E aqui estou eu novamente.
Primeiramente, vou pedir desculpas pra quem foi iludido pelo título do último capitulo KKKKKK foi mal, prometo que algumas cenas desse cap vão compensar.
Seguidamente, esse aqui ficou grande pra caraca, e eu espero muito, de coração, que vocês gostem.
É isso, e boa leitura. Beijos ♡
××××××××××××××××××××××××××××××××××××××××××××
Os dias passaram e a sexta-feira chegou. Não haveria aula naquele dia, os alunos que quisessem podiam ir a escola para ajudar na decoração, e foi isso que Alina fez.
Não que ela precisasse fazer isso, mas ficar em casa sozinha pela manhã não era sua melhor opção.
Mas antes de conseguir entrar na escola, ela escutou alguém buzinar e quando olhou pra trás, surpreendentemente, viu Copper descer da moto e ir até ela no jardim.
- Oi. Estilo novo? - ele brincou.
Alina usava uma jardineira marrom, de calças compridas, e uma blusa cor de creme cheia de desenhos de folhas secas.
- É. Na verdade é o estilo de quem acordou atrasada.
‐ Ficou legal. - ele a observou, quase discretamente - Então, eu descobri através de um amigo que você não é obrigada a ficar na escola hoje.
- E esse amigo era o Peter? - perguntou obviamente.
- Sim. - riu - Eu pensei em passar aqui e te sequestrar.
- E sequestro é permitido na sociedade dos mocinhos? - ela perguntou apertando os olhos levemente, como se Copper cometesse um crime.
- Não preciso ser sempre o mocinho. - piscou.
- Bad boy. - ela o seguiu alguns passos até a moto e cruzou os braços - Supondo que eu aceite ir com você, aonde iríamos?
- Mas ai é que está, você já aceitou.
- Eu aceitei um café, não ser sequestrada.
- A gente pula essa parte então.
- E onde vamos?
- Conhecer um lugar que eu encontrei.
- Eu tenho que estar na sede da TecArt as 15:00. - avisou.
- Estará lá. - garantiu. - E eu estarei também.
- Vai ver o concurso?
- Achou que eu ia perder a oportunidade de ver você ganhando o prêmio. - a garota revirou os olhos rindo.
- Ok bad boy, vamos lá. - ela colocou o capacete e subiu na moto.
Quando Copper deu a partida, ela se segurou nele e riu com o vento forte que bateu em seu rosto.
- Por favor, não nos mate.
- Relaxa, eu aprendi a pilotar com a tia Natasha. - ele disse alto pra que ela pudesse escutar - Seria preciso mais do que alienígenas irritados pra nos derrubar.
Copper fechou o visor de seu capacete e acelerou o veículo fazendo Alina se segurar mais firme e prestar atenção nos prédios, árvores e carros que passavam voando por eles.
Algum tempo depois eles passaram por uma estrada longa e livre de casas, apenas floresta cobriam os lados. O cheiro da natureza era bom e fazia Alina sentir uma sensação de paz.
Ela não andava muito de moto, mas decidiu que aquele era seu novo passeio preferido.
Chegaram em um novo ponto da cidade, que Alina não se lembrava de ter visitado, e então o garoto parou a moto e pediu para ela descer.
- Onde estamos? - ela perguntou curiosa.
- Esse aqui, é provavelmente o seu novo lugar preferido na cidade. - ele disse abrindo a porta para ela entrar.
Era uma cafeteria, toda trabalhada em madeira, o que deixava o lugar extremamente lindo e confortável. Era muito silencioso também. Haviam poucas pessoas ali no momento.
- Vem comigo. - ele segurou sua mão e a puxou para a direção de uma porta de madeira, um pouco antiga, que estava em uma das paredes.
Quando Copper abriu a porta, o que havia do outro lado fez Alina ficar impressionada.
- É uma biblioteca? - ela perguntou, embora visse obviamente que era.
- A mais bonita daqui. E o melhor de tudo, acompanhada de cafés.
- Uau! - ela deu alguns passos pra dentro.
- Fique a vontade. Pode olhar tudo e escolher onde sentar. Eu vou buscar alguma coisa pra gente beber okay.
- Okay. - ela balançou a cabeça.
Alina passeou pelos corredores entre as prateleiras observando tudo. Era um lugar grande e silencioso, e o cheiro de café fresco tornava tudo muito aconchegante. Era possível ver pessoas confortáveis em mesas ou sofás, com seus copos de café e seus livros, tranquilas, como se nenhum problema as atingisse.
- Aqui está. - Copper voltou e entendeu um copo a ela.
- Obrigado. - pegou o copo.
