordomo muito bem vestido ao qual Simon conhecera desde criança e este se aproximava do casal ao fim dos degraus.

- Bem- vindo novamente, Vossa Graça.

- Obrigado, Alfie. Deixe-me apresenta-lo à Srta. Louise Winter. - Simon disse inclinando a cabeça na direção de Louise ainda segurando em sua mão.

- Muito prazer em conhecê-la, Srta. Winter, estaremos a seu dispor. 

- Obrigada, Alfie. - Ela sorria timidamente.

- Então meu pai já informou a todos as boas novas?

Alfie ergueu as sobrancelhas para Simon e assentiu contido, ele indicou os degraus para a entrada da casa e assim o casal seguiu. 

- Ele temia que não chegassem a tempo, então nos informou. Minhas felicitações Vossa Graça e Srta. Winter. 

Simon agradeceu em um murmúrio e apertou involuntariamente a mão de Louise que agora estava na dobra de seu braço. Não conseguia mais esconder de forma alguma a preocupação com o pai. 

- Como ele está, Alfie?

- Há duas semanas o Dr. Downs nos informou que ele teve uma pequena melhora e espera manter isso até que esteja completamente saudável.

Simon parou imediatamente e virou-se para o mordomo franzindo o cenho.

- Ainda não descobriram o que está causando isso? Que doença é essa?

- Sinto muito. 

O mordomo balançou a cabeça em negação. Simon sabia que o homem também estava triste, era amigo de seu pai e todos os criavam dali adoravam a família, mesmo que Simon não pudesse dizer tanto sobre as criadas.

- Os criados estão aguardando no corredor para uma apresentação rápida. A Sra. Dahoe pode acompanhar a Srta. Winter até seus aposentos.

Simon piscou e olhou para Louise que balançou a cabeça assentindo para prosseguirem.

- Certo. Obrigado, Alfie.

Quando enfim entraram dentro da mansão havia um corredor de criados ao qual Simon conhecia muito bem. Ele dispensaria as apresentações naquele momento, mas não queria se desfazer do trabalho de Alfie e fazer com que os criados tivessem parado suas tarefas atoa. Alfie foi dizendo o nome e a função de cada um para Louise que acenava com a cabeça e sorria timidamente, apertando o braço de Simon. Ele não pôde deixar de reparar nos olhares das mulheres que havia levado para cama. Este era o momento ao qual se arrependeu amargamente de ter se envolvido com aquelas mulheres. Só esperava que aquilo não causasse nenhum problema, porém Louise já havia reparado nos olhares rancorosos e até maldosos sendo escondidos por um falso sorriso. Com certeza Simon teria muito o que conversar com suas ex amantes. A apresentação enfim terminou e Simon suspirou aliviado, Alfie dispensou a todos restando apenas Emmett e a Sra. Dahoe, que sorria gentilmente para Louise.

- Deixarei com a Sra. Dahoe para que possa se organizar e então nos encontraremos, tudo bem?

- Está bem.  - Ela sorria - Vá ver como seu pai está, Simon. Eu ficarei bem. 

Simon a olhou nos olhos por alguns segundos e então levou sua mão aos lábios para beijar e se despedir. Observou enquanto ela seguia escada acima com Dahoe. Respirando fundo ele seguiu para a ala leste da mansão, dispensou Emmett e bateu na porta da suíte do marquês, entrou após o valete do pai abrir a porta.

- Como ele está? - Mau deu tempo do homem responder, Simon já estava na porta do quarto abrindo antes mesmo que tivesse uma resposta.

- Hoje ele está melhor, meu lorde.

Se aquilo que via era um estado melhor do pai, ele não queria imaginar o pior. O marquês estava sentado de frente para a janela que possuía uma bela vista, havia cobertas sobre suas pernas e ele ainda vestia uma camisa comum. Virou o rosto lentamente na direção de Simon e sorriu. Seus olhos estavam com olheiras escuras, assim como seus lábios secos e finos, a parte interna da boca estava mais escura que o comum o que assustava e muito Simon. Aquilo era o fiapo da imagem de seu pai, que sempre fora imponente, forte e altivo.

- Você finalmente chegou. - O marquês sorria esticando a mão para o filho. 

Simon rapidamente pegou a mão do pai e beijou ajoelhando-se a sua frente, o olhava com preocupação. 