Os dois se sentaram em umas poltronas que havia ali perto e Alina colocou os pés sobre o móvel.
- E então, vai me contar como o misterioso agente da Shield descobriu esse lugar fofo? - ela perguntou antes de tomar um pouco de sua bebida.
Alina tinha um jeito delicado de ser fofa. Tudo que ela fazia tinha um toque feminino e bonito. Copper havia notado isso a muito tempo, precisamente, desde que a conheceu.
- Se está esperando uma resposta bonita sobre como eu tenho um lugar silencioso pra relaxar... isso não vai acontecer. - ele riu fraco e colocou seu copo sobre a mesa a sua frente - Na verdade, eu também não conhecia esse lugar. Eu estava procurando algo pra você, um lugar que você fosse gostar, e eu encontrei esse aqui.
- Essa é uma resposta bonita. - Alina disse sorrindo.
- Gostou?
- Eu amei. - sorriu. - Obrigada por ter descoberto esse lugar. Mesmo que eu não saiba porque tanto esforço por mim. - ela riu na última frase, com curiosidade.
- Digamos que foi meu jeito de agradecer. - ele disse. Copper abriu a mochila que havia levado e tirou uma prova de lá de dentro para entregar a Alina.
- Uau! Você arrasou. - ela observou - Eu sabia que ia conseguir.
- Não sem a ajuda da brilhante Stark.
- Para. - ela balançou a cabeça em negação - Eu disse que você era inteligente.
- De qualquer forma, eu tenho que agradecer. E, eu também tenho uma novidade.
- O que é? - ela se ajeitou na poltrona.
- A diretora Hill decidiu que eu já conclui o que precisava. E agora eu posso passar a ser oficialmente um agente, o que significa, me dedicar ao treinamento de verdade e fazer missões, como o resto dos agentes.
- Isso é ótimo. - Alina disse contente - Eu estou feliz por você, sério. Então agora você é um dos espiões. - ela riu divertida.
- Não ainda, mas esse é o caminho. - ele disse - E é por isso que eu vou ter que ir embora daqui a uma semana. - contou.
- Você... vai embora? - dessa vez a garota parecia um pouco em choque, por que realmente estava. - Embora pra onde?
- A Hill vai me mandar em uma missão com alguns outros agentes. Eu não posso dizer mais que isso, por questões confidenciais. Mas enfim, ela disse que é normal mandarem agentes iniciantes pra missões longe.
- Mas então, você tem que ir embora. - ela repetiu - Bom, se é isso que você tem que fazer, eu espero que você seja ótimo nessa missão. - ela sorriu e engoliu o nó na garganta.
- Sabe, ir embora agora não era exatamente o que eu queria. - ele disse - Por que eu vou admitir Stark, eu gosto de você.
- E... isso é bom? - ela perguntou tentando se manter calma, embora seu coração estivesse um pouco acelerado.
- Por que não seria? - Ela apenas deu de ombros sem ter o que dizer. - Olha, um dos motivos pra eu achar esse lugar, é porque eu te conheço e eu sei que as vezes você vai precisar de um lugar legal pra respirar um pouco, antes de voltar a realidade.
- Eu imagino que você esteja certo. - sorriu.
- E eu aprendi a gostar muito daqui, muito mesmo. Você vai descobrir que a senhora Willians é uma mulher muito legal, que gosta muito de falar sobre os netos. - ele apontou pra senhora que estava entretida em seu livro. O comentário fez Alina rir. - Quando eu voltar, você pode me contar sobre como eles estão.
- Eu vou te contar tudo. - ela limpou uma lágrima que ia cair, e riu, soltando o ar - Vou sentir sua falta. - confessou.
- Eu também. - Copper sorriu.
A garota o abraçou e descansou o pescoço sobre seu ombro.
- Ei. - ela chamou ainda deitada em seu ombro.
- Sim?
- Toma cuidado, seja lá onde estiver, okay.
- Okay. - ele sorriu. Passou a mão por seus cabelos e respirou fundo sentindo o perfume adocicado que ela usava. Queria lembranças dela.
- Pode pelo menos me dizer quanto tempo vai ficar lá?
- Sinto muito... - aquela era outra forma de dizer que ele não sabia quanto tempo ficaria. - Mas eu tenho uma notícia que talvez te deixe feliz.
- O que é?
- Eu convenci Hill a adiar minha ida em pelo menos alguns dias. Assim vou poder ir ao seu aniversário.
- É sério? - ela o olhou, ainda deitada em seu ombro, sorrindo - Obrigada. - seus olhos brilhavam em uma sinceridade bonita.