- Estou aqui, pai. Me diga como posso ajudá-lo?

- Sua presença me ajuda o bastante, quero que me conte as novidades. Você falou sobre casamento?

Simon se pôs de pé ao perceber que o pai não estava tão doente quanto aparentava, mesmo que seu estado ainda fosse preocupante. Sentando na cadeira ao lado ele cruzou as pernas e olhou para a bandeja de chá posta na frente do pai com alguns biscoitos. 

- Se estiver bem o suficiente, gostaria que se conhecessem hoje. Ela está em seus aposentos agora. 

- Será um prazer meu filho.  Me conte como a conheceu, não consigo imaginar este encontro. Não se trata de uma pescadora, certo? - O marquês deu uma risadinha tocando o estômago.

- Não, não se trata de um pescadora, mesmo que isso não seja um problema. Ela faz parte da nobreza, então você pode ficar tranquilo.

- E como a conheceu? Está me matando de curiosidade, Simon. 

Ele observou melhor o pai, tentando imaginar sua reação quando Simon revelasse quem era sua pretendente. Pensou mais uma vez em qual seria a resposta do pai para ter feito o que fez, qual fora seu motivo de se por entre ele e Louise.

- Não há muito segredo, mas posso dizer que foi algo do destino. - Simon levantou-se e andou pelo quarto com a mão atrás do corpo. - Você se lembra do naufrágio de anos atrás, certamente.

- Claro que sim, Simon. Como poderia esquecer?

- Então certamente lembra-se da garota que ficou presa comigo naquela ilha?

- Simon já tivemos essa conversa.  Sinto muito pelo que lhe aconteceu, foi terrível para todos. Você precisa superar aquela garota. Digo isso para o seu próprio bem, meu filho.

- Então deixe-me contar uma história da minha última viagem, prometo que tudo se esclarecerá. 

Simon sentou-se novamente na frente do pai que agora estava curioso e lhe contou toda a história de como encontrou Louise, ainda como Sarah e como se sentira em relação a mulher, como se senti mudado. Ele queria contar tudo ao pai, mas não deu muitos detalhes, queria chegar logo a parte principal.

- Então numa tarde Naomi pediu que ela nos contasse sua própria história, foi quando nos contou sobre o naufrágio que sofreu há dez anos e como ficara presa numa ilha com um garoto chamado Simon.

O marquês olhou diretamente nos olhos do filho ao ouvi-lo, estava atento e engoliu em seco quando Simon o encarou duramente. 

- Eu fiquei muito assustado com o que ela contou, perdi completamente a noção quando descobri quem ela realmente era, saí correndo para a rua e então me acidentei. - Ele ergueu o braço quebrado para mostrar. - Quando acordei ela ainda estava lá, não havia sido um sonho e então conversamos. Quem poderia imaginar, não é mesmo pai?

Agora ele olhava com seriedade para o pai, se inclinando levemente para frente. O marquês também não deixava de encará-lo, engolindo em seco.

- Fiquei pensando em seu pedido de desculpa da última vez que parti, pai. Eu tenho uma pergunta para o senhor. Por quê? Por quê me afastou de Louise, me entregando aquele bilhete? Como ela recebeu um bilhete meu dizendo aquelas coisas que jamais foram escritas por mim?

- Simon...

- Por favor, por favor seja sincero, pai. Eu só quero entender. 

O marquês respirou fundo e ajeitou-se em sua cadeira olhando rapidamente para o valete e de volta para o filho.

- Nunca quis o seu mal, Simon. Fiz tudo para o seu bem, vocês eram tão jovens, tinham passado por algo traumatizante e ficaram tão próximos...

-  Foi preciso para sobrevivermos, mas isso ainda não é uma justificativa, pai. De quem foi a ideia dos bilhetes, sua ou de Olivier?

- Você o conhece? - O pai parecia realmente assustado. 

- Ainda não, mas isso também mudará em breve. Me diga toda a verdade, pai, por favor.

Simon observou o pai respirar fundo e então tirar as cobertas de cima das pernas, levantou devagar e se dirigiu a cama, deitou com a ajuda do valete, mas Simon conseguiu ver as unhas dos pés do pai escuras, um azul escuro. Aquilo era um sintoma e Simon se negava a aceitar o que vinha em sua mente. Veneno. Primeiro escutaria o que o pai tinha dizer. 