- É claro que é sério. Eu já tinha comprado a fantasia, não podia perder a oportunidade de usar. - riu - Também não podia perder essa festa, senhorita Stark.
Alina voltou o olhar para as próprias suas mãos e ficou ali por alguns minutos, terminando seu café em silêncio, enquanto Copper fazia o mesmo, e os dois apenas aproveitavam suas companhias.
Um tempo depois, eles estavam de volta a moto, e de volta a estrada. Quando passaram novamente pelo caminho quase deserto e repleto de árvores, Copper encostou a moto.
- O que foi? - Alina perguntou achando que algo havia acontecido.
- Quer pilotar? - ele se virou um pouco para vê-la.
- Sério? - ela parecia surpresa e animada ao mesmo tempo. - Eu posso?
- Claro. Essa é mais uma questão que eu preciso resolver antes de viajar.
Alina não entendeu muito bem o que ele quis dizer com aquilo, mas desceu da moto contente. Ele entregou a chave a ela.
Pra quem nunca havia tentado guiar uma moto na vida, aquilo parecia impossível. Foi uma verdadeira prova para Alina conseguir fazer a moto andar sem morrer por alguns centímetros. Não que a teoria fosse difícil, na verdade ela decorou todos os passos da primeira vez, mas a prática era a parte complicada.
Da décima vez em que tentou sair, a moto teria caido no chão se Copper não estivesse ali do lado. E ele quase a deixou cair, já que a crise de riso de Alina o fez rir também, e tirou sua concentração.
Na décima primeira vez, a moto andou por alguns metros, mas a garota animada tirou as mãos do guidão pra comemorar, o que causou mais uma crise de risos, claro, não antes de um tombo.
Depois de já terem perdido as contas, Alina conseguiu dar uma volta completa e estacionar a moto de volta perto do garoto, e dessa vez, só tirou as mãos do guidão quando chegou.
Mais algumas tentativas depois, ela repetiu o processo, dessa vez com Copper na garupa. A moto balançou por alguns momentos, mas logo recuperou o equilíbrio.
E assim ela fez, até que conseguiu repetir todos os processos sem insegurança e com tranquilidade. E quando perceberam, ela estava pilotando, com a orientação de Copper, pela estrada, de volta para o lugar onde deveriam estar.
- Parabéns, você conseguiu! - ele disse alto da garupa.
Ela sorriu de forma bonita, e o garoto viu seu sorriso pelo retrovisor.
- Acho melhor você assumir agora. Precisamos chegar antes das 15:00. - ela disse parando a moto.
E realmente, não estavam atrasados, mas estariam se demorassem mais um pouco.
Copper pegou o veículo e o assumiu para irem rápido até a empresa onde aconteceria o concurso.
Dois minutos depois de descerem da moto e andarem até a porta, Alina viu Tony e Pepper chegando no carro.
- Essa foi por pouco. - disse a si mesma. - Eu nem troquei de roupa.
- Você está perfeita assim. - Copper disse. - Vai la arrasar. - ele beijou a bochecha dela e saiu rapidamente se misturando na multidão.
- Oi, Alina. - Pepper chegou perto dela - Eu te liguei, mas você não atendeu. Ia perguntar se precisava de alguma coisa.
- Ah, não. Os trabalhos foram entregues aqui a dois dias, está tudo certo. - sorriu.
- Onde estava?
- Andando. - respondeu rápido demais - Preciso ir.
- Okay. - a loira concordou - Estaremos torcendo por você, mas sem chamar atenção. - riu.
Alina concordou e saiu em direção aos bastidores. Ela não achava quê Tony Stark poderia estar em um lugar e não chamar atenção, mas pelo menos ninguém poderia liga-los a ela, o que seria de grande ajuda porque ela já estava nervosa o suficiente.
Na hora de sua apresentação, ela foi ao palco, e observou a sala cheia de professores e cientistas, e entre eles, estavam seus pais. Normalmente ela bloquearia aquele pensamento, mas nesse momento, pensar em Pepper como sua mãe fazia seu coração se sentir um pouco mais calmo, e se aquilo ajudava, então ela se permitiria pensar assim, pelo menos um pouco. Respirou fundo, ignorou o fato de todas aquelas pessoas olhando, e começou a sua apresentação.
Para sua salvação, mergulhar na explicação de seu projeto, que era a máquina feita para aplicação de exames médicos em tempo recorde, a mesma que ela havia usado com Natasha, fez ela se esquecer do nervosismo e se apresentar perfeita e claramente.
Quando percebeu, suas falavas haviam acabado e ela estava sendo aplaudida pelos integrantes da bancada. Alina sorriu, agradeceu e se retirou.
Nos bastidores, ela encontrou ninguém menos que Pepper que havia se retirado da sala para ir falar com ela.
- Oi! - ela disse surpresa - Você não deveria estar la dentro?
- Não. Eu e seu pai não somos jurados, fomos apenas convidados para assistir.
- Não convidaram ele pra ser jurado? - ela perguntou como se fosse estranho.
- Convidaram, mas ele se retirou, por você. Ninguém sabe, mas é bom prevenir.
- Fico feliz, mas sinto muito não terem participado.
- Relaxa, o seu pai participa dessas coisas o tempo todo. Além do mais, com certeza te assistir foi muito mais emocionante do que participar. - ela sorriu - E você foi tão incrível. - ela abraçou a garota.
- Obrigada. Você gostou mesmo?
- Claro, foi perfeita.
- Assim como você ensinou.
- Se foi eu que te ensinei, então tenho ainda mais motivos pra estar orgulhosa.
- Oi garota. - elas escutaram a voz de Tony sussurrando - Vão anunciar os vencedores. Mas eu tinha que vir te dar um abraço antes. Eu estou tão orgulhoso de você, foi incrível!
Eles se abraçaram. Alina poderia não ganhar, mas aquela emoção já estava valendo a experiência.
- Obrigada pai.
- Agora vamos la.
Os três foram para a sala pequena onde haviam apenas os jurados e os participantes, além dos convidados como Tony, Pepper e Morgan, além de alguns outros.
E não é nenhuma novidade que o nome de Alina tenha sido citado como vencedor do projeto. Mas ainda assim parecia irreal pra ela ouvir aquilo. Ela se sentiu sorrir, mas estava um pouco anestesiada de mais pra perceber.
Ela teve que voltar a si e subir no palco pra receber o prêmio, enquanto era aplaudida pelas pessoas na sala.
Palavras como genial, brilhante e um sucesso foram ouvidas sendo ditas pelo anunciante, mas ela não as assimilou muito bem. Quando subiu ao palco, e viu as pessoas ali, ela procurou por Tony e Pepper, e os dois sorriam pra ela, e ela conseguia ver o quanto estavam orgulhosos. E aquilo era tudo que importava pra ela.
No canto da sala, em uma porta escondida, Alina viu Copper escorado na porta, com os braços cruzados, olhando pra ela, viu ele sorrir e piscar, ela sorriu de volta, e depois ele simplesmente saiu. Ela voltou a olhar pras pessoas, e pros seus pais.
☆
- Não acredito que ganhei de verdade! - ela ainda estava animada quando saiu do carro.
- Eu não tinha dúvidas. - Tony disse.
- Era óbvio que você ia ganhar! - Morgan falou. - Eu sabia!
- Isso significa... Que vamos comemorar! - Tony disse divertidamente passando pela porta.
Quando entraram na casa, Alina viu que haviam várias pessoas ali. Os heróis da base, e seus amigos, e também sua avó.
- Vovó! - ela correu para abraçar a senhora. - Você está aqui.
- Minha neta. Não achou que eu fosse perder a oportunidade de te dar parabéns não é? Ora, o seu avô sairia do túmulo para me atormentar se eu fizesse uma coisa dessas. - a senhora disse com seu típico bom humor, fazendo Alina e os que estavam perto rirem.
- Aí gente! - Sam chamou a atenção de todos - Em nome de todos nós, vamos parabenizar a mini Stark aqui. - ele apontou para Alina.
- Considerem isso um ensaio da festa de aniversário! - Tony gritou.
Os heróis ficaram ali por horas, Alina conversou com os amigos, todos eles pararam pra discutir coisas juntos. Ned meio que surtou, ou surtou muito, e foi acalmado pelos amigos, que tiveram que explicar aos outros que ele era assim mesmo.
Foi uma noite divertida, e todos queriam tirar fotos zuadas com o troféu, o que rendeu boas risadas.
Ela teve oportunidade de apresentar Ned e MJ para Lila e Cassie, mas deu falta de Copper, ele era o único que não estava ali. Talvez tivesse coisas da sua viagem pra resolver.
No fim da noite, quando todos já tinham ido embora, e Tony foi por Morgan na cama, Alina achou que seria um bom momento para conversar com Pepper.
- Pepper, você tem algo importante pra fazer amanhã?
- Não que eu me lembre, por que?
- É que, vai ter uma festa na escola. Vai ser só mais um desses bailes escolares sabe, mas eu achei que talvez você quisesse ir comigo. - ela disse, mas logo depois se sentiu um pouco incerta. - Quer saber, eu não deveria te pedir isso, você tem muitas coisas pra fazer e não precisa ficar...