- Tive uma amante quando você tinha três anos, não me orgulho disso. Foi um caso muito breve. Eu sabia que ela era casada. Quase fomos descobertos muitas vezes e por conta disso resolvi acabar com o caso. Alguns meses depois recebi uma carta, ela estava grávida. 

- Pai... - Simon engoliu em seco. 

- Me chantageou por diversas vezes, mas eu me negava a aceitar. Sempre tomei cuidado com ela. No fim da gravidez ela finalmente revelou que a criança não era minha, que já estava grávida quando demos início o caso. Ela nunca recebeu uma resposta minha, morreu no parto e só tive notícias anos depois, quando as chantagens voltaram. O marido sempre soube de nosso caso e então contou ao filho. Olivier.

Simon recostou na cadeira, sabendo toda aquela história ele conseguia pensar em alguns motivos para que o irmão de Louise fosse como era com ela. 

- O que o senhor fez?

- Fui atrás do Barão. Conversamos seriamente e encerramos qualquer assunto pendente, ele disse não culpar a esposa por ter um amante, ele mesmo tinha. Prometeu que o filho pararia com as chantagens. Então tivemos essa viagem ao qual reencontrei o dois. Um dia antes do naufrágio, Olivier me mostrou sua irmã de longe. Disse que ela não se parecia nem com a mãe nem com o pai, não havia sequer um traço parecido, e que era muito bom em criar boatos, um navio rico em nobreza adoraria uma fofoca, em poucas horas acreditariam que aquela garota era minha filha bastarda, se livrar dos boatos seria impossível.

Simon queria vomitar, ele não aguentava ouvir mais aquela história, toda aquela confusão, saber que Louise sempre fora um peão na mão da família, nunca fora respeitada e o pai estava incluso nisso. 

- O que aconteceu enquanto estávamos desaparecidos?

- Havia vários grupos de buscas e acabou que Olivier e eu ficamos no mesmo, não fazíamos ideia de que estariam juntos. Quando estávamos a salvo em nossa cabine depois que encontramos você, os bilhetes começaram. Ele ameaçou contar tudo e ainda inventar histórias sobre você, coisas como incesto, eu só pensei em proteger sua imagem. O tempo todo você falava sobre ela, a chamava pelo apelido, quando pude conversei com ele e fiz com que aceitasse um acordo, receberia uma boa quantia todo mês para que nos deixasse em paz. Então me pediu que escrevesse um bilhete como se fosse você, fizemos juntos. Lhe entreguei o que seria de Louise e então...

- E então todos esses anos... Como fez para ele parar de te chantagear?

O marquês desviou o olhar sem responder, aquilo era o bastante para Simon entender, ele não podia acreditar no homem que estava a sua frente, sua história não o convenceu, tudo era sério demais para o pai ter agido daquela forma resolvendo tudo com uma quantia de dinheiro para um homem praticamente desconhecido. 

- Você mantém contato com Olivier, ainda está dando dinheiro para ele?

- Eu faria o que fosse preciso para proteger sua imagem, faço até hoje. 

- Por que minha imagem importa tanto assim?

- Pessoas em nossa posição social, Simon, não podem correr o risco.

- Você nos colocou em risco desde o início, então foram ações suas que me afastaram dela. Não posso mais ouvi-lo agora. Mal consigo olhá-lo, não posso acreditar que fez tudo isso, pai.

Sua voz estava embargada, ele não olhava para o pai agora de pé. O marquês estava na cama encarando o filho com preocupação. 

- Posso dizer que me arrependo, Simon. Se houvesse uma outra maneira de resolver tudo isso, eu faria. 

Simon olhou para o pai sem dizer nada, estava pensando em como agiria dali para frente. 

- Louise precisa saber de toda a verdade, vou ser bom em te poupar de contar toda a história para ela. Após ela saber o que realmente ficou entre nós, se conhecerão formalmente.

- Você está feliz, Simon? - O marquês perguntou depois de encarar o filho e aceitar o que ele disse.

- Louise e eu estamos muito felizes, não vou deixar nada estragar isso.

O marquês somente balançou a cabeça concordando e desviando o olhar. Sem ter mais o que dizer no momento, Simon saiu dos aposentos do pai, indo para o seu.  O peito doía apertado, os pensamentos giravam em sua cabeça, encontrando a melhor forma de contar a Louise tudo o que acabara de descobrir. 

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