- Alina, é claro que eu posso ir. - a loira riu - Na verdade, eu vou gostar muito. Obrigada por me convidar. - A garota deu de ombros, sorrindo tímida. - Mas você já pensou no que os outros alunos vão achar, se me virem lá?
- Eu não sei, você e o meu pai são figuras públicas e são investidores. Eles provavelmente vão achar que é uma visita de cortesia.
- Bem pensado. É uma pena o seu pai ter que viajar, ele gostaria de ir. Com certeza ele vai ficar feliz em ir no próximo.
Alina sabia que no dia seguinte ela teria que explicar pra Pepper o porque ela não contou sobre ser um baile especialmente feito para pais e filhos, mas a loira entenderia.
- O vestido que você escolheu aquele dia, junto com as coisas do aniversário, foi pra isso? - ela perguntou.
- Foi sim. Eu não sabia que tinha visto.
- É claro que eu vi. Aliás, uma ótima escolha, vai ficar lindo. - a mulher sorriu e se aproximou para dar um beijo rápido na testa da garota.
- Olá garotas. - Tony voltou à sala, dessa vez tinha alguns papéis na mão. - Eu sei que está tarde, mas... Pepper e eu concordamos que seria um bom momento para te mostrar isso. - ele deu os papéis a Alina.
- São meus documentos. - ela disse confusa- São novos... - de repente ela percebeu que em todos eles havia acontecido a mesma mudança. Seu nome agora era escrito como Alina R. Stark. - Você mudou. - ela olhou para o pai.
- É claro que sim. Eu acelerei o processo o máximo que pude, mas burocracia é sempre difícil. Enfim, finalmente os papéis saíram. Você é oficialmente uma Stark, e sua guarda é minha, na verdade, minha e de Pepper. Ela vai aparecer nos seus documentos como sua responsável legal também.
- Obrigada! - ela se levantou do sofá rapidamente para o abraçar.
- Não existe nada que você precise agradecer.
Logo depois ela o soltou e foi abraçar Pepper também.
- Obrigada por ser tão legal comigo. - disse, sem conter a emoção.
- Você não precisa agradecer por isso. - respondeu, contente por ela ter ficado feliz. - Agora, hoje foi um dia de muitas emoções, mas vamos dormir porque está ficando tarde. - a loira disse para a menina.
- Okay. - a garota concordou. Ela abraçou os dois novamente antes de ir para o quarto.
Antes de deitar, Alina conferiu o celular e viu que havia uma mensagem de Copper. Ele pediu desculpas por não poder ir ao momento de comemoração, e disse que tinha coisas importantes a resolver.
Ela o respondeu, e depois deixou o celular ao lado da cama para ir dormir.
☆
E finalmente o dia do baile havia chegado. Alina tinha que admitir que o fato de Pepper ter aceitado ir deixava as coisas melhores.
Tony ficou sabendo apenas que seria um evento da escola e que Pepper ia fingir que ia fazer uma visita de colaborador para poder acompanhar Alina.
Seu carro para viagem ia chegar praticamente junto com Happy que vinha para levar Pepper, Alina e Morgan ao baile. Alina fez questão que a garotinha a acompanhasse.
Pepper e Morgan estavam prontas na sala. A loira usava um vestido azul, justo e longo, de mangas compridas, e os cabelos soltos e ondulados.
Morgan quis vestir um adorável vestido prateado com laço atrás, pelo qual ela tinha se apaixonado.
E Alina finalmente desceu as escadas, usando o vestido vermelho, longo e pouco rodado, com mangas compridas e gola canoa. Ela tinha decidido prender o cabelo em um coque bonito e bem feito.
- Uau! Você está maravilhosa. - Tony disse olhando para ela, com cara de bobo.
- Obrigada pai.
- Você está tão perfeita. - Pepper disse se aproximando. - Me deixe olhar isso... - ela arrumou algumas mexas do cabelo da menina. - Pronto.
- Tem certeza que é só uma festa qualquer? Vocês estão tão produzidas. - Tony disse.
- Não se preocupe pai. - Alina riu.
- Okay. Se divirta está bem. - ele mandou. O homem beijou a filha e depois se despediu da esposa e da filha menor.
As três saíram para irem ao carro. Dentro do veículo, enquanto estavam na estrada, Alina pegou algumas máscaras de festa dentro da bolsa e entregou para as duas.
- O que é isso? - perguntou Pepper.
- Eu esqueci de avisar, é um baile de máscaras. - sorriu.
Ela colocou a sua máscara preta que cobria toda apenas a parte dos seus olhos e tinha detalhes brilhosos.
Assim que o carro estacionou, as mulheres colocaram as máscaras e desceram do carro. Pepper segurou na mão da filha e depois ficou perto de Alina.
- Pelo menos assim posso entrar com você sem notarem. - ela apontou para a máscara e riu.
A loira ficou um pouco confusa quando viu a extensão da festa que ocupava desde o pátio até os salões da escola. E ficou ainda mais confusa quando viu a faixa que dizia: "Bem vindos ao baile anual de pais e filhos do Midtown High School".
- Ah, Alina... - ela chamou, mas foi interrompida por MJ.
- Alina! Finalmente chegaram. - riu - E aí, o que achou? - perguntou segurando seu vestido.
- MJ em um vestido de baile? - brincou fazendo cara de surpresa - Você está maravilhosa! - elogiou.
- Você também gata. - olhou ela de cima em baixo - Oi senhora Stark, tudo bem? - falou com Pepper.
- Sim, eu acho que sim. - ela fez uma expressão confusa - Isso não devia ser só um evento comum? Por que tudo isso?
- Está brincando? Esse baile é a maior festa anual da escola. - MJ respondeu rindo - Além do baile de formatura é claro. Não importa quem seja o diretor, ele sempre investe muito nessa festa, afinal ela é especificamente pros pais então a escola tem que agradar né.
MJ em seu lindo discurso, não tinha visto todos os sinais de "não" e "por favor cala a boca" que Alina havia feito para ela, com a expressão suplicante.
- Oh oh, desculpe. - a morena disse - Eu vou... me retirar.
- Eu vou com você. - Morgan agarrou na mão dela e as duas saíram correndo.
- Alina, por que você não me contou isso? - a loira se virou - Não acredito que não deixou seu pai saber, ele teria...
- Ele está ocupado Pepper.
A loira suspirou.
- Ainda assim, ele deveria saber. É um baile feito para os pais.
- Por isso chamei você. - Pepper olhou para ela, com uma emoção diferente em seu peito, quando ela disse aquilo, tão confiante. - Por favor, não fique brava. Só... aproveite a festa comigo, e observe tudo que tiver que observar, depois você pode chamar minha atenção. - seus lábios se abriram em um curto sorriso.
- Ah querida, eu duvido que exista um motivo pra ficar brava com você. - a loira sorriu, segurando o rosto da garota e dando um beijo em seus cabelos perfeitamente arrumados. - Vamos aproveitar essa festa então.
☆
Na mansão, Tony estava terminando de arrumar uns últimos papéis quando Peter entrou apressado pelo salão.
- Peter? - perguntou confuso.
- Senhor Stark? Que bom que está aqui, então Alina ainda não foi.
- Na verdade, elas já foram a algum tempo. - ele respondeu.
- Então o senhor vai depois?
- Vou pra onde? - perguntou confuso.
- Pro baile ue. Alina deve estar super nervosa agora.
- Peter, eu não vou na festa, eu vou viajar. Pepper foi acompanhar ela, além do mais, todos vocês estão muito animados com uma festa de escola, o que é isso? - riu.
- Oh... - de repente toda a afobação do garoto pareceu sumir - Mas, a Alina não te explicou?
- Explicar o que? - Peter fez uns segundos de silêncio que fizeram Tony entender que tinha algo errado - Peter, explicar o que?
- Senhor Stark, não é só uma festa, é o baile anual de pais e filhos. É tipo, a maior festa da escola. E feita especificamente pra pais e filhos. Tem até uma valsa simbólica que somos obrigados a dançar todos os anos. - ele explicou - Alina nunca gostou dessa festa, porque a mãe dela, bom, você sabe, seria mais fácil convencer o Thanos a ir do que a Beatrice. - ele revirou os olhos - Mas esse ano ela parecia empolgada, ela disse que ia te chamar.
- Quando foi isso?
- A alguns dias atrás, no início da semana.
- Deve ter sido no dia que ela contou sobre o concurso. Ela disse que tinha uma coisa pra me dizer, mas eu acabei falando que ia viajar, ela deve ter desistido quando eu disse isso.
- Conhecendo a Alina, com certeza foi isso.
- Peter, você veio pra ir com a Alina?
- Era a ideia, mas ela já foi. - ele riu fraco - Culpa minha, esqueci de avisar. - levantou uma das mãos e apertou os lábios.
- Não se preocupe, eu te dou carona. Vamos!
- Você vai?
- Claro. Vamos lá, rápido. - Tony passou correndo pela sala e pegou o casaco que estava no sofá.
- Jarvis, eu preciso que faça um favor pra mim. - Tony pediu, de dentro do carro, enquanto dirigia. - Avise que eu não poderei comparecer a minha reunião. Surgiu um compromisso mais importante.
☆
Pepper estava rindo como um criança ao lado de Ned e MJ.
- Seus amigos são ótimos. - ela disse - Vocês deveriam ir lá em casa mais vezes. - falou com os dois. - Podem ir visitar Alina quando quiserem, ok.
- Obrigada senhora Stark. - MJ agradeceu.
- Alina. - a empresária encostou no braço dela chamando sua atenção - Aquela ali não é a... como é o nome dela mesmo?
- Melissa. - Ned respondeu - Como você sabe quem ela é? - ficou confuso - Caraca, é sinistro essa coisa dos heróis sentirem o mal né... Ai! - ele gritou fraquinho e revoltado quando MJ deu um tapa em seu braço.
- Não é isso Ned. - Alina riu - É que a Melissa apareceu com o pai dela lá na empresa esses dias.
- O mal se infiltra em todos os lugares. - ele disse poeticamente, e fez Pepper rir de novo.
De repente, o diretor da escola de aproximou do pequeno grupo de estudantes. E junto com ele, Melissa.
- Senhora Stark. - ele se dirigiu a mulher - Eu estou surpreso com a sua visita. Tenho que admitir que não te reconheci com a máscara, mas fui informado por alguns alunos de que a senhora estava aqui. - ele olhou para Melissa que tinha um olhar convencido - Tenho que dizer que é uma honra.
A formalidade do homem fez os alunos, e a própria Pepper, sentirem vontade de rir mas ambos se controlaram.
- Obrigada, diretor...
- Trevor.
- Diretor Trevor.
- Eu espero que esteja gostando. -
Alina tinha a impressão de que ele rasgaria os lábios se tentasse sorrir um pouco mais.
- Eu estou.
- Ótimo. E espero que esses... adoráveis alunos não estejam sejam inconvenientes. - olhou para os três adolescentes em volta.
- Não, é claro que não. - ela confirmou. - Na verdade diretor, sendo honesta, eu não costumo comparecer à esses eventos, mas eu quis vir especificamente por Alina. - a loira disse surpreendedo a todos, inclusive a garota, enquanto a abraçava de lado. - Ela é uma garota incrivelmente excepcional, mas eu acredito que como diretor o senhor deve saber disso. - ela o encarou - Assim como Ned e MJ, e Peter.
O rosto de Melissa parecia ter ido no chão ao ouvir Pepper chama-los todos pelos nomes.
- An, quem? - o homem perguntou.
- Nós, diretor. - Ned levantou a mão e apontou para eles mesmos.
Ele, sem graça, apenas forçou um sorriso e balançou a cabeça.
- Essa escola possui alunos brilhantes diretor. - a loira voltou a falar. - Espero que eles estejam tendo espaço para desenvolcer todas as suas habilidades. - alfinetou.
- É claro que sim. - ele disse - Se me der licença, eu preciso me retirar. Tenho que falar com outras pessoas.
- Claro. - ela afirmou e sorriu cordialmente.
O diretor se retirou sendo seguido por Melissa e sumiram no meio das outras pessoas.
- Uau! Isso foi demais! - Ned falou - Você acabou com o diretor. - Pepper riu. - Alina, sua mãe é incrível. - ele se empolgou.
- Tem razão Ned. - a menina concordou. - Ela é.
Pepper passou os braços pelos ombros de Alina, beijando seu rosto e rindo junto os amigos dela.
- Gente, onde está Peter? - MJ cortou o assunto chamando a atenção. - Ele não devia estar aqui já?
- Já devia ter chegado a muito tempo... ali ele. - Alina apontou para a porta.
- Oi, oi galera! - Peter chegou correndo.
- Onde você tava cara? - Ned perguntou.
- Ocupado. Alina, acho que alguém quer ver você.
Peter se afastou um pouco e então, para sua surpresa, Alina conseguiu ver a imagem do pai que estava andando na direção do grupo. Ele estava usando uma máscara que cobria toda a metade de cima do seu rosto, mas ainda assim Alina o reconheceu.
- Surpresa em me ver? - ele perguntou quando chegou.
- Pai, o que faz aqui?
- Não achou que eu fosse perder o seu baile não é? - sorriu - Posso saber por que não falou nada?
- Não queria que deixasse seus compromissos importantes por mim.
- Alina, você é minha filha, nenhum compromisso é mais importante do que você. - ele se aproximou o suficiente para dar um beijo em sua testa.
- Isso! - Morgan bateu palmas e riu - Finalmente família reunida na festa. Agora vamos nos divertir.
As pessoas no grupo riram da reação da menina e depois Tony cumprimentou todos os outros. Tony fez o que era realmente esperado de um pai na festa, analisou a escola, até mais do que devia na verdade, com ajuda de sexta-feira.
- Você não tem jeito mesmo. - a garota disse e riu.
- Não se preocupe, ninguém vai me reconhecer atrás dessa máscara. - ele riu divertido.
- Senhorita Russel. - Alina escutou alguém chama-la. Se virou para ver quem era, mas continuo segurando o braço do pai. - Com licença.
- Sim diretor?
- Eu acabei de descobrir que devo parabeniza-la, por um concurso importante, isso é impressionante, meus parabéns.
Embora ele se esforçasse em dizer palavras bonitas, parecia estar realmente se esforçando pra fazer as palavras saírem.
- Obrigada, diretor. - ela sorriu cordialmente.
- E o senhor, quem seria? - ele se dirigiu a Tony.
- Faz séculos que não ouço essa pergunta. - Tony disse em som baixo porém audível e Alina riu, embora o diretor não tenha entendido - Eu sou um investidor...
- Na verdade... - Alina cortou Tony antes que ele inventasse alguma mentira engraçada - Esse aqui é o meu pai. - ela olhou para o homem sorrindo, ainda segurando em seu braço com as duas mãos.
Todos ficaram surpresos com a atitude dela, principalmente Tony, e aparentemente o diretor também.
- Seu pai?
Alguns alunos em volta, próximos o suficiente para ouvirem, também ficaram confusos, uma vez que aparentemente Alina não sabia quem era seu pai.
- Sim. - ela voltou a confirmar. - Por está tão surpreso diretor? Acredito que esse seja um baile de pais e filhos. - Alina o provocou, imaginando que a sua surpresa se devia ao fato de algum professor ou aluno ter fofocado para ele sobre a família dela, isso era bem comum naquela escola.
- Claro senhorita Russel, é só que eu nunca fui apresentado ao seu pai, acredito não ter falado com ele também, você sabe, todos os seus documentos estão no nome de sua avó. - ele tentou contornar a situação - De toda forma, é um prazer conhecê-lo. - ele se dirigiu a Tony sem ter a mínima ideia de quem ele era.
- Diretor Trevor... - ele falou - Eu tenho que dizer, foi muito bom brincar de ser humano desconhecido por um tempo, mas você sabe como é... - Tony disse em seu típico jeito extravagante - Eu nunca fui exatamente conhecido por ser neutro.
Ele retirou sua máscara e jogou sobre a mesa que estava perto. Alina sorriu.
O diretor parecia ter acabado de tomar um choque que o pregou ao chão sem palavras. Sua boca se abria e fechava e não emitia som.
As pessoas em volta sussurravam, arregalavam os olhos e pegavam os celulares a medida que o reconheciam, tentando não fazerem uma cena, mas sem muito sucesso.
Ao fundo, DJ anunciou que havia chegado a hora da tão esperada e tradicional valsa de pais e filhos, e mandava que todos fossem se posicionar na pista de dança.
- Bom, foi um prazer falar com vocês... - Tony disse - Mas agora eu tenho um compromisso, vou dançar com a minha filha.
Ele olhou para Alina sorrindo, depois segurou sua mão e foi com ela até a pista de dança. Quando a música começou, os dois entraram no ritmo e seguiram os passos.
- Obrigada por vir, poder participar disso com você é incrível. - Alina disse.
- Poder fazer isso por você é um prêmio. - ele respondeu - Nunca mais me esconda nada desse tipo, e entenda, você, assim como a sua irmã, sempre serão minha prioridade. - Ela balançou a cabeça demonstrando que havia entendido. - E então, resolveu não se esconder mais da sociedade? O que foi isso? Um choque de coragem? - brincou.
- Eu acredito que sim. - ela riu baixo controlando a gargalhada - Acho que podemos chamar de chamar de choque de coragem. E também, de confiança, eu seria idiota se escondesse das pessoas que tenho uma família tão incrível e amorosa quanto essa. - sorriu - Acho que você vai ter que me ensinar a lidar com algumas coisas.
- Eu tenho alguns conselhos do que se pode dizer a paparazzis e jornalistas idiotas... - disse parecendo refletir - Mas quer saber, talvez Pepper seja melhor com isso.
- É. - ela riu soltando o ar - Acho que sim.
Por todo o salão, as pessoas tentavam agir normalmente, e os pares tentavam se concentrar nas próprias danças. E a partir daquele momento, embora todos ali fingissem que tudo acontecia como antes, a verdade era que toda a festa só pensava em uma coisa:
Anthony Stark havia acabado de assumir ao mundo que ele tinha uma outra filha, e o nome dela era Alina Stark.